segunda-feira, 6 de junho de 2011

VIAGEM6

Em Gênova, o GPS nos levou até o hotel NH Marina, Molo Ponte Calvi, da mesma rede NH Hoteles de Pisa. Ancorado na parte externa, sobre as águas do mar, como decoração da entrada do hotel, há um navio do século XVI, disponível à visitação mediante bilhete pago. Na parte interna, quartos individuais simples (o duplex ficou na saudade): uma para o Rafael, outro para o casal Jussara e Antônio. Acomodações boas. Sacada aberta para a marina, onde havia dezenas de barcos e lanchas ancorados. Mais longe, navios transatlânticos que causam espanto pelo enorme tamanho e peso sem afundar nas águas. O mesmo espanto que nos causa a decolagem e o vôo de aviões pesando toneladas. A Física explica. Maravilhas da ciência e da técnica. Almoçamos num restaurante situado na marina e jantamos no próprio hotel. Passeamos pelos principais logradouros da parte alta e da parte baixa da cidade. Em uma das praças vimos estátua do navegador genovês Cristóvão Colombo. A memória histórica registra: os governantes de Gênova negaram apoio ao projeto de navegação de Colombo denominado “Empreendimento para as Índias”. Foram os reis de Espanha, Fernando e Isabel de Castela, que o apoiaram e investiram na execução do projeto. O propósito era traçar uma rota ocidental para o Oriente, mas resultou na descoberta da América e do tabaco. Patrocinado por Fernando e Isabel, Colombo fez mais duas viagens e fundou colônia em nome do governo espanhol. A quarta expedição foi realizada às suas custas, quando ele explora a costa da América Central. Sem os seus velhos e desgastados navios, Colombo regressa a Espanha, onde morre doente, esquecido e desacreditado.
Entramos em Mônaco e circulamos pelos altos e baixos da cidade. Carros e residências luxuosas. Ares sofisticados. Nas ruas que periodicamente são utilizadas como pistas de corrida de automóveis da Fórmula 1, faixas informam sobre a corrida programada para o final de maio. Prosseguimos viagem até Nice. Boas acomodações no hotel Nice Centre Acropolis, na Esplanade du Parvis de l´Europe. Fizemos os passeios de praxe. Simpatizamos muito com a cidade e nela moraríamos se tivéssemos que mudar para a Europa.
Em Barcelona, ficamos seis dias no apartamento do Rafael. Jantamos no Les Caracoles, restaurante que existe e funciona desde 1835, portanto, há 176 anos, situado na esquina da Rua Escudellers, onde Rafael mora. A espera prevista para 20 minutos dobrou. Os fregueses que chegaram depois de nós esperaram cerca de uma hora ou mais, tal o movimento e a procura. Fiquei impaciente. Para me acalmar, pedi uma taça de vinho. Aguardamos a vez no bar lotado de pessoas. Passa-se pela cozinha e entra-se nos refeitórios, diversas salas em três níveis, com mesas e cadeiras dispostas de modo a aproveitar espaço. Destinaram-nos mesa de canto no nível superior. Bom atendimento. Pratos principais e sobremesas excelentes. O restaurante faz jus à boa fama. Preços razoáveis diante do alto padrão. Nos outros dias, variamos de restaurante e não temos queixa alguma. Passeamos pela cidade a pé e de ônibus turístico, tal qual nas outras cidades. Os estabelecimentos empregam técnica mercadológica: traçam caminho sinuoso para a saída dos fregueses; ao longo, há prateleiras estrategicamente colocadas com produtos e embalagens em cores atraentes; no final, a caixa. Nos mercados das cidades que visitamos, nas lanchonetes das estradas e até no Vaticano, percebemos a utilização dessa técnica. Só chegamos à Capela Sistina, por exemplo, depois de passar por altos e imensos corredores, piso de granito muito limpo, com mercadorias e bugigangas expostas em uma série de bancas. Por isso, não estranhamos o percurso dentro das livrarias de Barcelona. Adquiri o livro “Mentiras Fundamentales da La Iglesia Católica”, editado em março de 2011, por Ediciones B, Barcelona, com 563 páginas, escrito por Pepe Rodriguez, doutor em psicologia, licenciado em ciências da informação, professor de jornalismo, com obras publicadas. Surpreendi-me com as semelhanças entre esse livro e os meus artigos publicados até 2008, no jornal impresso “Tribuna da Imprensa” e de 2009 em diante, neste blog, inclusive o “Comentário Final” sobre o resumo dos livros da Bíblia (abril/2011). Os primeiros capítulos da citada obra sintonizam com o livro “O Evangelho da Irmandade”, da minha autoria editado em 2007, por RTN Editora e Artes Gráficas, Resende/RJ. As emissoras de TV espanhola noticiavam com destaque a gravidez de Carla Bruni, primeira dama da França, o terremoto de Lorca e o escândalo sexual protagonizado por Dominique Strauss-Kahn, diretor do Fundo Monetário Internacional. Repetiram “ad nauseam” imagens e textos durante a semana. O francês admitiu o relacionamento com a camareira do hotel, mas em sua defesa alegou consenso. Pagou fiança e obteve prisão domiciliar. O Judiciário dos EUA favoreceu a queixosa no caso Mike Tysson, apesar da prova débil. Diante do precedente, pequena é a chance de Dominique ser absolvido. O Judiciário brasileiro é mais rigoroso no que tange à prova, pois o réu pode ser vítima de falsa acusação como aconteceu recentemente.
O périplo foi cansativo: entra e sai de estradas, cidades e hotéis; arruma, desarruma e torna a arrumar as malas; coloca, tira e torna a colocar as coisas de higiene pessoal nas bolsas; muda de roupa e calçado; anda, para, curte, senta, levanta, torna a andar; tudo em breve tempo, embora sem atropelo. Esse tipo de aventura é mais adequado a pessoas jovens. Resolvemos antecipar o regresso ao Brasil que estava previsto para 28/05/2011. Sentimos falta da tranqüilidade da nossa aldeia, da nossa casa e saudade dos nossos cachorros (Pretinho, Boris, Brigitte e Laika).

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