segunda-feira, 20 de junho de 2011

POESIA

E se ele voltar um dia / que devo eu dizer? / Dize-lhe só que o esperaram / Até, até morrer / Se perguntar onde estás / que hei de responder? / Dá-lhe a minha aliança de oiro / sem lhe responder / Se indagar por que é que a sala/ está assim deserta?/ Mostra-lhe a lâmpada extinta/ e essa porta aberta/ Se me interrogar então / sobre o desenlace?/ Dize que sorri com medo / de que ele chorasse. (“O Infiel”. Maurice Maeterlinck).

Se queres ser feliz, não colhas nunca a rosa / que, rubra, no jardim, se te oferece à mão / Pois morreu, ao abrir-se, a flor maravilhosa / e as pétalas de sangue em breve tombarão / Ao pássaro ligeiro, emplumado, que passa / não queiras com teu arco e uma flecha abater / deve bastar-te ver a sombra que ele traça / no chão, sem para o céu o olhar impuro erguer /.../ Tal como o pranto o riso ajuda a fazer rugas / Nunca peças demais, limita as fantasias/ Pois a ventura é um deus que anda em constantes fugas / de olhos postos no chão e mãos sempre vazias. (“A Ventura”. Henri F J Regnier).

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