sexta-feira, 28 de outubro de 2022

MASSA versus ELITE

Impactou a opinião pública, sem provocar reação da massa popular, a diligência de prisão do advogado e político Roberto Jefferson, no domingo (23/10/2022), festejada com granadas e tiros de fuzil. O episódio mais repercutiu por ter ocorrido durante campanha eleitoral. Houve reação da corporação policial e da imprensa, cada qual ao seu modo.
Após o cessar fogo, a prisão aconteceu de modo cordial, com deferências e salamaleques, sob a palaciana vigilância do presidente da república e a mediação do ministro da justiça. Faz parte da cultura brasileira o especial cuidado como são tratados os membros da elite quando envolvidos em atos ilícitos. Alguns nem são investigados e os que o são, não chegam a ser processados. Quanto aos processados: (i) os trâmites arrastam-se até a prescrição do delito, livrando-os da aplicação da pena prevista em lei (ii) ou, uma vez condenados, são socorridos na execução da pena por benefícios que suavizam ou extinguem a punição. 
Elite (“electis” = escolha) supõe desigualdade, estratificação, aristocracia, escolha do melhor numa corporação, numa classe, numa instituição, numa cidade. No plural, o vocábulo significa minorias intelectuais, técnicas, artísticas, científicas, filosóficas, de caráter civil, militar, religioso, nas dimensões política, econômica e social, em cujas mãos está a direção da sociedade e do estado. No corpo de uma elite podem estar mesclados integrantes de outras elites. A elite política, por exemplo, não se compõe só de parlamentares, presidentes e magistrados; inclui também pessoal qualificado (i) dentro do governo, como ministros, secretários, assessores do gabinete (ii) fora do governo, como os homens e as mulheres do círculo íntimo, líderes de partidos, profissionais liberais, industriais, comerciantes, latifundiários, todos com efetiva capacidade de influir na vida política. 
Roberto Jefferson integra a elite política. Ele foi parlamentar e era eminência parda do atual governo. A sua respeitosa e cerimoniosa prisão enquadra-se no padrão de tratamento das elites. Para a elite política, a impunidade é a regra; a isonomia é a exceção. No período posterior à ditadura militar, aí estão os exemplos de José Sarney, Fernando Henrique, Aécio Neves, Michel Temer. 
Massa popular consiste na parcela maior da população vista em conjunto, desprovida de privilégios. Caracteriza-se pela indistinção dos seus componentes, pela união de sentimentos, vontades, interesses e ações e por pensamentos simples e totalizantes. Quando alvoroçada, a massa popular exacerba sentimentos. O raciocínio se obscurece. Ela sente-se poderosa, irresponsável, confiante na impunidade. Ela é animada e guiada por lideranças ocasionais como se fora um rebanho. Normalmente, a massa popular é quieta. Ela sai da quietude, de modo pacífico ou violento, só quando provocada por motivos que a sensibilizam fortemente, tais como: (i) aumento dos preços dos alimentos básicos; das passagens dos ônibus, trens, barcas; dos combustíveis; da energia elétrica (ii) aumento da carga tributária (iii) abusos das elites política e econômica (iv) graves ameaças à democracia, à segurança, aos direitos fundamentais (v) comícios e festividades públicas civis e religiosas (vi) eleições dos representantes do povo. 
Da massa popular saem aqueles que (i) bandidos ou não, são presos sem cerimônia, sem deferência, sem respeito pela dignidade da pessoa humana (ii) descem o morro amarrados pelos pescoços uns dos outros puxados por policiais (iii) constituem a população carcerária (iv) morrem nos presídios fuzilados pela polícia invasora armada até os dentes (v) são sequestrados pela polícia e desaparecem (vi) são extorquidos e aterrorizados pela polícia (vii) prestam serviços à administração pública, aos bancos, às forças armadas, às igrejas, aos hospitais, às escolas, às casas domésticas, às feiras, às chácaras, às fazendas, aos supermercados, aos postos de gasolina, às lojas, às oficinas, à construção civil, às empresas em geral. Em suma: da massa popular saem os trabalhadores do Brasil.     
No entender da massa popular, o Caso Jefferson é coisa de político e de gente rica. O alarido foi da imprensa e dos partidos de oposição ao governo sob influência do período eleitoral. O agressor pertence à elite. Se verdadeira a informação de que ele padece de doença grave incurável, terá direito à internação hospitalar. A questão humanitária entrará na pauta. Se houver condenação no devido processo judicial, será por dolo eventual em tentativa de homicídio, o que reduzirá a pena. Manter o réu preso por tempo excessivo antes da denúncia ou antes do julgamento, poderá ensejar habeas corpus. 
O brocardo jurídico sobre o rigor da justa aplicação da lei, dura lex sed lex (“a lei é dura mas é lei”) não se aplica à elite, até porque, no Brasil, nem a lei e nem a justiça são duras, mormente para quem está na cúspide da pirâmide social.    


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

O CLIMA E O SOFÁ

Notícias publicadas nos meios de comunicação social dão conta de que Bolsonaro está encostando no Lula. Nos céus brasileiros isto dá margem a especulação e a preocupação. Será que pintou um clima entre os dois? À noite, quando os maridos chegarem em casa, certamente as esposas os interpelarão: “Que estória é essa de vocês se encostarem? Explique-me isso. De hoje em diante você vai dormir no sofá até eu me convencer de que nada há entre vocês dois”.  
As notícias também podem ensejar diálogos entre amigas como, por exemplo, este que segue. 
- Olá Miché, como estás? Tu pareces tristonha. 
- Olá, Damá. Sim, mas nada que não tenha conserto. 
- O que houve?
- Estou aborrecida com o meu marido. Está rolando na mídia a notícia de que meu marido está encostando em outro homem. Só me faltava esta, como se já não bastasse a estória do Aristides. 
- Não se amofine, amiga. Aristides é coisa da juventude, coisa do passado, todo mundo já esqueceu. Eu acho que você entendeu mal. A mídia está falando das pesquisas sobre competição política e não sobre encostamento físico igual aquele que nossas irmãs sofrem quando viajam em lotados ônibus e vagões do trem. Não dê muita importância a isso, pois, como você sabe, essas pesquisas para mais ou para menos são fajutas.
- Mas, amiga, e se pintar um clima entre eles? 
- Impossível, Miché, porque o outro não é disso não. Para teu consolo, pelo menos desta vez, o teu marido tem um homem à sua frente e não uma garota mexicana.
- Venezuelana, Damá. Bem ajeitadinha, por sinal. 
- Desculpe, confundi as latinoamericanas. Parece que a garota tinha 15 anos ou menos! Ajeitadinha ou não, isto nos estados unidos dá cadeia. 
- Eu disse para ele que enquanto não ficasse bem explicada essa estória, ele dormiria no sofá. E assim está sendo. Mas, o que eu vou dizer ao pessoal da congregação?
- Ora, diga para aqueles otários...ops...agora me exaltei. Desculpe. 
- Tudo bem. Vá em frente com a tua sugestão.
- Desvie o foco, Miché. Diga para as nossas irmãs e nossos irmãos de fé que prestem atenção em você e não no teu marido. Assim, eles desviam os olhos das merdas que faz o teu marido.        
- Pois, é. Eu me esforço para aliviar a barra do Messi. 
- Olha ela aí! Você está transando com o argentino? 
- Que argentino, Damá? Tá ficando doida, amiga? Estou falando do Messí, com acento no i como chamo o Messias na intimidade e não do Méssi, com acento no e, jogador de futebol, até porque este não faz o meu tipo.
- Eu acho que sei qual é o teu tipo de homem. 
- Sabe não, Damá. E se o meu tipo for mulher? Aí, cai a tua cara, sabichona. Não vou te dizer e pronto! 
- Então, Miché, voltando ao assunto do que fazer, suba no púlpito com vestido não muito justo e nem muito curto, mas que acentue as curvas do teu corpo, barra pouco acima do joelho. Afinal, você é pastora; tem que ser recatada. Rosto levemente maquiado para salientar a tua beleza natural. Mostre ao teu rebanho como você é bonita e gostosa. Você tem o dom da palavra. Diga para as nossas irmãs e nossos irmãos de fé olharem para você e não para o teu marido. Diga que você é a serva do senhor.   
- Espere um pouco, Damá. De que senhor você está falando? Eu não sou serva de homem algum! Continuo casada, submissa só ao meu esposo como manda a Bíblia. 
- Estou falando do senhor Jesus, Miché. 
- Aquele que você conheceu na goiabeira?
- Aquele mesmo, só que eu não o “conheci” no sentido bíblico, ou seja, eu não transei sexualmente com ele; só trepei na árvore para conversar.  
- Eu não imaginei nem pensei coisa diferente, Damá. 
- Tudo bem, Miché. Eu estarei no culto. Então, podemos combinar o seguinte: Durante o teu discurso, eu me levanto com um livreto na mão e me encaminho na tua direção como se você dele houvesse esquecido. Você vem ao meu encontro e apanha o livreto. Nesse movimento, as irmãs e os irmãos de fé se encantarão com o teu rosto, com os teus passos elegantes, com as tuas pernas bem torneadas, com o movimento pendular das tuas nádegas, com o balanço gracioso do teu corpo e, assim, esquecerão do teu marido. Talvez, até dupliquem os dízimos!  

sábado, 22 de outubro de 2022

VIDA POLÍTICA - IV

Causou surpresa a presença de Sérgio Moro assessorando Jair Messias, seu desafeto, no debate entre os dois presidenciáveis realizado na TV Bandeirantes na noite de 16/10/2022. Trata-se do ex-juiz federal, eleito senador pelo Estado do Paraná (02/10/2022) que se aproveita da visibilidade nacional ensejada pelo debate para mostrar ao eleitorado o seu apoio ao presidente. Parcial, politiqueiro, deficiente cultural, servindo a direita brasileira e o governo dos EUA, Moro demitiu-se do cargo de juiz e ingressou na política nomeado Ministro da Justiça por Jair Messias. Depois, ao deixar o cargo de ministro, fez graves acusações ao chefe. Agora, os dois aparecem reconciliados. De repente, pode ter pintado um clima entre eles. 
Sob o pretexto de ajudar a reeleição do presidente, a real intenção do novo senador talvez seja a de atacar o líder petista. Quando juiz, ferindo o princípio do devido processo jurídico, ele condenou o líder petista de modo abusivo, injusto e ilegal. Ele ainda mantém interesse em ver o petista longe da presidência. Na região sulina, mulheres e homens da direita são maioria. Daí, o êxito desse malévolo cidadão ao ser eleito senador. Ele conspurcou a toga de magistrado. Coordenou ações e presidiu processos judiciais com fins políticos partidários. Recebeu apoio do tribunal federal de Porto Alegre e do superior tribunal de justiça (Brasília), no mais sórdido capítulo da história da magistratura nacional. O conluio entre essas instâncias judiciárias nivelou a magistratura às organizações criminosas.    
Tucano filho de tucano de Maringá/PR, Moro aceitou a missão de excluir o líder petista das eleições de 2018 a fim de aplainar o caminho para o candidato do PSDB chegar ao segundo turno. No ninho tucano havia certeza de que, com o afastamento do líder petista, o candidato tucano seria eleito. Aconteceu o inesperado. O deputado federal Jair Messias que corria por fora teve mais votos do que o tucano Alckmin, o pedetista Ciro e a ambientalista Marina. O deputado foi para o segundo turno disputar a presidência com Haddad, candidato que substituiu o líder petista. Frustrados pelo fracasso, tucanos, pedetistas e verdes juntaram-se aos outros partidos da direita para impedir a eleição do petista. Conseguiram. O indisciplinado, grosseiro e subversivo tenente do exército, reformado como capitão, foi eleito presidente da república! Moro trabalhou para o capitão só depois da derrota do tucano no primeiro turno. Ganhou o Ministério da Justiça.
A questão imobiliária está entre os itens da corrupção no governo. No direito civil brasileiro, prova-se a propriedade de bem imóvel mediante escritura de compra e venda registrada em cartório (CC 1.245). Boatos, convicções desprovidas de base material, não configuram e nem substituem título de propriedade. Os líderes tucano e petista e o atual presidente da república têm os seus nomes citados em comentários sociais como participantes de negócios de compra e venda de bens imóveis envolvendo dinheiro de origem ilícita, aquisições feitas em nome próprio e também de filhos, parentes e amigos. 
Assim foi com Fernando Henrique nas compras de fazendas e apartamentos, inclusive o de Paris. Nada foi investigado. Nada foi provado porque nada foi buscado. Com Luiz Inácio, as investigações aconteceram. A sua vida vasculhada pelo ministério público e pela polícia. Nenhuma prova foi encontrada. O petista foi processado e condenado sem que houvesse base material para tanto. Os processos foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O líder petista recuperou o seu status de inocência: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” (CR 5º, LVII). Com Jair Messias, as investigações estão em andamento provocadas pela notícia da compra de mais de 50 imóveis com dinheiro vivo. 
Tucano filho de tucano, Moro tomou o caso do apartamento de Paris ocupado periodicamente pelo líder tucano, como inspiração para atribuir ao líder petista a propriedade de imóvel que ele periodicamente ocupava sem que a escritura pública estivesse em seu nome. Por maliciosa interpretação do tribunal federal de Porto Alegre, acompanhada pela turma criminal do superior tribunal de justiça, foi expedido mandado de prisão contra o líder petista antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória proferida no fraudulento processo judicial. Essa precipitação violou a regra constitucional da presunção de inocência acima citada. 
Depois de 580 dias de ilegal prisão, o líder petista foi solto. O objetivo dos golpistas já fora alcançado. O STF reconheceu a parcialidade do juiz, a incompetência do foro de Curitiba e anulou todos os processos criminais instaurados contra o petista. Remetidos ao foro competente, todos os processos foram extintos por falta de amparo legal. Sobre isto, nesta semana, manifestou-se o ex-ministro do STF, Marco Aurélio, falseando a verdade tal como faz o seu candidato. Extintos os processos por vícios insanáveis, não sobrevive sentença de mérito. O arquivamento dos autos do processo é simples consequência administrativa da sua extinção. Portanto, pleno é o estado de inocência de Luiz Inácio Lula da Silva como cidadão moralmente idôneo. Esse caso, oriundo da abusiva e arbitrária operação lava-jato de Curitiba, envergonhou a magistratura nacional. Não só os processos contra Luiz Inácio, mas, também, todos os outros da mesma operação presididos pelo juiz parcial deviam ser anulados. As virtudes cardeais da judicatura foram vilipendiadas. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

VIDA POLÍTICA - III

Em consequência da intromissão de algumas seitas religiosas na vida política brasileira, a campanha eleitoral em curso (outubro/2022) incluiu a busca de votos no seio (i) da comunidade católica, que soma cerca de 150 milhões de brasileiros dos quais talvez 70 milhões sejam eleitores (ii) da comunidade protestante (histórica + neopentecostal) que soma cerca de 30 milhões de brasileiros dos quais talvez 15 milhões sejam eleitores. No Tribunal Superior Eleitoral inexistem estatísticas sobre eleitorado religioso. Esse dado pode ser encontrado (i) no recenseamento nacional periódico e (ii) nos registros das igrejas, aqui  de modo cauteloso, pois, a tendência geral é de cada uma exagerar a quantidade dos seus fiéis. 
Os valores espirituais integram a estrutura moral e influem nas decisões e condutas das pessoas. Os candidatos a cargos eletivos também tentam influir nas decisões e condutas dos eleitores. Para tanto, usam os valores espirituais nas suas retóricas como poder de influência e convencimento para atrair os votos dos católicos e protestantes. 
As pesquisas feitas na área religiosa podem ter a finalidade de amparar o malicioso questionamento do atual presidente da república contra a confiabilidade das urnas eletrônicas. Dirá, por exemplo, que as estatísticas calculavam em 50% as intenções de votos a seu favor e as urnas registraram apenas 30%. Logo, teria havido algum tipo de fraude, pois, de acordo com as pesquisas o vencedor seria ele e não o adversário. Pedirá a anulação do pleito. Em 2014, os tucanos golpistas pediram anulação à justiça eleitoral. Sem êxito. Como já se constatou nas eleições pretéritas, as urnas eletrônicas não mentem. 
Ante as discrepâncias apresentadas e a onda artificial em direção ao empate, torna-se imperioso investigar os institutos de pesquisas e seus diretores. Considerando que em política não há neutralidade, necessária tal investigação sobre preferências e mensurações manipuladas, mistura de dados reais com dados fictícios, insuficiências das amostragens e das  induções. Exemplo: Num total de 156 milhões de eleitores, são entrevistados só meia dúzia de eleitores no campo mais favorável ao apadrinhado.  
Diante das pesquisas que indicam votos de evangélicos para Luiz Inácio, surgem imediatamente pesquisas que indicam votos de católicos para Jair Messias. Malícia à parte, há votos nos dois lados. Tendo em vista o pluralismo religioso no Brasil, certamente há católicos, protestantes, judeus, muçulmanos, budistas, espíritas, que votaram e votarão nos dois candidatos. Rosacruzes, maçons, pitagóricos e ateus certamente votaram e votarão nesses candidatos. Entre todos eles, há os que se abstiveram e tornarão a se abster, os que votaram e votarão em branco e os que anularam e anularão o voto. 
Sabe-se que os eleitores católicos são mais numerosos, porém, não se sabe com certeza quantos votaram ou votarão neste ou naquele candidato. O voto é secreto e nem todos os eleitores revelam-no. Por diferentes motivos, os que revelam podem estar faltando com a verdade. Ante o costumeiro comportamento social da população brasileira, podemos classificar os católicos em dois tipos: A e B. 
Pertencem ao tipo A, homens e mulheres que frequentam a igreja regularmente e são receptivos aos sacramentos (batismo, confirmação, ordem, eucaristia, penitência, matrimônio, extrema unção). Provavelmente, esses católicos não votarão em Jair Messias pelos motivos já conhecidos da sociedade, inclusive as recentes e afrontosas visitas dele às festas religiosas de relevância simbólica para o catolicismo (N. Sra. Aparecida e Círio de Nazaré).  
Pertencem ao tipo B, homens e mulheres que só receberam parte dos sacramentos (batismo, confirmação) e não se mostram receptivos aos demais (ordem, eucaristia, penitência, matrimônio, extrema unção). Esses católicos não comparecem às missas e à sagrada comunhão (eucaristia) salvo esporadicamente por algum especial motivo (batizado, crisma e casamento dos filhos, cerimônia fúnebre). Para essas pessoas, o termo católico funciona mais como um rótulo do que uma autêntica profissão de fé religiosa. Do meio desses “católicos” provavelmente saíram e sairão alguns votos para Jair Messias. 

domingo, 16 de outubro de 2022

VIDA POLÍTICA - II

No Brasil, o legislador constituinte traçou as seguintes diretrizes de obrigatório acatamento por governantes e governados: 1. Estado democrático republicano federativo 2. Poderes independentes mas entre si harmônicos: legislativo democrático + executivo monocrático + judiciário aristocrático 3. Soberania popular, pluralismo político, sistema representativo, sufrágio universal, voto direto e secreto com valor igual para todos 4. Cidadania, dignidade da pessoa humana, trabalho e livre iniciativa coordenados 5. Limites ao poder do estado de tributar 6. Direitos e garantias incluídos nas cláusulas pétreas (qualquer alteração só pode ser feita por nova assembleia constituinte).  
Vida, liberdade, igualdade, propriedade, segurança e as diretrizes acima citadas são os valores fundamentais da república selecionados pelo legislador constituinte. Tais valores limitam e orientam as atividades dos governantes (parlamentares, chefes de governo e juízes). Como direito político fundamental, o voto direto e secreto tem igual valor para todos. Isto significa que o voto do bandido tem o mesmo valor do voto da mocinha. Exemplo: Os votos dados a Jair Messias por 2 atletas estupradores e 1 atleta homicida têm o mesmo valor dos votos dados a Luiz Inácio por Anita, Erundina e Kátia. Por seus votos, aqueles 3 homens entram no rol dos adeptos da autocracia, da violência e do ódio e aquelas 3 mulheres entram no rol dos adeptos da democracia, da paz e do amor. 
Nos países subdesenvolvidos, com seus assomos militaristas, avanços e recuos institucionais alternando-se, a consciência política do povo é débil. Esse atraso mental e cultural interessa aos políticos tradicionais, aos donos do dinheiro e às potências hegemônicas. Felizmente, cerca de 100 milhões de eleitores brasileiros ainda têm vergonha, sentimento ausente nos 50 milhões que votaram no imoral autocrata. O eleitorado simpático à democracia integra a porção maior do povo brasileiro. Com a soberana força do voto esse eleitorado derrotará o nazifascismo.  
A situação de inferioridade social dos pobres, negros e favelados é problema crônico da república brasileira. O preconceito contra essas pessoas incrustado na cultura brasileira motivou a cláusula que o  proíbe (CR 3º, IV). Externar preconceito publicamente em local aberto ou fechado, como fez Jair Messias ao qualificar de criminosos os favelados, caracteriza violação dessa norma constitucional. Se essa parcela da população teve facilitada as suas ascensões sociais e culturais e melhorado o seu padrão de vida nos anos 2003 a 2010, foi porque vigorava a democracia que permitiu o acesso combinado da esquerda com a direita moderada ao poder político. Depois da saída desse grupo do governo central, surgiram graves problemas: 33 milhões de crianças e adultos de ambos os sexos passando fome; vacinação negligenciada e centenas de milhares de mortos; meio ambiente degradado; juventude frustrada nas suas expectativas, educação negligenciada, professores mal remunerados; crise econômica, desemprego; invasão ilegal das terras dos povos indígenas, desmatamento e garimpo ilegais na Amazônia; relações internacionais estremecidas; avanço e protagonismo do nazismo e do fascismo na sociedade civil e no aparelho estatal.  
A comunidade nacional produz bens e serviços distribuídos em quantidades diferentes entre o setor público e o setor privado cuja soma no período de um ano denomina-se produto interno bruto (PIB). O desequilíbrio na repartição é normal. Exemplo: 70% ao setor privado e 30%, ao setor público. No setor privado, a concentração de renda é maior quando a liberdade supera a igualdade e menor quando a igualdade supera a liberdade. No setor público, a repartição do PIB obedece (i) às prioridades fixadas no programa do governo e (ii) aos interesses dos grupos civis, militares e religiosos que o apoiam. 
A forma democrática de governo pulsa de modo prático na vida da nação brasileira. Graças a esse modo de vida liberal e socialista, religioso e profano, cidadãs e cidadãos de origem humilde podem (i) ter acesso à universidade (ii) prestar concurso público e assumir cargos na administração pública (iii) fundar partidos ou a eles se associarem (iv) candidatar-se a cargos eletivos. Inconciliáveis no plano teórico, o liberalismo e o socialismo foram conciliados na vida política (dissonância cognitiva) mediante fórmulas jurídicas nas Constituições de 1934, 1945 e 1988.
A frouxidão moral de parcela do povo brasileiro radiografada nas eleições, justifica a inclusão da cláusula da moralidade na vigente Constituição (art. 37). A nação brasileira ainda não se livrou (i) dos preconceitos de origem, raça, cor, sexo (ii) do conceito desfavorável emitido pelo general De Gaulle: “O Brasil não é um país sério”. Assim, por exemplo, há eleitores que não têm vergonha de votar num indivíduo desqualificado como Jair Messias. Eleitor de bom caráter, boa formação moral, prefere votar em branco do que votar nesse candidato “terrivelmente evangélico” que cata votos em festas religiosas católicas.   

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

VIDA POLÍTICA

Política tem o prático sentido de ser o modo de vida de um ente social coletivo organizado com regras, métodos e meios para realizar os seus objetivos interna e externamente. Esse ente coletivo pode ser a família, a cidade, o estado, a empresa, o sindicato, a universidade, a igreja. 
A política afeta a vida de todos os integrantes do ente coletivo. Política eclesiástica afeta a vida dos sacerdotes, pastores, missionários e crentes; regula os serviços religiosos; cuida do patrimônio da igreja e da sua expansão; disciplina as suas relações com a sociedade e o estado. Política empresarial afeta a vida dos proprietários, empregados, fornecedores, consumidores; estabelece modos de negociação e de cumprimento das finalidades estatutárias; decide sobre o capital, investimentos, aquisição e alienação de bens, contratação de pessoal. Política estatal afeta a vida das pessoas físicas e jurídicas sob a jurisdição do estado; estabelece regras e estratégias para consecução dos objetivos nacionais; orienta o funcionamento do congresso nacional, da presidência da república, dos tribunais, ministério público, defensoria pública, forças armadas, empresa pública; indica os meios para assegurar o bem-estar geral e a eficácia dos direitos; cuida da segurança interna e externa; traça diretrizes para o desenvolvimento social e econômico; indica as linhas a serem seguidas nas relações internacionais. 
A vida política tem dimensão moral bipolar: honestidade e desonestidade, bondade e maldade, justiça e injustiça, verdade e falsidade. Nos países subdesenvolvidos, a vida política se depara com a insuficiência de renda, de alimento e moradia; precariedade dos serviços de saúde, educação, transporte e assistência social; debilidade do setor produtivo e da proteção e conservação do meio ambiente. A necessidade dos pobres e enfermos supera qualquer veleidade moral no ato de votar. Prevalecem os sentimentos de abandono e de impotência provocados pela falta de recursos materiais e pelo aguilhão da desigualdade, da enfermidade, da dor vivenciada. O desprezo pelo aspecto moral das escolhas ocorre também nas camadas remediadas e ricas da sociedade por distintos motivos e interesses. 
A república exige honestidade dos governantes (legisladores, chefes de governo, juízes), dos servidores civis e militares e do povo em geral. As eleições para cargos públicos funcionam como radiografia da estrutura moral do eleitorado. Considerando que o eleitorado constitui o círculo político ativo da sociedade, as eleições funcionam como radiografia da estrutura moral dessa mesma sociedade. Adultos de ambos os sexos escolhem os candidatos afinados com os seus parâmetros estéticos, intelectuais, morais e religiosos. Eleitores honestos e trabalhadores escolhem candidatos honestos e trabalhadores; eleitores desonestos e vagabundos escolhem candidatos desonestos e vagabundos. O eleitor escolhe o candidato à sua imagem e semelhança. Essa regra social genérica comporta exceções como, por exemplo, o eleitor enganado por notícias falsas ou por propagandas mentirosas. 
No Brasil, disputam a presidência da república: 1. O atual presidente, autocrata, deficiente moral, insensível à vida e à dor das pessoas, mostrou-se incapaz de bem administrar o país e de bem cuidar do povo. 2. O antigo presidene, democrata, moralmente idôneo, sensível à vida e à dor das pessoas, mostrou-se capaz de bem administrar o estado e de bem cuidar do povo quando exerceu a presidência. 
O setor religioso, com ênfase na ala protestante do cristianismo, despertou o interesse dos candidatos. O ramo neopentecostal do protestantismo cujos adeptos intitulam-se “evangélicos”, vinculou-se à política partidária. Os seus bispos e pastores, cativos dos bens materiais, mostram-se farsantes no que concerne ao evangelho, palavra de origem grega (eu-angelion) que significa “boa nova”. A Bíblia contém dois evangelhos: 1. A “boa nova” trazida aos hebreus-egípcios pelo príncipe egípcio chamado Moisés, que os tirou do Egito, onde estavam há 450 anos, e os levou para o deserto onde, a fio de espada, impôs a eles o monoteísmo do faraó Aquenaton (Amenhotep IV). 2. A “boa nova” trazida aos hebreus-palestinos (judeus ortodoxos, 2 tribos + israelitas heterodoxos,10 tribos = 12 tribos) pelo profeta israelita da Galiléia (região Norte da Palestina) chamado Yoshua = Jesus = o Cristo = o ungido da seita nazarena. Entre outras coisas, esse profeta contrariou dogmas judaicos, ofendeu autoridades judias, provocou tumulto, espancou os comerciantes na entrada do templo. A seguir, foi preso pela milícia do templo. O tribunal judeu em Jerusalém, na Judéia (região Sul da Palestina), condenou-o à morte. A pedido da autoriade judia, a sentença foi executada pela autoridade romana porque a Palestina estava sob o domínio de Roma. 
“Evangélicos”, antipetistas e nazifascistas, somam os 51 milhões de eleitores que, no primeiro turno, votaram no autocrata (outubro/2022). Da numerosa e violenta facção nazifascista fazem parte: “evangélicos”, fieis de outras religiões, maçons, ateus e antipetistas em geral. 


domingo, 9 de outubro de 2022

ANALFABETISMO POLÍTICO

Alguns brasileiros que acreditaram nas pesquisas de intenções de voto surpreenderam-se com os 51 milhões de votos dados a Jair Messias no primeiro turno destas eleições (outubro/2022). Esqueceram dos 57 milhões de votos que ele obteve no segundo turno das eleições de 2018. Agora, no segundo turno do processo eleitoral em curso, ele não irá muito além do que conseguiu no primeiro, embora tenha em seu proveito: (i) o mecanismo político e administrativo do estado por ele chefiado (ii) a distribuição das verbas previdenciárias e orçamentárias (iii) o generoso financiamento privado (iv) a coação dos empregadores sobre os empregados (v) o terror a que estão submetidos os crentes, pelos pastores evangélicos, e a população, pela milícia armada (vi) a intencional desinformação veiculada na rede de computadores. 
Sem ajuda igual ao do concorrente, Luiz Inácio obteve 57 milhões de votos. Se não esmorecer, chegará à casa dos 60 milhões no segundo turno.
Intenção de voto é maleável. Qual biruta de aeroporto, a vontade do eleitor pode mudar de direção conforme o vento. A pesquisa de intenções é especulação útil à imprensa que atiça candidatos e partidos, cria expectativas, faz da campanha eleitoral um espetáculo. Envolvido numa enganosa aura de exatidão matemática, o cálculo fundado nessa base é incerto. Nele, há intuição, indução, ilusão. Só o resultado saído das urnas eletrônicas é seguro e confiável.  
A vitória final de Luiz Inácio, apertada ou folgada, acontecerá. Ele não tem concorrente que o supere em carisma, popularidade, estatura política e valor pessoal. Ficaram no passado as grandes personalidades da política brasileira: Getúlio Vargas, Luiz Carlos Prestes, Plínio Salgado, Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart, Golbery do Couto e Silva, Antonio Carlos Magalhães, Miguel Arraes, Leonel Brizola, Ulisses Guimarães, Tancredo Neves. No presente, desponta a personalidade de Simone Tebet, por seu espírito público, por sua linguagem clara e vibrante, por sua franqueza, coragem, lucidez e cultura. Ela tem razão. Mais do que a disputa pelo cargo, mais do que a avaliação dos programas, o que mais importa neste momento é a defesa do estado democrático de direito e a recuperação da credibilidade do Brasil no concerto das nações. O momento é grave demais para o processo eleitoral ser tratado como jogo esportivo ou como festival de vaidades. Partidos aliaram-se depois do primeiro turno, juntaram suas forças para garantir o vigor do regime democrático e resistir ao avanço do nazifascismo. Esse fato ficará registrado como um dos mais belos capítulos da história do Brasil. 
Os dados e a dinâmica do pleito autorizam cálculo aproximado. Luiz Inácio obteve 57.259.504 votos; Jair Messias 51.072.345. O corpo eleitoral compõe-se de 156.454.011 eleitores. Do cálculo aritmético, resulta que 48.122.162 eleitores não votaram nesses dois candidatos. Deste saldo, 32.770.982 se abstiveram, 3.487.874 votaram nulo, 1.964.779 votaram em branco e 9.887.870 votaram validamente. Os candidatos esforçar-se-ão para atrair esses votos e acrescentá-los ao capital que formaram no primeiro turno. Se o quantum de abstenções, votos nulos e votos em branco do primeiro turno repetir-se, restarão só os 9.887.870 votos válidos para os candidatos dividirem entre si. 
Na disputa eleitoral, nem sempre a lógica e a sensatez prevalecem. Muitas vezes, o candidato menos qualificado é eleito, como aconteceu em 2018. No segundo turno desta eleição (outubro/2022) pode não haver acréscimos e sim decréscimos em relação ao resultado do primeiro turno, ou, haver acréscimo para um candidato e decréscimo para outro. O eleitor pode mudar de ideia e teclar outro número, anular o voto, ou, votar em branco. O ausente no primeiro turno comparece no segundo. O presente no primeiro turno não comparece no segundo. 
Por todo o território nacional há eleitor honesto, inteligente, sensato e há eleitor desonesto, burro, insensato. Os votos deles têm igual valor jurídico. Jair Messias transgrediu a regra constitucional do igual valor ao qualificar de analfabetos os eleitores do Norte e Nordeste por votarem em Luiz Inácio. No mesmo diapasão e com igual leviandade, poder-se-ia acusar os eleitores do Sul e Sudeste de analfabetos por votarem em Jair Messias, deficiente moral e intelectual, despreparado para o cargo, que envergonha a maioria da nação brasileira.  
Os votos obtidos por esse mau caráter refletem a ascensão do nazismo e do fascismo na Europa e na América. Confirma-se o constatado nas eleições de 2018: a existência de enorme contingente de civis e militares nazifascistas no Brasil. Misturados nos 51 milhões de eleitores do presidente, há evangélicos e antipetistas que não se consideram nazifascistas, sem perceberem que a sua mentalidade, as suas opiniões e as suas ações coincidem com o nazifascismo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

POLÍTICA + RELIGIÃO + MAÇONARIA

Causou estranheza ao mundo cristão (protestante e católico) a presença, em loja maçônica, do presidente da república que se diz evangélico. O evento foi gravado. Nesta semana, o vídeo circulou nas redes sociais.  
Do ponto de vista das liberdades públicas e dos direitos políticos, não há motivo para estranheza, pois o presidente está em campanha eleitoral para a sua reeleição. Como qualquer candidato, ele buscará votos nos lugares que lhe permitirem acesso e discurso.
Do ponto de vista da religião, entretanto, a estranheza é compreensível e justificada. Nesse terreno, a incompatibilidade entre a religião e a maçonaria é histórica e evidente. A original doutrina maçônica é contrária ao clericalismo, à comercialização da fé, ao desvirtuamento dos ensinamentos de Jesus pelas igrejas cristãs (católica e protestante). 
A ordem maçônica, fundada na Europa do século XVIII, deita raízes nas escolas de mistérios das civilizações egípcia, cretense, judaica, grega e romana. Reproduz a filosofia perene. Acolhe, no mundo moderno, os avanços da arte e da ciência. Dedica-se ao aprimoramento individual e social dos seres humanos. Nesse mister, atua na política mediante ideias, sentimentos e ações. Suas lojas (locais físicos de reuniões privadas) são teatros de conspirações políticas. 
Maçons ilustres e representativos participaram da Revolução Francesa (1789) da qual resultou: 1. O domínio da classe burguesa sobre a nobreza cortesã e o clero organizado 2. A valorização do capitalista e o derretimento do nobre 3. A prevalência da tríade liberdade + igualdade + fraternidade sobre a autoridade absoluta do governo deposto. 4. Monarquias e repúblicas estruturadas por constituições escritas pelos representantes do povo, funcionando à luz do direito burguês e sob o manto da igualdade de todos perante a lei 5. Deslocamento do poder soberano do monarca para o povo 6. Novos costumes 7. Nova cultura. 
No Brasil, além de movimentos regionais, os maçons participaram dos movimentos políticos nacionais [i] pela independência (1822) [ii] pela república (1889) [iii] pela implantação da ditadura militar (1964).
A maçonaria foi progressista nos séculos XVIII e XIX. Todavia, após a Revolução Russa (1917), posicionou-se como instituição política de direita e conservadora. Durante a ditadura militar brasileira (1964-1985) a maçonaria apoiou os presidentes militares. Agora, confirma a sua posição, à direita do espectro político, ao ceder sua loja ao presidente nazifascista de formação militar, candidato à reeleição. Sistema e ordem formam a base da organização maçônica. Hierarquia e disciplina formam a base da organização militar. Daí, a afinidade dos maçons com os militares. Portanto, nestas eleições (outubro/2022) os maçons provavelmente votarão no candidato nazifascista. Não custa lembrar: o nazismo alemão tinha o seu círculo interno secreto nos moldes maçônicos.  
Há evangélicos incomodados com essa proximidade do inimigo da sua religião. A maçonaria visa a iluminação espiritual e o desenvolvimento do eu interior de cada pessoa; propõe-se a livrar as pessoas das trevas da ignorância. A religião institucionalizada, por seu turno e para sobreviver, necessita manter as pessoas nas trevas da ignorância. Daí, a visceral incompatibilidade (i) da verdade esotérica com a crença religiosa (ii) da ciência com a religião.
Sentindo-se aviltados na sua fé religiosa pela conduta do presidente, o cristão protestante e o cristão católico provavelmente votarão no concorrente dele, caso não resolvam anular o voto.  
A ordem rosacruz, fundada na Europa do século XVII, precede a maçonaria. Suas raízes estão nas antigas escolas de mistérios egípcia, cretense, judaica, grega e romana. Sistema e ordem formam a base da sua organização. Seu propósito é a iluminação espiritual e a expansão do eu interior de cada buscador, na linha socrática do “conhece-te a ti mesmo”. Nasce nos estertores da Idade Média ocidental. Abre-se aos novos conhecimentos científicos, aos novos costumes, à nova cultura renascentista. Conserva a herança mística recebida das matrizes orientais.
Homens e mulheres representativos integraram a fraternidade rosacruz, que se ocupa mais com as questões espirituais e menos com as questões materiais. A doutrina rosacruz é transmitida oralmente aos membros da organização nas lojas (locais físicos de reuniões privadas) e também por escrito nos lares. Essa ordem defende a liberdade de crença; não funciona como religião institucionalizada. Admite pessoas adultas de ambos os sexos, independente da crença religiosa, desde que acreditem na existência de deus, sejam alfabetizadas e disponham de renda para ajudá-la a se manter. 
No passado, a ordem rosacruz e a ordem maçônica, por motivo de segurança, funcionavam em segredo. A partir do fim da segunda guerra mundial (1945) passaram a funcionar publicamente nos estados laicos e democráticos. O sigilo ficou restrito aos ensinamentos e rituais privativos dos seus membros. A loja maçônica continua a ser local de conspirações, tal como no passado. 

domingo, 2 de outubro de 2022

NOVO BRASIL

Hoje, domingo, 02/10/2022, é o dia da festa cívica nacional. As eleitoras e os eleitores com seus votos desenharão nas urnas eletrônicas o novo Brasil para os próximos 4 anos (2023-2026). 

A urna eletrônica está programada para receber os votos na seguinte ordem: 1. Deputado federal 2. Deputado estadual 3. Senador 4. Governador 5. Presidente. A eleitora e o eleitor devem teclar, nessa ordem, o número de cada candidata ou candidato.

O voto é a manifestação periódica da vontade do povo, afirmação da cidadania, expressão da soberania popular, confirmação da democracia por ato concreto de cada eleitora e de cada eleitor. 

Destarte, não deixe de votar. Não anule o seu voto. Não vote em branco. Vote em moreno. Vote na morena Gabriela Lima para deputada federal. Tecle 1 3 3 1.