sábado, 4 de junho de 2011

VIAGEM4

Depois de três voltas no mesmo circuito rodoviário e de várias tentativas para traduzir as informações, percebemos a impossibilidade de entrar de carro em Veneza. Os automóveis ficam estacionados em garagem no continente, retira-se a bagagem, caminha-se até a estação do vaporetto (condução aquática municipal) ou até a estação das barcas pouco mais adiante, embarca-se. Por meio desse tipo de transporte entra-se em Veneza, onde não há trânsito de veículos automotores pelas ruas. Anda-se a pé. Pelos canais, a locomoção é por gôndola (turismo), barco ou lancha (transporte comum), todos em baixa velocidade. Para não enfrentar a fila na estação do vaporetto, servimo-nos da barca que, espaçosa, permitia ampla visão do movimento no grande canal e das casas oficiais e residenciais às margens. Como faziam antes e depois de Veneza, Jussara e Rafael fotografavam tudo o que lhes chamava a atenção. Hospedamo-nos em hotel da rede Best Western localizado na Praça de São Marcos, praça em que se localiza também a basílica. A fila para entrar nessa igreja é enorme. No entorno da praça há lojas, bares e restaurantes, comércio intenso, gente aos borbotões. Os funcionários do hotel demoraram a encontrar nossa reserva porque estava em nome de Sebastião de Lima/Antonio ao invés de Lima/Antonio Sebastião. Pois é. Sob a sacada dos quartos há um canal que ali tem o seu limite. Na cabeceira, os gondoleiros aguardam os turistas; falam e riem alto, algazarra que cessa à noite. O silêncio volta a reinar para descanso e sossego dos hóspedes. Fizemos dois passeios de gôndola de 30 minutos cada um em dias diferentes, partindo de estações diferentes e seguindo itinerários diferentes. A paisagem pouco mudou: casas antigas, algumas necessitando pintura, gabarito de dois andares, sacadas, bandeiras e roupas dependuradas, entradas e saídas para hotéis, lojas e restaurantes. Os gondoleiros mostram habilidade ao conduzir as gôndolas pelos estreitos e movimentados canais. A cidade explora o turismo e os comerciantes exploram os turistas. Tudo é bem mais caro em Veneza do que nas outras cidades italianas. As estreitas ruas ficam apinhadas de gente caminhando, entrando e saindo de lojas, bares, restaurantes, cafeterias. Grupos de turistas dificultam o trânsito dos demais pedestres. A situação piora quando eles param para ouvir explicações do guia. No terceiro dia da nossa visita saímos cedo de Veneza em virtude da chegada do papa e das cautelas exageradas decorrentes: vias impedidas, revistas pessoais em terra, helicópteros nos ares, lanchas nas águas. O assassinato de Osama Ben Laden dobrou os cuidados com a segurança do pontífice. O temor de represália agravou a paranóia. Na porta do hotel, voltada para o canal, entramos no taxi (lancha) e rumamos para o continente. Do grande canal, apreciamos o panorama em clima de melancólica despedida. Arrumamos a bagagem no automóvel e partimos para Florença.
Firenze = Florença = Florida = Cidade das Flores. Na estrada, tal qual aconteceu na chegada em Veneza, ultrapassamos a entrada da cidade apesar de equipados com o GPS. Fizemos o retorno alguns quilômetros adiante. Dias lindos. Bom astral. Seguimos a rotina: hotel da rede Best Western, um quarto para o Rafael e outro para o casal Jussara e Antônio. Há um padrão nos hotéis em que nos hospedamos: desjejum incluído na diária servido até as 10,30 horas, composto de sucos, água, café, leite, cereais, frutas, ovos mexidos, queijo, manteiga, geléia, pães e bolos; estacionamento privativo pago à parte. Nós utilizamos taxi até o centro da cidade. A seguir, a pé e de ônibus, conhecemos a parte alta da cidade, imensa e bem cuidada área verde, belas casas residenciais da burguesia florentina, e a parte central, com suas praças, monumentos, amplas avenidas, estreitas ruas, pontes sobre o Rio Arno (que corta a cidade ao meio). Nós três nos sentimos muito bem em Florença.

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