segunda-feira, 30 de março de 2015

FUTEBOL



No jogo amistoso contra a seleção da França, em Paris (26/03/2015), a seleção brasileira de futebol masculino apresentou deficiência no ataque apesar de ter vencido (3 x 1). Começou perdendo e terminou vencendo o jogo, o que foi bom para aumentar a confiança dos jogadores no seu potencial e na sua capacidade de recuperação. O primeiro gol da seleção brasileira contou com o esforço de Oscar e uma pitada de sorte. O segundo gol resultou de boa jogada dos brasileiros e da proveitosa finalização de Neymar. O terceiro gol resultou de cobrança de escanteio com oportuno e eficaz cabeceio de Luis Gustavo.

Durante a partida foi possível notar a insistência do ataque pela esquerda onde se posicionava o jogador Neymar. A ala direita ficou sem função a maior parte do tempo. Capenga desse jeito, a seleção facilita o trabalho da defesa adversária. Necessário escalar um bom atacante que saiba atuar eficientemente na ala direita e confundir a defesa adversária. Desse modo, a seleção atacará tanto pela direita como pela esquerda por diferentes e bons jogadores. A equipe adversária terá de distribuir os seus defensores e, assim, abrir espaço para a penetração dos atacantes brasileiros. A seleção carece de inteligência e liderança no setor de armação. Notou-se, também, a falta de um centroavante do tipo Luis Fabiano, que saiba movimentar-se fora e dentro da área adversária, driblar, prestar assistência, aproveitar oportunidades e fazer gols. 

No jogo amistoso contra a seleção do Chile, em Londres (29/03/2015), a seleção brasileira apresentou deficiências em todos os setores, o que é compreensível, pois o treinador testava jogadores que ainda não haviam atuado. Em jogo preparatório de campeonato internacional, o comportamento do jogador estreante não é o mesmo do treino ou do clube em que atua. O entrosamento entre os jogadores fixos e os jogadores estreantes demanda tempo; uma só partida é insuficiente para tal desiderato. A seleção chilena aproveitou-se da situação e esteve melhor durante a partida. Apesar disto, coube à seleção brasileira a magra e sofrida vitória decorrente da trama bem urdida pelo setor direito do ataque (1 x 0).  

O fato de Robinho ficar no banco explica-se: ele já foi testado. Os novos é que precisam do teste. O importante é participar de todos os treinos e manter conexão em campo com os demais convocados, pois ele poderá ser decisivo na Copa América a ser disputada no Chile no meio do ano (inverno). A seleção chilena é forte candidata ao título ao lado da seleção argentina. A comissão técnica da seleção brasileira repete erros do passado ao desprezar bons jogadores, veteranos ainda em forma, tais como: KK, Lucas, Luis Fabiano, Ronaldinho Gaúcho. Resolvidos o problema físico e o problema familiar, KK voltou a apresentar o seu bom futebol. Esses jogadores ainda podem atuar na Copa América (2015). A Copa do Mundo está longe e até lá novos talentos podem surgir e se firmar (2018).

Embora esforçados, alguns convocados e estreantes estão aquém da eficiência e do talento dos jogadores acima citados. Assim como a seleção brasileira anterior, a de 2015 parece corpo sem alma. As jogadas coletivas parecem robóticas. Os jogadores parecem células desprendidas do organismo e conectadas ao acaso. Falta aquele clima de união espiritual – autêntica e não artificial – bem evidenciado em outras seleções brasileiras, como as de 1970, 1982, 1994.  

Manter no ataque apenas o jogador Neymar é pouco. Como estrela de primeira grandeza, esse jogador recebe marcação implacável, situação agravada por sua fama de cai-cai. Na copa mundial de 2014, a sua atuação foi discreta. A continuar na mesma toada, a seleção brasileira obterá novamente um suado quarto lugar, se tanto. Convém não se iludir com a série de oito vitórias nos jogos amistosos da fase preparatória que terminou neste domingo. Como dizia mestre Didi: treino é treino, jogo é jogo. Durante os jogos da Copa América, veremos outra realidade. Assim como a brasileira, as demais seleções também farão seus ajustes. Todas entrarão em campo dispostas a vencer. Na eventualidade de alguma equipe se reconhecer tecnicamente inferior, buscará, pelo menos, o empate, sem perder a esperança no tropeço da equipe que se apresentar como superior.

Espera-se que, desta vez, o interesse financeiro de empresários e patrocinadores na convocação de jogadores não suplante o interesse esportivo no bom desempenho da seleção brasileira e que o trabalho nefasto dos cartolas não se repita.

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