sábado, 4 de fevereiro de 2012

VIAGEM

IV

A recepção.

Notava-se, tanto na igreja como no local da recepção dos convidados, a atividade dos funcionários da empresa que organizou o evento. No Rebouças, bairro próximo ao centro da urbe, situa-se o center hall, lugar da recepção dos convidados. Como em outras cidades deste país de espírito colonizado, Curitiba também paga tributo à vassalagem ao utilizar idioma estrangeiro para nomear coisas e lugares para os quais há palavras adequadas no vernáculo. 

Bem distribuídas no amplo salão, mesas grandes e redondas, com cadeiras em volta, talheres, pratos, copos e guardanapos sobre o tampo. Algumas eram privativas dos pais, padrinhos e cônjuges (já não eram mais noivos, pois haviam casado no civil e no religioso). Depois da chegada de todos os convidados, sobraram poucos lugares. Os convidados formaram corredor e os cônjuges fizeram entrada triunfal pelo centro do salão. Rafael (o marido) pouco flexível. Marcela solta, alegre, largo sorriso, bamboleia, a caminhar e dançar no embalo da música. Duas telas altas ao fundo, uma de cada lado do salão. Projeção musicada do filme cujos protagonistas eram os dois. Canapés pra lá, canapés pra cá, cervejas, caipirinhas, uísque, vodca, refrigerantes, água, servidos generosamente. Hora do bufê. Carne, massa, salada. Bons sabores. Como nos albergues, os convidados empunhavam os pratos ordeiramente na fila. Durante a festa mantive agradável conversa com o marido de Flávia, minha sobrinha neta, irmã de Marcela, com os componentes da mesa, Anunciada, Beto e esposa, Viviane e marido, Rafael (meu filho) e com adventícios ocupantes de outras mesas, como Adília, Juliano e Vinícius. A preocupação com a aparência e a elegância não durou muito. O DJ era competente e tocou boas músicas. Primeiro, os cônjuges, depois, os convidados, adentraram a pista e bailaram. Minhas irmãs (Adília, Anunciada e Arlete) e seus filhos, netos e bisnetas não se fizeram de rogados: mandaram brasa ao som daquela música animadíssima. Cansado da locomoção desde o início da viagem, de conversar, beber, comer e dançar, me retirei da festa à francesa. Rafael me acompanhou e manifestou cuidado com o ar frio da noite curitibana enquanto nos dirigíamos ao local onde estacionáramos o automóvel. Ainda havia suor no meu corpo e na minha camisa resultante da dança frenética. Coloquei o paletó. No hotel, relaxante banho morno ajudou no repouso.

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