quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

VIAGEM

II

A circulação.

Quinta feira, sem hífen. Os gramáticos autorizados ditam novas regras sem qualquer importância para a transmissão do conhecimento ou a comunicação de fatos, idéias e sentimentos. Obedeçam-nas eles próprios e as novas gerações! Quanto a mim, da antiga geração, vou colocar hífen e acento onde e quando achar adequado.

Depois de nos instalarmos no hotel e nos agasalharmos contra o frio de inverno do verão curitibano, percorremos a Rua das Flores e fomos até a Rua 24 Horas, com sua cobertura em arcos, alta e envidraçada em toda a extensão, pista estreita calçada de 100 metros de comprimento, aproximadamente, com lojas e lanchonetes em ambos os lados. Ali fizemos um lanche reforçado, pois não havíamos almoçado. Ao retornar, batemos ponto no Café Avenida. Tomamos cafezinho naquela área chamada “boca maldita”. Paranaenses ali se reúnem para criticar de modo folgado e pejorativo pessoas físicas e jurídicas e entidades públicas e privadas.

Sexta feira, sem hífen. Rumamos a Santa Felicidade, bairro gastronômico de Curitiba, colônia italiana. Objetivo: visitar minha irmã Anunciada, nome da minha avó paterna, a tirolesa Annunciata (emigrara do Tirol). Ao chegar, fiquei aturdido. A casa sumira. Pensei: “minha irmã foi abduzida com casa e tudo”. Há seis anos eu não a visitava. Os vizinhos indicaram nova casa no mesmo terreno da antiga. Informaram que Anunciada continuava a morar no local. Viúva e morando sozinha, ela demoliu a casa antiga e construiu outra menor, bem arquitetada. Batemos palma. Entre o portão e a casa há espaçoso gramado. Ela apareceu seguida pelo Beto, meu sobrinho. Abraçamo-nos, entramos e vistoriamos a nova residência. Espaço bem aproveitado. Ambiente agradável. Após cafezinho e bate papo de recém chegado, fomos conhecer a casa do Beto, no terreno anexo, sobradinho semelhante ao da mãe, bem construído. Almoçamos espaguete e salada, tudo improvisado pela Anunciada, pois a surpreendemos em visita não anunciada. Conversamos sobre o passado e o presente. Lembramos de coisas da nossa infância, dos dias fastos e nefastos, das alegrias e tristezas, dos ganhos e das perdas. Rafael e Beto conversaram, entre outros assuntos, sobre pescaria e paraquedismo. Beto e eu lembramos da “ximbica”, utilitário Ford modelo 1929, do pai dele, Carlito, usada nas pescarias das quais participava a família do Tcheco, meu irmão. Esporadicamente, eu, solteiro, seresteiro, usava a “ximbica” na boemia. A tarde findou. Combinamos encontro na igreja São Vicente de Paulo, às 20,10 horas, na celebração do casamento da Marcela, filha da Jane, filha da Anunciada.

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