quinta-feira, 11 de agosto de 2011

POESIA

Se todas as moças do mundo / quisessem se dar / a mão ao redor do mar / poderiam dançar / uma ciranda. / Se todos os rapazes do mundo / quisessem ser marinheiros / sairiam em barcos ligeiros / pelo mar profundo / saltando de onda em onda. / Poderiam então / fazer uma ciranda / ao redor do mundo / se toda gente do mundo / quisesse se dar a mão. (“Ciranda ao redor do mundo” – Paul Fort).

Almoçava o meu frango. O cão e o gato / comiam ao redor de mim o resto / dos ossos que caiam do meu prato. / E, patrão honesto / vigiei, sem preguiça / a distribuição / com toda justiça / e sem distinção. / Mas, uma vez vazio o prato, eu / vendo o gato sair, disse: - Que foi? / Vai-se embora? – De certo! Respondeu / pois o frango também já se não foi? / O contrário, porém, com o cão se deu / que em alegria acesa / me veio ao colo e minhas mãos lambeu. / - Bravos! Eu disse, mostras, à nobreza, que inda há no mundo alguma coisa sã! / E ele responde: - Sim, pois com certeza / outro frango teremos amanhã. (“Gratidão” – Trilussa = Carlo Alberto Salustri).

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