EUROPA (1800
a 1900). Continuação.
A natureza, o homem e a
sociedade são estudados sob novos prismas nesse período, o que enseja novas
ciências: Geologia, Química, Biologia, Paleontologia, Filologia (estudo do
sânscrito, dos hieróglifos, da escrita cuneiforme, das relações entre os
idiomas e a possibilidade de uma ancestral língua-mãe), Antropologia,
Sociologia, Psicologia, Psicanálise.
Teorias evolutivas sobre o planeta, plantas e animais foram expostas por Comte de Buffon em “As Épocas da Natureza” (1778), por Erasmus Darwin em “Zoonomia” (1794), por James Hutton em “Teoria da Terra” (1795) e Lyell em “Princípios de Geologia” (1833). A sucessão histórica das camadas terrestres podia ser datada pelos fósseis encontrados em cada uma delas, conforme descobriu o engenheiro William Smith (1790). Fósseis humanos provavam a existência da espécie no planeta desde priscas eras. A prova definitiva veio com a descoberta do Homem de Neanderthal (1856). Os geólogos também procuravam respostas às questões sobre a distribuição de terra, água e montanhas no planeta.
Teorias evolutivas sobre o planeta, plantas e animais foram expostas por Comte de Buffon em “As Épocas da Natureza” (1778), por Erasmus Darwin em “Zoonomia” (1794), por James Hutton em “Teoria da Terra” (1795) e Lyell em “Princípios de Geologia” (1833). A sucessão histórica das camadas terrestres podia ser datada pelos fósseis encontrados em cada uma delas, conforme descobriu o engenheiro William Smith (1790). Fósseis humanos provavam a existência da espécie no planeta desde priscas eras. A prova definitiva veio com a descoberta do Homem de Neanderthal (1856). Os geólogos também procuravam respostas às questões sobre a distribuição de terra, água e montanhas no planeta.
No campo da Física, os
estudos multiplicaram-se. Galvani descobriu a corrente elétrica em 1786. Volta
construiu a bateria elétrica em 1799.
A eletrólise é descoberta em 1800. A conexão entre
eletricidade e magnetismo é feita em 1820 e Faraday estabelece a relação entre
essas forças em 1831. John Dalton (1766 a 1844) inglês, quacre, professor, reviveu
a teoria atômica e fez recrudescer o interesse dos cientistas nesse campo do
que resultou pleno desenvolvimento da ciência e da tecnologia nuclear no século
XX. Do estudo das relações entre calor e energia, motivado pela máquina a
vapor, são formuladas as leis da termodinâmica. Sadi Carnot antecipou a
percepção física dessas leis nas suas “Reflexions sur la Puissance Motrice
du Feu”, em 1824. Hermam von Helmhotz (1821 a 1894) formulou o princípio da
conservação da energia. Este princípio foi considerado a primeira lei da
termodinâmica: a energia total do
universo é constante; pode ser mudada de forma, mas não pode ser criada e nem
destruída. William Thompson enuncia o princípio da degradação da energia,
considerado a segunda lei da termodinâmica: enquanto
a energia do universo se mantém constante, a quantidade útil da energia
decresce constantemente.
Clerck Maxwell (1831 a 1879) levanta a
hipótese de a luz comportar-se à semelhança das ondas eletromagnéticas.
Heinrich Hertz provou, em 1887,
a existência de ondas elétricas de alta freqüência
difusas pelo espaço com características da luz. Wilhelm von Röntgen descobriu o
Raio X em 1885. Tal descoberta levou à hipótese de raios semelhantes serem
produzidos pela natureza. Esta hipótese foi confirmada com a
descoberta do urânio (1896). Madame Curie descobre o rádio, elemento muito mais ativo (1898). Segue-se a teoria da
desintegração: vários elementos radioativos se decompõem para formar elementos
mais simples ao mesmo tempo em que liberam energia elétrica. A luz, a
eletricidade, os raios X e todas as formas de energia foram considerados da
mesma essência. Esta conclusão conduz à revisão da teoria sobre a matéria.
Hendrick Lorentz duvidara da solidez e da indivisibilidade do átomo referidas
pelos gregos e por Dalton. Levantou a hipótese de o átomo ser composto por
unidades elétricas menores (1892).
A Química adquire status científico. Lavoisier (1743 a 1794) imprimiu
caráter científico à química e publicou o “Tratado Elementar de Química”. Esta
ciência teve e continua a ter larga aplicação na produção industrial,
inicialmente no campo têxtil, posteriormente em outros campos como o da
agricultura, o da análise de recursos minerais, o farmacêutico, cerâmica,
metalurgia, iluminação a gás. A indústria química alemã liderada pelas firmas
Bayer e Hoechst produzia 90% dos corantes industriais do mundo. Descobriu-se
que os elementos químicos do reino mineral estão presentes também nos reinos
vegetal e animal; que a química tanto pode ser orgânica (síntese em laboratório de compostos de seres vivos) como inorgânica (respiração = combustão do
oxigênio no organismo vivo). A teoria atômica de Dalton tornou possível a
invenção da fórmula química e esta, por sua vez, possibilitou o estudo da
estrutura química da matéria.
James Prichard (1786 a 1848) e Edward
Burnett Tylor (1832 a
1917) publicam estudos antropológicos acerca da evolução física do homem,
diversidade dos tipos humanos e das culturas primitivas. O francês Augusto
Comte (1798 a
1857) e o inglês Herbert Spencer (1820 a 1903) publicam seus estudos sobre a
origem e a evolução da sociedade. Wilhelm Wundt (1832 a 1920) estuda o
psiquismo humano e enseja a autonomia científica da Psicologia. Ivan Pavlov (1849 a 1936) descobre o
reflexo condicionado ao fazer experiências com animais. Sempre que os
alimentava, dava-lhes um sinal, como o toque de uma campainha. Após algumas
repetições, tocava a campainha sem lhes dar comida alguma. As reações
fisiológicas aconteciam como se os animais recebessem de fato o alimento. O
animal assume determinado comportamento ao reagir a certo estímulo. A
descoberta de Pavlov conduziu ao estudo da influência da mente sobre a
fisiologia do organismo humano. Alguns dos seus adeptos fundaram o
behaviorismo, tipo de psicologia que reduz o comportamento humano a uma série
de reações físicas, químicas e fisiológicas aos estímulos recebidos. Os behavioristas
afirmam que falta conteúdo aos conceitos de mente
e de consciência. Dizem que o
pensamento é uma forma de o sujeito falar com ele mesmo; que emoções e idéias
são reações fisiológicas a estímulos oriundos do ambiente.
Sigmund Freud (1856 a 1939), médico,
nascido na Áustria no seio de família judia, inaugura a Psicanálise. Ele admite
a existência da mente consciente, mas dá maior importância ao subconsciente na
determinação do comportamento humano. Na opinião dele, o ser humano é
essencialmente egoísta, uma criatura impelida por impulso sexual, por ânsia de
poder e de preservar a si próprio. Tais impulsos são levados ao subconsciente
por serem estigmatizados pela sociedade como pecaminosos. Ali permanecem como
desejos recalcados. No entanto, podem emergir através dos sonhos, de enganos
embaraçosos ou de lapsos de memória. Desordens mentais e nervosas resultam do
conflito entre os instintos naturais e as restrições impostas por um meio
pervertido (igrejas, instituições moralistas). O inconsciente não pode ser
diretamente observado.
A teoria dos sonhos vem exposta em “A Interpretação
dos Sonhos”, publicada em 1900.
A teoria do esquecimento vem exposta em “Psicopatologia
da Vida Cotidiana”, publicada em 1904. O sonhar permite liberdade e fantasia
que o sujeito não se permite quando acordado. No sonho o sujeito realiza
desejos e anseios reprimidos na vida cotidiana desde a infância até a idade
adulta. Cumpre revelar o verdadeiro significado do sonho para fins
terapêuticos. Identificar e decifrar símbolos que ocultam a verdade, o sentir e
o pensar autênticos, faz parte dessa terapêutica para as desordens neuróticas
geradas pela repressão. Freud relaciona o esquecimento também a um mecanismo de
repressão: por vezes, o sujeito esquece por ter medo de lembrar. Necessário
compreender aquilo que faz o sujeito evitar a recordação.
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