Europa. (Cristianismo. Continuação).
O “apóstolo” Paulo alinha vários conselhos e
regras de conduta aos homens e mulheres comuns, aos anciãos, às viúvas, aos
escravos, aos diáconos e bispos. Organiza a igreja e a hierarquia eclesiástica.
Qualifica de sublime o episcopado. O bispo deve ser irrepreensível,
prudente, sóbrio, hospitaleiro, regrado no seu proceder, capaz de ensinar,
casado uma só vez, governar bem a sua casa, educar os seus filhos na obediência
e na castidade. Apesar das dificuldades do ministério, os bispos devem
perseverar na sua missão e não se enredar em controvérsias. {Nem sempre o que deve
ser, é. A igreja medieval instituiu o celibato. Há papas, bispos
e padres pedófilos, masturbadores, mulherengos, homossexuais, argentários,
polêmicos. Em março de 2014, Bento, papa honorífico, escreve um texto de
censura a Francisco, papa jesuíta}.
O “apóstolo” Paulo, em sua epístola, diz que o
diácono também deve ser virtuoso. Ele orienta o ministério dos bispos, a
especial atenção que devem dar aos idosos e às viúvas. Dita normas aplicáveis
aos presbíteros: dupla remuneração quando dedicados à pregação e ao ensino;
duas testemunhas, no mínimo, para ser recebida acusação contra eles. {Testis unus, testis nullus}. Ao
faltarem às suas obrigações, os bispos devem ser repreendidos diante de todos
para que os demais se atemorizem. Recomenda aos seguidores cautela ao impor as
mãos {terapia magnética utilizada por Jesus} a fim de não se tornarem cúmplices
dos pecados alheios. O dinheiro está na raiz de todos os males. A piedade deve
ser distribuída sem qualquer interesse pecuniário. O homem de deus combate o
bom combate da fé. Paulo exorta os ricos a abdicarem do orgulho e a não
depositarem na riqueza as suas esperanças; que pratiquem o bem e façam boas
obras; que sejam generosos e comunicativos.
A carta expõe a magnificência de Jesus, a sua
condição de filho de deus, fato que o sobrepõe aos anjos, aos profetas e aos
sacerdotes. {Paulo diviniza o homem Jesus, no que foi imitado por alguns
apóstolos, inclusive João}. Censura aqueles que saíram do Egito, conduzidos por
Moisés, por se revoltarem contra a pregação de Jesus {censura os descendentes
dos hebreus do êxodo}. Lembra que Jesus esteve indignado com os judeus durante
40 anos. {Portanto, Jesus tinha 52 anos de idade quando foi crucificado, posto
que, segundo o NT, aos 12 anos Jesus teve a primeira discussão com o sacerdócio
judeu; 12 + 40 = 52}. Paulo adverte: o sacrifício de Jesus esvaziou de
importância os sacrifícios do culto hebraico (holocaustos). Na opinião dele, os
personagens do AT não obtiveram o cumprimento de todas as promessas feitas pela
divindade, enquanto que os do NT vê-las-ão todas cumpridas. {O deus de Paulo e
dos judeus faz promessas, o que não se compatibiliza com o deus do universo,
onipotente e onisciente. Pior: aquele deus não cumpre as promessas que faz, ou
seja, é um deus enganador}. Paulo aconselha os crentes a se cuidarem a fim de não
serem excluídos da companhia de deus, como foram os judeus.
Paulo solicita atenção à mensagem trazida por
Cristo, pontífice eterno segundo a ordem de Melquisedec e não segundo a ordem
hebraica de Aarão. {Rei de Salém, que significa rei da paz, Melquisedec
também era rei da justiça (significado do seu nome). A esse rei
estrangeiro, sem genealogia, sem pai, sem mãe, cuja vida não tem começo nem
fim, Abraão foi prestar tributo de vassalagem, pagar o dízimo e pedir as
bênçãos}. Argumento de Paulo: se a perfeição tivesse sido realizada pelo
sacerdócio levítico (porque é sobre este que se funda a legislação dada ao
povo) que necessidade havia ainda de que surgisse outro sacerdote segundo a
ordem de Melquisedec e não segundo a ordem de Aarão? Pois, transferido o
sacerdócio, forçoso é que se faça também a mudança da lei. Em outra carta,
com outras palavras, Paulo disse que a lei de Jesus não revogara a lei de Moisés.
Agora, nesta carta, Paulo diz: que a antiga lei está revogada por sua
ineficácia e inutilidade; que a igreja cristã tem um sumo sacerdote (Cristo)
sentado à direita da majestade divina, cujo tabernáculo está localizado no
próprio céu e não foi construído por mãos humanas; que Cristo é o mediador do
NT e a sua morte expiou os pecados cometidos na vigência do AT. {Quem morreu
foi Jesus, o profeta. Cristo é uma condição especial de quem recebe
unção. Há vários cristos na história da humanidade}.
Paulo
exorta os crentes à fidelidade, à perseverança, à assistência mútua. Aos
apóstatas, diz ele, está reservado o fogo ardente. O fundamento da esperança é
a fé: certeza a respeito do que não se vê. O mundo formou-se pela
palavra de deus. As coisas visíveis se originaram do invisível. Pela fé, Enoc
foi arrebatado sem ter conhecido a morte. Os que claudicam, tornem ao bom
caminho e não se desviem. Paulo repete as recomendações de hospitalidade,
benemerência, liberalidade, obediência, fidelidade conjugal, viver sem avareza
e fortificar a alma pela graça. Informa que Timóteo saiu da prisão. Roga a
todos que, de boa mente, recebam as exortações.
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