sexta-feira, 29 de julho de 2011

POESIA

Onde estão Elmer, Herman, Bert, Tom e Charley / o irresoluto, o de braço forte, o palhaço, o ébrio, o guerreiro? / Todos, todos, estão dormindo na colina. / Um morreu de febre, um lá se foi queimado numa mina / o outro foi assassinado num motim, o quarto se extinguiu na prisão / e o derradeiro caiu de uma ponte quando trabalhava para a esposa e os filhos. / Todos, todos, estão dormindo, dormindo, dormindo na colina.
Onde estão Ella, Kate, Mag, Lizzie e Edith / a de bom coração, a de alma simples, a alegre, a orgulhosa, a feliz? / Todas, todas, estão dormindo na colina. / Ella morreu de parto vergonhoso / Kate de amor contrariado / Mag nas mãos de um bruto no bordel / Lizzie ferida em seu orgulho à procura do que quis seu coração / e Edith, depois de ter vivido nas distantes Londres e Paris / foi conduzida ao seu pequeno domínio por Ella, Kate e Mag. / Todas, todas, estão dormindo, dormindo, dormindo na colina.
Onde estão tio Isaac e tia Emily / e o velho Towny Kincaid e Sevigne Houghton / e o major Walker que conversava com os veneráveis homens da revolução? Todos, todos, estão dormindo na colina. / Trouxeram-lhes filhos mortos na guerra e filha cuja vida tendo sido desfeita, os filhos sem pai choravam. / Todos, todos, estão dormindo, dormindo, dormindo na colina.
Onde está o velho violinista Jones / que brincou com a vida durante noventa anos / desafiando as geadas a peito descoberto / bebendo, fazendo arruaças, sem pensar na esposa, nem na família, / nem em dinheiro, nem em amor, nem no céu? / Vede! Fala sobre os cardumes de peixes de antigamente / sobre as corridas de cavalo, outrora, em Clary´s Grove / sobre o que Abe Lincoln disse uma vez em Springfiel. (“A Colina” – Edgar Lee Masters).

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