sexta-feira, 15 de julho de 2011

FUTEBOL

A inteligência tem uma função lúdica que opera com os instintos humanos básicos. Estudos etnográficos noticiam competições no seio da vida tribal primitiva, tanto em lutas individuais como em jogos coletivos. As modalidades de lutas e de jogos multiplicaram-se até a imensa variedade constatada na vida cosmopolita contemporânea. Nessas atividades lúdicas empregam-se táticas guerreiras e táticas sedutoras. Combinam-se força e astúcia. O outro competidor é visto como inimigo a ser aniquilado ou objeto a ser conquistado. A defesa do outro há de ser derrubada como as muralhas e as portas de um castelo. Contra a porta fechada e resistente arremete-se o fálico aríete. O processo sedutor da difícil dama começa na faixa central, com a dança envolvente e sensual; prossegue nos flancos, a artimanha para abrir a defesa; então, penetra-se na área e ejacula a pelota, balançando aquele útero. O ejaculador vibra no orgástico prazer da penetração bem sucedida.

O “tico-tico” de que fala o bem articulado comentarista de futebol do canal ESPN, nem sempre significa falta de objetividade. Na maior parte dos casos, a insistente troca de passes na faixa central do gramado é tática para abrir a defesa adversária. O insucesso da tática é que faz pensar em ausência de objetividade. No jogo da seleção brasileira contra a equatoriana, o emprego dessa tática foi bem sucedido porque incluiu trabalho correlato pelos flancos. Os atacantes brasileiros penetraram na área e finalizaram com êxito.

Encerrada a fase das disputas entre as seleções do mesmo grupo, inicia-se a fase final. Ao contrário do que foi dito algures, não é agora que o torneio tem início, mas é agora que o bicho pega. Salvo as seleções da Colômbia e da Venezuela, cujas atuações permitem deduzir que já atingiram o seu potencial máximo, as demais seleções ainda estão na trilha ascensional e podem crescer muito nas próximas partidas.

As seleções da Colômbia e do Peru (16,00 horas) e as da Argentina e do Uruguai (19,00 horas) se enfrentam no sábado, dia 16/07/2011. As seleções do Brasil e do Paraguai (16,00 horas) e as do Chile e da Venezuela (19,00 horas) se enfrentam no domingo, dia 17/07/2011. Nessas partidas quartas-de-final o enfrentamento é único: quem perder estará fora da copa. As seleções vencedoras disputarão os quatro primeiros lugares da copa em partidas semifinais. As vencedoras das semifinais disputarão os dois primeiros lugares na partida final.

Mantida a formação da partida contra a seleção do Equador, a seleção brasileira terá maior chance de sucesso, não só pelo crescimento da produção individual, como também pela probabilidade de maior entrosamento da equipe. O treinador revela pensamento incensurável que dignifica os jogadores: na seleção não há jogadores-reservas no plano individual e sim reserva de jogadores para fins coletivos; todos são titulares e de alto nível no plano individual. Entram em campo aqueles que melhor se ajustam ao esquema tático, uma vez que os adversários são desiguais em valores individuais e postura coletiva. Na hipótese de contusão de jogador brasileiro que estiver jogando, há substitutos à altura no banco de reserva. Mesmo sem contusão, mas por razões psicológicas, tendo em vista as falhas apresentadas, Júlio Cézar devia ficar fora do gol nas próximas partidas, sem menosprezo algum, mas unicamente por medida de cautela. No mais, que Nossa Senhora Aparecida nos ajude!

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