segunda-feira, 18 de julho de 2011

FUTEBOL

O primeiro lugar da copa mundial de futebol feminino realizada na Alemanha foi conquistado pela seleção do Japão ao enfrentar a seleção dos Estados Unidos (17/07/2011). Decisão por pênaltis após o empate na prorrogação do tempo regulamentar. Aí está o resultado de muitos anos de preparo e de participações da seleção japonesa em torneios mundiais e continentais. Sawa, jogadora japonesa, recebeu os prêmios “bola de ouro” e “chuteira de ouro”. Solo, goleira estadunidense, mais por sua beleza do que por sua qualificação técnica, recebeu o prêmio “luva de ouro”, criado nesta copa.

A Copa América de futebol masculino entra na fase das partidas semifinais. Classificaram-se as seleções do Uruguai, Peru, Paraguai e Venezuela, que se enfrentam nesta semana. Nas partidas quartas-de-final, o sistema defensivo superou o sistema ofensivo. Reconhecendo a força ofensiva dos adversários, as citadas equipes jogaram na retranca e confiaram no contra-ataque. O vistoso e viçoso futebol brasileiro e chileno não conseguiu derrubar as muralhas. Os paraguaios não incomodaram a defesa brasileira e não marcaram gol. Os venezuelanos incomodaram pouco a defesa chilena e, ainda assim, marcaram dois gols. Os incensados astros sul-americanos não exibiram a grandeza propalada. Nada houve de extraordinário nas suas atuações, algumas até bem modestas. No transcorrer desse campeonato continental de seleções americanas, notou-se equilíbrio em nível técnico, esforço e dedicação, exceto as seleções da Costa Rica, do México e do Equador que mostraram deficiência técnica maior do que a das concorrentes. Todas tiveram pequeno êxito nas finalizações; apenas a seleção brasileira no jogo contra a equatoriana conseguiu marcar quatro gols (na verdade, cinco, mas o gol legítimo de Robinho foi anulado indevidamente). Em número de gols, essa copa foi frustrante. Dificilmente as partidas semifinais contribuirão para melhorar o índice da artilharia.

Sob o comando do treinador Dunga, a seleção brasileira foi campeã da Copa América/2007. Sob o comando do treinador Menezes, a seleção brasileira foi eliminada da Copa América/2011, na fase das partidas quartas-de-final. A seleção brasileira atuou bem, mas não conseguiu furar o bloqueio paraguaio. Os jogadores se entendiam em campo, organizavam boas jogadas, esforçavam-se, mas estavam sem sorte nas finalizações. Dia nefasto para os brasileiros. Vitória da tática defensiva sobre a tática ofensiva. Não há falar em justiça ou injustiça, nem tampouco em merecimento de prêmio ou de castigo. Todos, comissão técnica e jogadores, deram muito de si. As estrelas não decepcionaram. O potencial dos jogadores mais badalados é aquele mesmo apresentado em campo. Excepcionalmente, exibem arte e finalizações exitosas. Quando enfrentam equipes fortes, o brilho esmaece, naturalmente. Atuando em clubes fortes, esses jogadores se destacam em campeonatos nacionais, onde é maior o número de clubes fracos. Floresce o mercado esportivo.

Decepcionante a cobrança de pênaltis pelos brasileiros. Na decisão por pênaltis é prevista a cobrança de cinco para cada equipe; um jogador diferente para cada cobrança; os cobradores são escolhidos pelo treinador. A marca no gramado do estádio para cobrança de pênalti estava igualmente ruim para os jogadores das duas seleções. Os paraguaios erraram duas cobranças, acertaram duas e não precisaram fazer a quinta, porque os brasileiros erraram todas as cobranças. Façanha extraordinária. Em jogos da seleção brasileira já houve cobranças de pênaltis mal feitas, mas nunca nesse número: quatro seguidas!

Há notícia de que os jogadores treinaram cobrança de pênalti. Como dizia o grande mestre Didi: “treino é treino, jogo é jogo”. A disciplina, o esforço, a dedicação, sofrem o peso da responsabilidade e da pressão pelo êxito no jogo. Ninguém está obrigado a vencer, mas todos estão obrigados a jogar para vencer, a dar o máximo de sua capacidade e do seu esforço a fim de obter um bom resultado para sua equipe. Em jogo de futebol entra o imponderável. O resultado pode ser favorável ou desfavorável. Cuida-se de evidência: toda disputa tem um resultado. No entanto, independente do resultado e das circunstâncias, o máximo empenho dos jogadores é indispensável.

Apesar do empenho, argentinos, colombianos, brasileiros e chilenos voltaram derrotados para seus clubes. A copa mundial/2014vem aí. A seleção brasileira poderá vencê-la. Se perder, que não seja por falta de qualidade, de preparo e dedicação. Há tempo suficiente para escolha racional e tranqüila dos melhores jogadores em atividade, ainda que não sejam os mais badalados. A escolha há de ser livre da interferência dos patrocinadores. A seleção dos membros da comissão técnica e dos jogadores deve obedecer ao mérito real em primeiro plano. O interesse mercadológico há de ficar em segundo plano.

Nenhum comentário: