sábado, 30 de julho de 2011

FUTEBOL

No rol das sensacionais e inacreditáveis reviravoltas no placar das partidas de futebol inscreve-se a de quarta-feira (27/07/2011) na Vila Belmiro, em Santos, SP. O Flamengo perdia do clube da casa por 3 x 0 quando, ainda no primeiro tempo, empatou a partida: 3 x 3. No segundo tempo, o time da casa ampliou o marcador: 4 x 3. O time visitante empatou e virou novamente o placar: 5 x 4. Torcedores não acreditavam no que seus olhos mostravam. Veio à memória outra notável e inesquecível façanha de time carioca. O jogo foi em São Paulo. Terminou o primeiro tempo com a vitória do Palmeiras, clube paulista, sobre o Vasco, clube carioca: 3 x 0. No segundo tempo, Romário tomou os brios da sua equipe. A defesa vascaína se segurou e os atacantes vascaínos partiram para cima dos palmeirenses e viraram o placar: 4 x 3. Gols de Romário. Lembrou outra façanha inacreditável: a de Eusébio na seleção portuguesa em jogo pela copa mundial de futebol.

Há alguns anos atrás, o correto e excelente jornalista Luciano do Valle, com larga experiência como narrador esportivo, comparou ao jogo de xadrez a sensacional partida de futebol entre Corinthians e Palmeiras. Duelavam os treinadores Luxemburgo e Scolari, cada qual atento ao que o adversário providenciava naquele tabuleiro gramado. Depois disto, essa comparação foi utilizada também por outros narradores e comentaristas.

A citada partida entre Flamengo F R e Santos F C, pode ser comparada a um jogo de xadrez entre os dois treinadores: Luxemburgo e Muricy. Como em todo esporte, no futebol há lugar para a inteligência e a beleza. Tal qual aquele inolvidável jogo entre equipes paulistas, este agora entre equipe carioca de um lado e paulista de outro foi memorável. Não só os treinadores com suas táticas, mas também os jogadores com suas performances foram sensacionais. Houve incríveis perdas de gols: Deivide pelo Flamengo e Elano pelo Santos. Houve gols incríveis: Ronaldo Gaúcho pelo Flamengo, em magnífica e inteligente cobrança de falta que ele vinha treinando desde que jogava no Barcelona FC (bola rasteira por baixo dos pés dos jogadores da barreira, no momento em que eles saltam); Neymar pelo Santos, depois de magnífico drible ao entrar na área adversária.

Crianças, adolescentes e adultos que desconhecem a história do futebol podem se impressionar com o comentário do treinador Luxemburgo, de que só com bazuca Neymar é parado, além dos exageros de comentaristas e narradores de que esse jogador é genial e ninguém é capaz de segurá-lo quando ataca. A realidade os desampara. Neymar tem sido desarmado constantemente nas partidas que joga. A de quarta-feira não foi exceção: houve até jogada bisonha desse jogador. Willians, do Flamengo, deu conta do recado.

Há setores defensivos de clubes de futebol que mostram competência no desarme desse e de outros jogadores. Falhas ocorrem tanto na defesa como na armação e no ataque. O bom aproveitamento dessas falhas pela equipe adversária pode resultar em gol. Para esconder suas próprias falhas, goleiros costumam esbravejar com os companheiros de defesa pelas falhas por eles cometidas. Esse papel de algoz não lhes cabe. Ao goleiro cabe ficar atento e impedir que a bola entre por deficiência dos seus colegas e/ou perícia dos adversários.

Quando o Santos vencia por 3 x 0, o comentarista e o narrador do canal ESPN exageraram nos encômios ao clube e ao jogador Neymar, comparando-o a Pelé. Depois da reação do Flamengo, ficaram embaraçados e tentaram se justificar. O jogador colocado como referência na comparação (Pelé, Garrincha, Romário) há de ser considerado em sua fase áurea e não quando passava pela fase ascensional ou pela fase decadencial na sua carreira.
Neymar ainda está aquém de Robinho e de Zico; Ganso ainda está aquém de Geovani e de Rivaldo. Ambos são bons jogadores em fase de ascensão. Longe estão da genialidade de Leônidas, Zizinho, Didi, Garrincha, Pelé, Romário e Ronaldo Gaúcho, estrelas máximas do futebol mundial de todos os tempos. Argentinos fanfarrões pretendem incluir neste seleto grupo seus patrícios Di Stéfano, Maradona e Messi. Bons como esses argentinos e até melhores do que eles foram os brasileiros Ademir, Jair, Reinaldo, Rivelino, Ronaldo Nazário, entre outros de grande categoria.

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