terça-feira, 5 de julho de 2011

FUTEBOL

Copa Mundial de futebol feminino/2011. A seleção brasileira (Marta, Cristiane, Rosana, Formiga, Érica e outras abnegadas) venceu as partidas iniciais contra a Austrália e a Noruega. Está bem cotada como uma das fortes candidatas ao título. Nota-se que as atletas estão com mais resistência e força se comparadas às atuações de anos passados. Chutam de fora da área; na cobrança dos escanteios a bola alta chega à área e é disputada no cabeceio pelas jogadoras. Há individualismo moderado, bons dribles e passes. O senso coletivo predomina. Espera-se que as brasileiras tenham adquirido personalidade e controle emocional para disputar partida final de copa do mundo. Os requisitos de natureza psicológica faltaram em decisão anterior, quando a seleção brasileira dominava a seleção alemã do ponto de vista técnico. Embora Marta seja a rainha do futebol feminino de todos os tempos, a responsabilidade pelo sucesso não deve ser jogada por inteiro sobre os seus ombros. A responsabilidade é da equipe. Todos devem cooperar e dar o melhor de si. As jogadoras não devem abrir mão da sua criatividade, da capacidade de improvisar, para ficar aferradas ao esquema do treinador. O talento individual é muito importante. Jogadoras e jogadores talentosos muitas vezes são cerceados por técnicos medrosos, que preferem a retranca e prejudicam o rendimento da equipe.

Copa América de futebol masculino/2011. Desde a primeira disputa entre seleções sul-americanas em 1916 até esta última em 2011, decorreram 95 anos. Com a entrada de seleções da América do Norte e da América Central, o campeonato passou a chamar-se Copa América (1975). A seleção brasileira venceu oito dessas copas continentais: 1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004, 2007. As seleções da Argentina e do Uruguai venceram 14 copas, cada uma. As seleções do Paraguai e do Peru venceram duas copas cada uma; as da Bolívia e da Colômbia, uma cada.

Arthur Friendereich, no campeonato sul-americano de1919, Heleno de Freitas no de 1945 e Jair da Rosa Pinto no de 1949, atacantes da seleção brasileira, entraram para a memória dos brasileiros da primeira metade do século XX, como grandes artilheiros. Jair marcou 9 gols e jamais foi superado até a presente data nesta competição continental. Essa marca foi igualada uma única vez, no campeonato de 1957, quando um argentino e um uruguaio também marcaram 9 gols. Em 1959, Pelé marcou 8 gols; em 2004, Adriano marcou 7 gols. Bebeto em 1989 e Robinho em 2007, marcaram 6 gols cada um. Esse quadro mostra queda de eficiência da seleção brasileira nas copas da América.

Nos jogos da copa do mundo, a seleção brasileira mais eficiente de todos os tempos foi a de 1950. Até os dias atuais, nenhuma seleção brasileira a superou na média de gols resultante do número de partidas disputadas em cada copa. Antes mesmo da guerra mundial (1939/1945), a seleção brasileira mostrava eficiência ao obter o terceiro lugar na copa de 1938: das 4 partidas disputadas pelo Brasil, Leônidas participou de 3. Na semifinal contra a Itália ele estava machucado. Assim mesmo, com 7 gols, foi o artilheiro e o melhor jogador daquela copa e do futebol mundial. Recebeu o apelido de “Diamante Negro”, que virou marca de chocolate. O reinado de Leônidas terminou com a chegada do novo rei do futebol: Pelé (que virou marca de café). Caso surja um novo rei, o nome ou apelido poderá virar marca de leite. O panorama atual indica fraca probabilidade de surgir um novo rei do futebol neste século XXI. Os jogadores estão sendo robotizados e os técnicos pasteurizados.

Na primeira rodada da Copa América/2011, notou-se equilíbrio entre as seleções no que tange à eficiência. Com algumas nuances, todas apresentam o mesmo nível técnico. O brilho das estrelas foi pequeno. Uma coisa é disputar jogos em campeonatos internos, no clube de maior potencial técnico e financeiro; outra coisa é disputá-los entre seleções nacionais, onde cada país apresenta os seus melhores jogadores. Nas disputas internacionais surgem mais estrelas no firmamento do esporte. Isto enseja mensuração adequada e permite ver o brilho real de cada uma no interior da constelação. Afastam-se as nuvens enganosas da propaganda e da artificial valorização para fins mercantis.

A equipe brasileira apresentou boa defesa com Júlio Cesar, Lúcio e Lucas. Quanto a Thiago, Santos, Daniel, Ramires, Ganso e Neymar atuaram de modo sofrível. Além de Lúcio, os melhores jogadores em campo foram Pato e Robinho, que se empenharam e ameaçaram o gol adversário. A entrada de Elano, de Lucas paulista e de Fred não melhorou a eficiência da equipe. As chances de gol seriam maiores se Pato e Robinho permanecessem em campo. Faltou ousadia ao técnico para colocar Lucas paulista junto com esses jogadores. De um modo geral, a seleção brasileira se apresentou bem, ao nível das demais seleções. Só se decepcionou quem costuma exagerar as qualidades do técnico, dos jogadores e da seleção; quem avalia superficial e levianamente as demais seleções. Arrisca-se a sofrer desilusão aquele que se deixa iludir.

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