domingo, 22 de junho de 2014

COPA 2014 - III



A festa de abertura da copa mundial de futebol foi singela se comparada à festa das Olimpíadas, porém de bom gosto, excelente sintonia de todos os componentes, com exposição da cultura popular brasileira e sofisticada tecnologia com uma bola artificial no centro do campo que depois de múltiplas imagens abriu-se como se fora uma flor e transformou-se no palco em que se apresentaram duas cantoras carnudas e curvilíneas e um cantor esquálido (se comparado a elas). Momento de confraternização dos povos na Arena Corinthians localizada no bairro Itaquera, na cidade de São Paulo. Havia pessoas de todos os continentes. Preço dos ingressos proibitivo para a maior parte da população nacional. Alguns brasileiros de maior poder aquisitivo ocuparam lugares caros. Desse grupo, certamente com diploma universitário, mas sem boa educação cívica, partiram ofensas à presidente do Brasil com palavras de baixo calão pronunciadas por algumas meretrizes platinadas e alguns inaladores do pó branco. Ofenderam a mulher, mãe e avó que ocupa o mais alto cargo da república como Chefe de Estado e de Governo. Politicagem de uma ala putrefata da elite brasileira cuja pátria é Nova Iorque e Paris, cujo coração mora na Quinta Avenida e nos Campos Elíseos. Nas eleições que se aproximam a maioria do povo brasileiro dará o troco a essa corja moralmente podre. Para felicidade geral da nação, essas hienas perfumadas terão de engolir a senhora Dilma Rousseff por mais quatro anos no governo da república.       
O público nacional e estrangeiro mostra-se alegre e descontraído nos estádios das diferentes regiões do país onde as partidas são disputadas. Bandeiras, alegorias, fantasias, figurinos, perucas coloridas, rostos pintados, hinos, palavras de ordem, movimentos coletivos improvisados ou ensaiados, tudo em clima de festa. As pessoas vibram quando aparecem na enorme tela do estádio. De um modo geral, as japonesas e coreanas se exibem um tanto encabuladas, as européias um tanto comedidas e as latino-americanas um tanto extrovertidas. Congraçamento nas arquibancadas e nos gramados antes e depois dos jogos. Precedendo o início de cada jogo observa-se o cerimonial da FIFA em admirável ordem que inclui o hino nacional de cada seleção. Dá prazer de ver e ouvir. Chefes de Estado compareceram aos estádios em que atuavam as seleções dos seus países para lhes dar apoio moral. Não se ouviu vaias e xingamentos a eles dirigidos. Gente educada é outra coisa. Os japoneses, inclusive, recolhem o lixo que produzem no estádio. Alguns circundantes seguem o bom exemplo.  
O progresso individual e coletivo na prática do futebol tem sido modesto nesta década. Os jogadores e as seleções apresentaram nível técnico apenas razoável. Pouquíssimos jogadores perderam as estribeiras. A maioria demonstrou espírito esportivo. Ao fim de cada partida os jogadores se cumprimentam e permanecem em campo aplaudindo o público. Raras expulsões (cartão vermelho). Poucas advertências apesar das numerosas faltas (cartão amarelo). Arbitragem sofrível, aquém do alto nível esperado. Para não serem vítimas da malandragem dos jogadores, os árbitros acabam por deixar impunes faltas que realmente ocorrem principalmente dentro da área.
Nota-se padronização na dinâmica das equipes tendo por paradigma o clube de Barcelona da Era Guardiola. Diante do fiasco espanhol na copa de 2014, certamente o modelo será questionado. Em seleções de todos os continentes foram vistos alguns jogadores hábeis nos desarmes, na armação, nos passes de longa distância, no amortecimento da bola no peito e nos pés, nos dribles e pedaladas. Assimilaram a técnica e a habilidade individual dos mestres brasileiros exibidas no curso de 80 anos. Apesar disto, prevaleceram finalizações tíbias e ineficazes. Oportunidades de gol perdidas de modo incrível. Alguns jogadores tiveram atuação acima da média: Marcelo e Oscar (Brasil), Cuadrado (Colômbia), Gervinho (Costa do Marfim), Campbell e Bolaños (Costa Rica), Robben e Van Persie (Holanda), Guardado e Ochoa (México), Cáceres e Suárez (Uruguai). Algumas figuras carimbadas não estiveram à altura da fama. Pois é. Ao praticar solitariamente o caratê shoto-kan no pátio da minha casa, o meu desempenho é extraordinário. Ao enfrentar outro faixa-preta na academia, o meu desempenho é apenas ordinário. Mutatis mutandis, é o que acontece com alguns jogadores.
Obtiveram vitórias (até 21/06): 9 seleções americanas {Argentina (2), Brasil, Chile (2), Colômbia (2), Costa Rica (2), Equador, Estados Unidos, México e Uruguai}; 8 seleções européias {Alemanha, Bélgica, Croácia, França (2), Holanda (2), Itália, Rússia e Suíça}; 2 seleções africanas (Costa do Marfim e Nigéria). As seleções americanas venceram 13 partidas e as européias 10. A Europa tem 13 seleções disputando a copa. A América tem 10 seleções, a África 5 e a Ásia 4. Até agora, em termos proporcionais, nota-se vantagem do futebol americano sobre o futebol europeu e a superioridade de ambos em relação ao futebol africano e ao futebol asiático. No confronto direto entre seleções da América e da Europa, as americanas (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e Uruguai) venceram 6 partidas e as européias (França e Suíça) venceram 2 partidas.
Competindo nesta copa estão 32 seleções distribuídas em 8 grupos. Cada grupo se compõe de quatro seleções que disputam entre si a classificação. A seleção que se classificar em primeiro lugar num grupo jogará contra a seleção que no grupo seguinte classificar-se em segundo lugar. A seleção que se classificar em segundo lugar no grupo antecedente jogará contra a seleção que no grupo seguinte classificar-se em primeiro lugar, critério que será observado até os dois últimos grupos inclusive. Duas seleções de cada grupo passarão para a fase seguinte do certame. Ao todo, portanto, 16 seleções classificar-se-ão para a fase denominada oitavas-de-final (oito jogos eliminatórios). As 8 seleções vencedoras nas oitavas classificar-se-ão para a fase denominada quartas-de-final (quatro jogos eliminatórios). As 4 seleções vencedoras nas quartas classificar-se-ão para a fase denominada semi-final (dois jogos eliminatórios). As 2 vencedoras disputarão um único jogo do qual sairá a seleção campeã da copa.

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