sexta-feira, 7 de outubro de 2011

MENSAGEM

Prezadas leitoras. Caros leitores.

O conto “Júnior, o curioso” que ora termina, foi bem mais longo do que “Venâncio, o corno”, publicado aqui em 31/07/2011. Os personagens do conto anterior eram pobres, pessoas simples, de modesto nível intelectual, que viviam na invisibilidade social. Os personagens do conto posterior desfrutam bom padrão de vida, dotados de nível intelectual acima da média. Talvez por isso, insistissem em ampliar a história. Recusavam-se a parar. Portavam-se como se fossem donos do pedaço. Cada vez que eu ia encerrar, era uma grita geral, protestos veementes dos personagens. Até de exterminador fui acusado. Há personagens que surgem e se impõem com a maior desfaçatez. O conto devia ser curto, como o anterior. Conversa de pai e filho em certa manhã de domingo. Aí, mãe e filha meteram o bedelho. Afinal, somos uma família; porque só o pai e o filho participam? Machismo? Não adiantou explicar que nada havia de discriminatório e que se tratava de simples exercício literário. As duas entraram na história voluntariosamente. Exigiram a inclusão do cachorro. Protestei: peraí, a história é de gente; não metam bicho no meio. Bastou eu me descuidar um pouco e lá estavam eles com cachorro e tudo no automóvel tipo utilitário viajando para a chácara dos pais e avós. Casal idoso, simpático, os avós entraram na história com a leveza de uma brisa primaveril. Com eles entraram os empregados da chácara, as aves, os bois, vacas, cavalos, porcos, patos, marrecos, gansos. Simplesmente, aconteceu. Tomaram conta do meu conto. Quando lancei “Capítulo Final” foi um pandemônio. Rebelião dos personagens. Mais uma vez cedi. Troquei por “Capítulo XXVII”. A rebelião foi controlada. Eles ficaram confiantes de que o conto não teria fim. Enganei-os. No tal capítulo coloquei um paradeiro a essa rebeldia das criaturas contra o criador. Finalizei com Júnior grisalho, trazendo dentro do peito a criança e o adolescente que a maturidade acumula e que nunca deixamos de ser. Recordar é reviver nossas vivências.

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