segunda-feira, 10 de outubro de 2011

FUTEBOL

Seleção brasileira x seleção costarriquenha. 07/10/2011. O selecionado brasileiro esbarrou em adversário disposto a oferecer resistência e até a vencer o jogo. Quem esperava um adversário frágil, equivocou-se. O placar (1 x 0) reflete a dificuldade da equipe brasileira em vencer a adversária. A seleção brasileira não mais intimida, embora seu nível técnico ainda seja bom. As seleções dos outros países da América, da Europa, da África, da Ásia, da Oceania, evoluíram e progrediram. A jactância de torcedores brasileiros está fora de sintonia com essa nova realidade.

Erros dos jogadores e dos treinadores da seleção brasileira merecem crítica construtiva. A longa preparação do selecionado afigura-se errônea. Os gastos são grandes e inúteis. O caminho singelo é o mais indicado: um mês antes de campeonato internacional, a CBF escolherá um treinador que convocará os melhores jogadores em atividade. Certamente, o treinador dirigirá o seu olhar mais para o presente do que para o passado. Assim fizeram Feola, Saldanha e Dunga, nas suas respectivas passagens pela seleção brasileira, com bons resultados.

Nada assegura que os jogadores de hoje estejam em forma, em boas condições técnicas, físicas e psicológicas, para a copa que se realizará daqui a três anos! Até lá, os atuais jogadores podem regredir física e tecnicamente; novos e excelentes jogadores podem surgir; novos tafaréis, cafus, ronaldos, leandros damiões, pois o Brasil ainda é celeiro de craques. Por ser diferente da que ocorre em outros países, essa realidade brasileira dispensa longa preparação do selecionado. Basta um mês de antecedência. Acontece, com freqüência, de coexistirem, em nível de excelência, três ou mais jogadores para a mesma posição, o que embaraça a escolha. Os torcedores e a imprensa esportiva pressionam para que os jogadores da sua preferência sejam convocados.

Durante o campeonato nacional ou estadual os clubes sentem a ausência de jogadores convocados periodicamente. Além dos clubes, os torcedores ficam frustrados por não verem os melhores jogadores em campo e por verem o reflexo negativo na tabela de classificação. As competições de âmbito nacional ou local perdem o brilho. Urge mudar o modelo atual por outro menos dispendioso, menos desgastante, mais simples e sensato.

O desempenho dos brasileiros contra os costarriquenhos foi bom. Ronaldo Gaúcho esteve muito bem na armação. Lembrou o genial Didi, apesar de alguns passes errados, aliás, deficiência geral no futebol brasileiro da atualidade; até o Marcos Assunção tem falhado! Em 1958, dos pés de Didi, na copa do mundo, saíram mais de 20 passes, sem um único erro, todos certeiros, o que levou a imprensa francesa a considerá-lo o melhor jogador do mundo. Pelé era estreante e ainda precisava confirmar a sua genialidade, como efetivamente a confirmou na seqüência da sua carreira. Há jogadores que surgem como estrelas e que na verdade são cometas. Brilham rapidamente no céu esportivo e desaparecem. Ronaldo Gaúcho, por duas vezes, recebeu o título de melhor jogador do mundo, não pelos passes certeiros, mas por seu incrível talento como jogador de futebol. Embora concedido por uma FIFA mafiosa, ele mereceu o diploma. Continua a brilhar.

Paparicado pela imprensa, promovido pelo marketing, Neymar ainda está em ascensão, embora tenha feito o único gol, em lance de oportunismo e velocidade, no jogo contra a seleção da Costa Rica. O futuro próximo dirá se ele é estrela ou cometa. Dribla bem, com propósito exclusivamente decorativo, na maioria das vezes. Isto irrita o adversário e provoca revide violento. As jogadas decorativas mostram-se inócuas à equipe; favorecem exclusivamente o jogador quanto ao seu valor no mercado. Aliás, o Santos FC corre o risco de obter preço menos vantajoso na venda futura, comparado com o preço oferecido este ano por clubes estrangeiros, se o rendimento em campo permanecer como está, ou regredir. Constantemente, Neymar é desarmado. Em três passes erra dois. Fura ao chutar. Desperdiça penalidades. Franzino, sofre constantes quedas no gramado em choque com adversários corpulentos. Por medida de cautela, esse jogador deve ser poupado nos jogos contra seleções africanas. A probabilidade de sair quebrado é bem grande, o que trará prejuízo para ele próprio, para o clube e para a seleção.

Convém que Ronaldo e Neymar tenham maior controle dos nervos ao sofrerem faltas. Ambos serão caçados em campo mais pela fama do que pelo efetivo desempenho. Isto é esperado e faz parte da competição, motivo pelo qual os dois não devem reagir como crianças mimadas, ou como pessoas de suscetibilidade exagerada. Atletas de bom nível técnico devem se portar de modo altaneiro, sem brigas, sem reações violentas, sem palavrões. O desabafo há de vir em belas e eficazes jogadas, individuais e coletivas.

O nervosismo e o destempero indicam insegurança, reconhecimento tácito da momentânea fragilidade. Compreensível ficar nervoso quando a produção em campo está insatisfatória e o atleta sabe que ele e a equipe têm potencial para render mais. Porém, o jogador profissional deve ter controle sobre os seus nervos, procurar entender o que está ocorrendo dentro do campo e dar o melhor de si para vencer os pontos fracos detectados. Fundamental é ter autocontrole, vencer a si próprio, ter boa visão de jogo, compreender que não é a única estrela em campo, que faz parte de uma constelação. Companheiros e adversários merecem respeito.
O caçador é atleta que busca cumprir função dentro do campo; quanto mais grosso tecnicamente, mais bruto. O árbitro encarrega-se de discipliná-lo durante o jogo.

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