sábado, 19 de fevereiro de 2011

TERAPEUTICA

Cura pela razão e pela fé – V.

Paz, humildade e desapego aos bens materiais são inerentes ao espírito cristão, conforme se depreende das várias passagens do evangelho: “Não podeis servir a Deus e à riqueza”. “Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos, nem mochila para a viagem, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão, pois o operário merece o seu sustento”. “Vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me”. “É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus”. “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem as traças nem a ferrugem e os ladrões não furtam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro está teu coração” (Mateus 6: 19/21, 24 + 10: 9/10 + 19: 21/24; Marcos 6: 7/9 + 10: 21/25; Lucas 18: 22/25).

O apego da igreja “cristã” (católica e protestante) à riqueza material, ao poder secular, à falsificação paulina, colide com a moral cristã. Sacerdotes, pastores e missionários servem-se das emissoras de TV para angariar dinheiro e conquistar novos crentes; ensinam aos crentes como preencher cheques e fazer remessas bancárias; exibem pessoas para testemunhar sucesso nos negócios e ganhos patrimoniais depois que se filiaram à igreja evangélica; movimentam-se diante das câmeras como artistas profissionais, com gestual e discurso bem estudados e treinados. As igrejas disputam entre si o mercado da fé mediante fraude, engodo, estelionato, indiferentes às palavras do evangelho: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14: 6).
O caminho: Jesus como exemplo a ser seguido. Esse homem vestia apenas uma túnica, andava de sandálias, vivia cada dia sem vãs preocupações, sem domicílio certo, centrando-se no essencial: pregar os ensinamentos que recebia do Pai Celestial. “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça” (Mateus 6: 33; Lucas 12: 31).
A verdade: Jesus como depositário da sabedoria que lhe veio da harmonização com o Pai Celestial. “Eu e o Pai somos um; as palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; o Pai que está em mim realiza as suas próprias obras”. (João 10: 30; 14: 10).
A vida: Jesus como portador da energia física, mental e espiritual em nível cósmico. “Dei-lhes a glória que me deste para que sejam um, como nós somos um, eu neles e tu em mim para que sejam perfeitos na unidade” (João 17: 22/23).

A voz de Cristo foi emudecida pelo ouro e pelo luxo nos palácios da igreja e nas vestes do papa e dos cardeais; pelo dinheiro nos cofres de sacerdotes, pastores e missionários. Ostentação, opulência, narcisismo, pedofilia, ambição, ausência de espiritualidade, entre outros vícios, pululam nas igrejas “cristãs”. Outra seria a sociedade contemporânea se a igreja fosse realmente cristã.

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