EUROPA (1900 a
2014). Continuação.
Albert Camus (1913 a 1960), escritor e
filósofo francês que esteve na moda nos anos 1960. Na opinião dele, a dignidade
e a liberdade serão possíveis apenas quando o homem se conscientizar do absurdo
do universo em que vive. Entre as obras de Albert contam-se: “O Mito de Sísifo”
(ensaio), “Calígula” (peça de teatro), “A Peste” e “A Queda” (romances),
publicadas entre 1942 e 1956. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura.
Umberto Eco, escritor italiano nascido
em 1932, na cidade de Alessandria, professor da Universidade de Bolonha, no
âmbito acadêmico dedicou-se à filosofia da linguagem e à semiótica. Esta última palavra ele extraiu da parte final do livro
de John Locke “Ensaio Sobre o Entendimento Humano”. Entre as dezenas de textos
que ele escreveu sobre essa matéria podem ser citados: “Obra Aberta”,
“Apocalípticos e Integrados”, “Tratado Geral Sobre Semiótica”, “Lector in
Fabula”, “Os Limites da Interpretação”, publicados entre os anos 1962 e 1990.
No seu pensamento, a obra de arte amplia o universo semântico mediante jogos
semióticos que repercutem no intérprete. Ele se opõe às posturas: (1) apocalíptica, segundo a qual a cultura
de massa é a ruína dos altos valores artísticos; (2) integrada, segundo a qual a cultura de massa resulta da integração
das massas na sociedade democrática.
Na literatura, favorecido por sua
cultura e atividade acadêmica, Umberto estréia em 1980 com o romance “O Nome da
Rosa”, de sucesso internacional e que virou filme. O roteiro é policial:
investigação sobre uma série de crimes praticados no interior de um mosteiro no
ano de 1327. A
história inclui a vida religiosa daquela época e movimentos heréticos. Na
biblioteca do mosteiro estão arquivados códigos e livros antigos da cultura
grega e latina. O monge investigador soluciona o caso. Descobre a técnica e a astuciosa
tática empregadas na consecução dos crimes. Os outros livros, como “O Pêndulo
de Foucault”, “Baudolino”, “O Cemitério de Praga”, embora possam agradar,
carecem da mesma força emotiva daquela primeira obra.
Salman Rushdie, indiano radicado
na Inglaterra, nasceu em Bombaim no ano de 1947, no seio de família muçulmana
liberal e abastada. Formou-se em história no King´s College (Cambridge).
Dedicou-se à literatura e seus livros foram publicados a partir de 1971, tais
como: “Oriente Ocidente” e “O Último Suspiro do Mouro”. O seu livro intitulado
“Os Versos Satânicos”, publicado em 1988, causou celeuma internacional.
Considerado blasfemo pelos muçulmanos, Salman tornou-se destinatário da fatwa, a sentença de morte do islamismo.
Quem matá-lo terá as bênçãos divinas, merecerá o paraíso e ganhará recompensa em dinheiro. Questionar
a validade do sagrado Islã é pecado imperdoável. A liberdade individual, declarada valor supremo no mundo ocidental, não
se ajusta ao dever de submissão que
caracteriza a religião islâmica. O espírito crítico de Salman também questiona
valores do mundo ocidental. Na conciliação dos opostos (oriente x ocidente) ele
busca uma resposta para a existência terrena. Questões que os filósofos gregos
da Idade Clássica já tratavam, estão implícitas no enredo do livro censurado.
Segundo a narrativa do livro
maldito (“Versos Satânicos”), dois atores indianos, Saladin e Gibreel, caem no
solo depois de o avião em que viajavam ter sido derrubado por terroristas.
Saladin empresta sua voz aos comerciais de televisão. Gibreel é astro do
cinema. Um deles se metamorfoseia em diabo e o outro em anjo; um é apolíneo e o
outro dionisíaco; um é fiel à sua pátria e o outro quer adquirir a nova
nacionalidade. Ambos caíram em solo inglês quando o governo era chefiado pela
senhora Thatcher, “a dama de ferro”. A narrativa entrelaça história e fantasia,
o ordinário e o fantástico, o profano e o sagrado, o bem e o mal.
Na pintura, Wassily Kandinski (1866 a 1944), russo
naturalizado alemão e francês, sucessivamente, foi pioneiro da arte abstrata.
Wassily dispensou os elementos representativos ao pintar os seus quadros. Usou
a cor e o traço como expressividade vigorosa. Na série de pinturas intitulada
“Composições, Improvisações e Impressões”, Wassily chegou à pura
abstração.
Pablo Picasso, nascido em 1881,
na Catalunha, Espanha, radicado em Paris, criou o cubismo, técnica que reduz o
objeto da pintura à forma geométrica. Além disto, o pintor ainda desmembra o
objeto, separa as várias partes e as arranja de modo distinto do original. Com
isto, ele simboliza o caos da vida moderna ao mesmo tempo em que se afasta da
tradição e da concepção da arte como expressão do belo. Os cubistas vão ao
extremo de recusar cores em seus quadros.
Outro movimento na arte pictórica
veio de um poeta italiano: F.T. Marinetti. Ele é o autor do manifesto publicado
em 1910, em que declarava guerra sem tréguas aos ideais estéticos do passado. A
veneração pelos mestres e pela natureza, a glorificação das idades clássica e
medieval, a obsessão pelo erótico e sentimental, tudo deve ser substituído pela
devoção à ciência e à tecnologia. Esta corrente foi denominada futurismo. Inspirados na teoria científica
da energia, os futuristas adotaram como tema central o movimento. A ilusão do
tremido e do vibrátil passou a figurar nos quadros desses pintores (animal
correndo, automóvel em velocidade, fábrica em funcionamento). A decoração
futurista se faz presente em edifícios públicos e privados e nas estações das
estradas de ferro.
Houve outras correntes
extremadas, como o expressionismo e o
surrealismo, que grassaram entre os
pintores do século XX. O expoente do expressionismo
foi o pintor alemão George Grosz. A característica desse movimento artístico é
colocar na pintura o sentimento do próprio artista. Isto implicou no desprezo
da forma e no uso da deformação para representar o estado da alma. Outro
movimento contrário aos consagrados padrões da arte e da vida social ficou
conhecido como surrealismo, fruto dos
efeitos da guerra e do modismo psicanalítico. Os surrealistas, entre eles o
desvairado Salvador Dali, têm o propósito de representar principalmente o ser
humano e não a natureza. Sondam o subconsciente, os sonhos, as mágicas
impressões dos momentos de devaneio. Os padrões convencionais de beleza e forma
não preocupam os surrealistas. Para eles, a arte deve ter algum valor como
expressão do pensamento.
O impressionismo também marca presença na escultura, deformada e mais abstrata. Os materiais utilizados pelos escultores se diversificaram (rocha, metal, vidro, madeira, gesso, excremento).
A fotografia entra definitivamente para o mundo da arte ao lado da pintura e demais expressões artísticas. Escolas, museus e salões recebem-na. Criatividade e expressividade de fotógrafos futuristas, expressionistas e surrealistas ao fotografarem pessoas, objetos, paisagens.
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