Etimologicamente, a palavra páscoa, de origem hebraica, significa passagem. No âmbito religioso, páscoa significa a festa anual em que:
(i) os judeus comemoram o êxodo, emigração do povo hebreu do território egípcio,
guiado por Moisés; (ii) os cristãos comemoram a ressurreição de Jesus. Para os
cristãos católicos, a páscoa deve ser celebrada todos os anos entre os dias 22
de março e 25 de abril, segundo decisão do Concílio de Nicéia do ano 325. Em
termos simbólicos e místicos válidos para a cristandade (ortodoxos,
heterodoxos, católicos, protestantes, espíritas) páscoa significa passagem do judaísmo ao cristianismo; conversão de
judeus e pagãos à doutrina de Jesus, o Cristo; nascimento de nova religião.
A semana santa católica tem
início no domingo de ramos e termina no domingo de páscoa. O primeiro domingo
refere-se à entrada de Jesus, em Jerusalém, como profeta, messias e rei, sob aclamação
do povo, aplausos e acenos com folhagens. Comentário: homenagem arquitetada
naquela época para apresentar Jesus publicamente como líder apoiado pelo povo.
A segunda feira, sexto dia
anterior à páscoa, refere-se à unção de Jesus durante reunião com os discípulos
em Betânia. A
terça feira, quinto dia anterior à páscoa, refere-se ao anúncio de Jesus de que
seria traído por um dos apóstolos. Comentário: o episódio da traição fora previamente
combinado com Judas Iscariotes.
A quarta feira, quarto dia
anterior à páscoa, refere-se ao pacto entre Judas Iscariotes e os sacerdotes
judeus para entrega de Jesus. A quinta feira, terceiro dia anterior à páscoa,
ceia do cordeiro pascal, quando Jesus lava os pés dos apóstolos. Comentário: no
sacrifício à divindade, a vítima humana do antigo ritual foi substituída por
animal irracional: o cordeiro. Com estribo na crucifixão, a igreja criou a
imagem de Jesus como cordeiro sacrificado à divindade para tirar os pecados do
mundo. No lugar da matança de cordeiros a igreja colocou a hóstia representando
o corpo e o sangue de Jesus como símbolo do sacrifício. A quinta feira foi
selecionada por místicos rosacruzes para recolhimento espiritual, a sexta feira
pelos muçulmanos, o sábado pelos judeus e o domingo pelos cristãos.
A sexta feira, segundo dia
anterior à páscoa, refere-se aos padecimentos e crucifixão de Jesus. O sábado,
primeiro dia anterior à páscoa, refere-se à vigília pascal, enquanto Jesus permanece
no sepulcro. O domingo, dia da páscoa, refere-se à ressurreição de Jesus,
anunciada por Madalena. Comentário: nos dias atuais, a ressurreição virou
questão de fé, exclusivamente. Sob exame racional, falta-lhe alicerce. Da
análise lógica dos evangelhos retira-se a evidência de que Jesus não morreu na
cruz. Logo, não ressuscitou no terceiro ou em qualquer outro dia, pois só
ressuscita quem esteve morto. Há quem sustente que Jesus não existiu
historicamente e sim como personagem de uma ficção religiosa.
No domingo de páscoa tem início o tempo pascal que finda
no pentecostes (qüinquagésimo dia). Segundo narrativa do livro “Atos dos Apóstolos”,
integrante do novo testamento, nesse dia o espírito santo desceu sobre eles. O
tempo pascal compõe-se de sete semanas dedicadas a episódios e mensagens posteriores
à ressurreição, tais como: aparição de Jesus a Madalena nas adjacências do sepulcro
e aos dois discípulos a caminho da aldeia de Emaús; admoestação a Tomé por sua
incredulidade; multiplicação dos pães, pescaria abundante e andar sobre as
águas; novo mandamento aos discípulos (amai-vos
uns aos outros como eu vos amei); missão atribuída aos apóstolos e as
derradeiras instruções de Jesus antes de ascender ao céu; eleição dos diáconos,
prisão e martírio do diácono Estevão, perseguição e dispersão da comunidade
cristã de Jerusalém; pregação do evangelho, batizados e aumento do número de
adeptos; união de Deus com a comunidade cristã através do espírito santo;
destino de Pedro e Paulo.
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