sábado, 31 de março de 2012

FUTEBOL


No século XX (1901-2000) a coroa de rei do futebol mundial passou de Friedenreich a Leônidas e de Leônidas a Pelé, sucessivamente, sem perda de qualidade. Até a presente data não surgiu o sucessor de Pelé. A coroa aguarda novo rei neste século XXI. Ao futuro sucessor não se exige o impossível: ser melhor do que Pelé. Espera-se o possível: semelhança a Pelé, disciplinado, completo e eficiente na arte e na técnica de jogar futebol. Sucessão no trono sem perda de qualidade. Está difícil. Ainda restam nove décadas. Há outros brasileiros compondo a constelação dos jogadores geniais. Nela se destacam: Tomás Soares da Silva, Waldir Pereira e Romário de Souza Faria.

Tomás Soares da Silva, alcunha “Zizinho”, mulato, baixa estatura, pernas arqueadas, nasceu em 1921 e faleceu em 2002. Cérebro da formidável seleção brasileira de 1950. Eleito pelo público e pela imprensa esportiva o melhor jogador da copa do mundo de 1950. Inteligência lúdica, excelente visão de jogo, mestre da arte de jogar futebol, armador, atacante e artilheiro com centenas de gols marcados, Zizinho jogou em clubes cariocas, paulista e chileno. Conquistou dezenas de títulos. Pelé e Gerson nele se miraram o que, por si só, dá a medida da magnitude desse craque.

Waldir Pereira, alcunha “Didi”, nasceu em 1928 e faleceu em 2001. Mulato, inteligência lúdica, esguio, postura elegante dentro e fora de campo, armador, atacante e artilheiro, genial criador do chute denominado “folha seca”. {Salvo engano, ninguém mais conseguiu executar esse tipo de chute}. Didi jogou em clubes cariocas, marcou centenas de gols. Com seus companheiros, conquistou vários títulos. Passes oportunos e precisos. Visão de jogo extraordinária. De modo tranqüilo e natural, liderava as equipes em que atuava. Didi foi considerado pela imprensa internacional o melhor jogador da copa mundial de 1958. Recebeu o apelido de “Mr. Football”. Brilhou na copa de 1962. Com sua experiência e talento repartiu a liderança com Garrincha, transmitiu segurança aos companheiros e contribuiu para a vitória de modo decisivo.

Romário de Souza Faria nasceu em 1966. Mulato, estatura mediana, compleição física robusta, personalidade forte, indisciplinado, arreliento, desentendeu-se com vários treinadores e colegas. Atacante excepcional, repertório de jogadas geniais, marcou cerca de 1.000 gols durante a carreira iniciada no infantil do Olaria, em 1979 e encerrada no América do Rio em 2010. Em 613 partidas anotadas, marcou 457 gols, obtendo a média de 0,74 gols por partida, abaixo das médias dos seus antecessores. Espichou a carreira até os 43 anos de idade para alcançar o milésimo gol em contagem polêmica. Exibiu seu talento dentro e fora do Brasil. Bem entrosado com os companheiros, levou a seleção brasileira à vitória na copa mundial de 1994. Foi considerado o melhor jogador do mundo, título que a FIFA passou a conceder anualmente para premiar jogadores como Cristiano Ronaldo, KK, Messi, Rivaldo, Ronaldo Gaúcho, Ronaldo Nazário, Zidane. Na Europa, a imprensa, treinadores e jogadores de diferentes clubes, colocaram Romário entre os maiores jogadores de todos os tempos. Johan Cruyff, já treinador e Stoichkow colega de equipe (holandesa), achavam insuperável o desempenho de Romário na área adversária. Ele recebeu mais de vinte prêmios por sua excelente atuação em campeonatos da UEFA, da Holanda, da Espanha e do Mercosul, obtendo o primeiro lugar da artilharia na maioria deles. Na Copa da América de 1989, jogando pela seleção brasileira contra a seleção da Argentina, Romário mostrou em campo evidente superioridade diante de Maradona, tendo o público nacional e internacional por testemunha. {Nas respectivas fases áureas, guardadas as diferenças de estilo, Jairzinho, Neto, Rivelino, Ronaldo Gaúcho, Ronaldo Nazário e Zico também exibiram futebol superior ao de Maradona}. Na copa de 1998, depois que Romário auxiliou a seleção brasileira a se classificar, Zagalo e Zico, membros da comissão técnica, quiçá por inveja, afastaram-no da competição. Conseqüência: a seleção brasileira, com 11 zumbis em campo, perdeu a partida final para a seleção francesa com 11 guerreiros em campo.

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