No século XX (1901-2000) a coroa
de rei do futebol mundial passou de Friedenreich a Leônidas e de Leônidas a
Pelé, sucessivamente, sem perda de qualidade. Até a presente data não surgiu o
sucessor de Pelé. A coroa aguarda novo rei neste século XXI. Ao futuro sucessor
não se exige o impossível: ser melhor do que Pelé. Espera-se o possível: semelhança
a Pelé, disciplinado, completo e eficiente na arte e na técnica de jogar futebol.
Sucessão no trono sem perda de qualidade. Está difícil. Ainda restam nove
décadas. Há outros brasileiros compondo a constelação dos jogadores geniais.
Nela se destacam: Tomás Soares da Silva, Waldir Pereira e Romário de Souza
Faria.
Tomás Soares da Silva, alcunha “Zizinho”,
mulato, baixa estatura, pernas arqueadas, nasceu em 1921 e faleceu em 2002. Cérebro
da formidável seleção brasileira de 1950. Eleito pelo público e pela imprensa
esportiva o melhor jogador da copa do mundo de 1950. Inteligência lúdica,
excelente visão de jogo, mestre da arte de jogar futebol, armador, atacante e
artilheiro com centenas de gols marcados, Zizinho jogou em clubes cariocas,
paulista e chileno. Conquistou dezenas de títulos. Pelé e Gerson nele se
miraram o que, por si só, dá a medida da magnitude desse craque.
Waldir Pereira, alcunha “Didi”, nasceu
em 1928 e faleceu em 2001. Mulato, inteligência lúdica, esguio, postura elegante
dentro e fora de campo, armador, atacante e artilheiro, genial criador do chute
denominado “folha seca”. {Salvo engano, ninguém mais conseguiu executar esse
tipo de chute}. Didi jogou em clubes cariocas, marcou centenas de gols. Com seus
companheiros, conquistou vários títulos. Passes oportunos e precisos. Visão de
jogo extraordinária. De modo tranqüilo e natural, liderava as equipes em que
atuava. Didi foi considerado pela imprensa internacional o melhor jogador da
copa mundial de 1958. Recebeu o apelido de “Mr. Football”. Brilhou na copa de
1962. Com sua experiência e talento repartiu a liderança com Garrincha, transmitiu
segurança aos companheiros e contribuiu para a vitória de modo decisivo.
Romário de Souza Faria nasceu em 1966. Mulato, estatura
mediana, compleição física robusta, personalidade forte, indisciplinado, arreliento,
desentendeu-se com vários treinadores e colegas. Atacante excepcional,
repertório de jogadas geniais, marcou cerca de 1.000 gols durante a carreira iniciada
no infantil do Olaria, em 1979 e encerrada no América do Rio em 2010. Em 613
partidas anotadas, marcou 457 gols, obtendo a média de 0,74 gols por partida,
abaixo das médias dos seus antecessores. Espichou a carreira até os 43 anos de
idade para alcançar o milésimo gol em contagem polêmica. Exibiu seu talento dentro
e fora do Brasil. Bem entrosado com os companheiros, levou a seleção brasileira
à vitória na copa mundial de 1994. Foi considerado o melhor jogador do mundo,
título que a FIFA passou a conceder anualmente para premiar jogadores como Cristiano
Ronaldo, KK, Messi, Rivaldo, Ronaldo Gaúcho, Ronaldo Nazário, Zidane. Na
Europa, a imprensa, treinadores e jogadores de diferentes clubes, colocaram
Romário entre os maiores jogadores de todos os tempos. Johan Cruyff, já
treinador e Stoichkow colega de equipe (holandesa), achavam insuperável o
desempenho de Romário na área adversária. Ele recebeu mais de vinte prêmios por
sua excelente atuação em campeonatos da UEFA, da Holanda, da Espanha e do
Mercosul, obtendo o primeiro lugar da artilharia na maioria deles. Na Copa da
América de 1989, jogando pela seleção brasileira contra a seleção da Argentina,
Romário mostrou em campo evidente superioridade diante de Maradona, tendo o
público nacional e internacional por testemunha. {Nas respectivas fases áureas,
guardadas as diferenças de estilo, Jairzinho, Neto, Rivelino, Ronaldo Gaúcho,
Ronaldo Nazário e Zico também exibiram futebol superior ao de Maradona}. Na
copa de 1998, depois que Romário auxiliou a seleção brasileira a se
classificar, Zagalo e Zico, membros da comissão técnica, quiçá por inveja, afastaram-no
da competição. Conseqüência: a seleção brasileira, com 11 zumbis em campo,
perdeu a partida final para a seleção francesa com 11 guerreiros em campo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário