quinta-feira, 15 de março de 2012

POESIA

Neve caindo e a noite tão depressa / tão depressa, no campo onde passei / quase coberto de macia neve / algum restolho só a distinguir-se. / Os circundantes bosques têm-na – é deles. / Os animais se encolhem pelas tocas. / Vago demais eu vou para contar / a solidão me inclui sem que eu o saiba. / Solitária como é tal solidão / sê-lo-á bem mais, por menos que antes seja / alva brancura da noturna neve / sem expressão, sem nada que exprimir. / Ninguém me assusta com o vazio espaço / entre as estrelas sem humanidade. / Tenho dentro de mim, e bem mais perto / com que assustar-me: o meu próprio deserto. (“Lugares Desertos” – Roberts Frost).

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