quinta-feira, 29 de março de 2012

FUTEBOL


Manuel Francisco dos Santos nasceu em Pau Grande, distrito de Magé, Estado do Rio de Janeiro, em 1933 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 1983. Foi um dos raros gênios do esporte. Caboclo, estatura mediana, pernas tortas, um fenômeno na arte de jogar futebol, recebeu da irmã o apelido de Garrincha, uma espécie de pássaro. Começou a carreira em 1947 e a encerrou em 1972, após jogar por diversos clubes e pela seleção brasileira. Dribles rápidos, desconcertantes, inigualáveis, alguns precedidos de pausa provocativa diante do adversário. Criou: (i) o “drible da vaca”, que consistia em impulsionar a bola para um lado e correr pelo outro, deixando o adversário vencido dentro de uma elipse; (ii) o drible sem bola, que consistia em deixar a bola intocada no lugar sem que o adversário se apercebesse e correr como se a bola estivesse entre os seus pés; o adversário acompanhava a corrida; Garrincha então voltava e tocava a bola. Ele brincava com os adversários. Desenvoltura hilariante que agradava ao público. Jogava descontraído, irreverente, com prazer e alegria. Deixava o público radiante. Por isso mesmo, ao seu apelido foi acrescentada a expressão “alegria do povo”. Simplesmente genial, o melhor ponta direita de todos os tempos, Garrincha prestava assistência a partir da linha lateral do campo próxima à linha de meta, mas também penetrava na área adversária. Foi autor de mais de trezentos gols, aproximadamente, em mais de setecentas partidas, a maioria pelo Botafogo carioca. Conquistou vários troféus em competições nacionais e internacionais. Ainda não surgiu no mundo jogador com as excelsas qualidades que consagraram Garrincha mundialmente nas copas de 1958 e 1962. Nesta última, no Chile, com Pelé contundido e fora da competição, Garrincha compartilha com Didi a liderança da equipe e conduz a seleção brasileira à vitória, numa atuação impecável e extraordinária. Recebeu o prêmio “Bola de Ouro” da FIFA, por sua encantadora e magnífica atuação. Garrincha atuou na copa mundial de 1966, na Inglaterra, quando Pelé foi vítima do “futebol força”. Após ter vencido a seleção da Bulgária, a seleção do Brasil perdeu para as seleções da Hungria e de Portugal. Enquanto Garrincha e Pelé atuaram juntos na mesma partida, a seleção brasileira jamais conheceu derrota.  

Edison Arantes do Nascimento nasceu na cidade de Três Corações, Estado de Minas Gerais, em 1940. Recebeu o apelido de Pelé ainda criança. Negro, estatura mediana, corpo atlético, educado e disciplinado, jogou de 1955 a 1977, sempre com dedicação e amor ao esporte, exibindo vigoroso espírito de luta, sem arrogância. A maior parte desse período atuou pelo Santos FC. Ao servir o Exército (Elvis Presley também prestou serviço militar) jogou pelo clube da sua unidade e ganhou campeonatos militares. Encerrou a carreira na equipe do Cosmos (EUA), mais como professor e menos como jogador. Foi ensinar aos gringos a arte de jogar futebol. Ele atingiu a marca de 1.282 gols em 1.367 partidas, segundo registros oficiais, o que lhe dá a média de 0,93 gols por partida, abaixo das médias de Friedenreich e de Leônidas, ambas acima de um gol por partida. Marcou oito gols em uma única partida atuando pelo Santos FC contra o Botafogo de Ribeirão Preto. Entidades esportivas internacionais outorgaram-lhe o título de melhor jogador de futebol do século XX e o título de melhor atleta do século XX. Da imprensa internacional e do público ele recebeu o título de “rei do futebol” e o apelido “Rei Pelé”. Com seus companheiros e apesar de caçado em campo pelos adversários, Pelé participou da seleção vitoriosa nas copas mundiais de 1958, 1962, 1970, e da seleção derrotada na copa de 1966. Na copa de 1970, o treinador Zagalo tentou barrá-lo, quiçá por inveja do rei. Houve reação e Zagalo teve de engolir Pelé. Cautelosamente, para desestimular agressões e preservar sua integridade física, Pelé sabia quando e como retribuir a violência sofrida (certa ocasião quebrou a perna do adversário). Hábil, Pelé dominava a arte e a técnica de jogar futebol, inclusive como goleiro. Maravilhou a América e a Europa com suas jogadas geniais. Criou: (i) o passe no vazio para a chegada do companheiro e surpresa do adversário; (ii) o inesperado chute do meio do campo para encobrir o goleiro; (iii) a passagem da bola por cima da cabeça do marcador (chapéu). Tinha excelente visão de jogo, inteligência lúdica, repertório de bons dribles e passes. Ágil e atento, ele sofria poucos desarmes. Chutava bem com ambas as pernas, prestava assistência na medida certa, sabia se colocar proveitosamente em campo, eficiente no cabeceio e no amortecimento da bola no peito e nos pés. Gênio.

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