terça-feira, 3 de julho de 2018

FUTEBOL 5

Na primeira partida das eliminatórias (30/06/2018), a França venceu a Argentina (4 x 3). No primeiro tempo, os argentinos sofreram um gol de pênalti cobrado por Griezmann. Depois, empataram com um gol de Mercado (na área adversária, ele desviou a bola chutada por Messi) e passaram à frente com o gol marcado por Di Maria de fora da área. No segundo tempo, Parvard empatou para os franceses. Dos pés de Mbappé saíram mais dois gols. Nos momentos finais, Arguero marcou o terceiro gol da Argentina. O destaque da partida foi Mbappé. Estrela de Messi sem o brilho que exibia no Barcelona. Goleador, mas sem dominar os fundamentos do esporte, Messi foi colocado indevida e prematuramente no panteão dos gênios do futebol. Uruguai venceu Portugal (2 x 1). O primeiro gol resultou do magistral passe de uma lateral a outra do campo, de Cavani para Suarez que, por sua vez, cruzou para a área adversária onde Cavani chegou e cabeceou. O segundo resultou de um chute de Cavani colocado no lado esquerdo do goleiro. O gol português resultou de um cabeceio do luso-brasileiro Pepe. C. Ronaldo se sobressai ao jogar pelo Real Madri. Tal como Messi, o lusitano também é alvo de exagerada avaliação. Goleador, sim; craque genial, não. Arbitragem razoável. O árbitro de campo desprezou o de vídeo em lances que a consulta era recomendável. Rússia e Espanha empataram (1 x 1). Os dois gols foram marcados pelos russos no primeiro tempo, um contra e outro a favor, este último, de pênalti bem assinalado pelo árbitro. Dentro da área espanhola, a bola bateu na mão do defensor que saltara com os braços erguidos acima da cabeça. Fato semelhante aconteceu na copa de 2014 com o brasileiro Thiago Silva que também saltou desse modo e cometeu pênalti. Os espanhóis abusaram dos passes, deixaram de municiar o centroavante e enfraqueceram o sistema ofensivo. Os russos fecharam-se na defesa. As equipes finalizaram pouco e mal. Houve prorrogação sem gols. Depois, cobrança de pênaltis. O russos acertaram todas as cobranças. Os espanhóis desperdiçaram duas defendidas pelo goleiro russo. Arbitragem satisfatória. O árbitro de campo recebeu apoio do árbitro de vídeo. Croácia e Dinamarca empataram (1 x 1). Tensão normal aos jogos eliminatórios, cuidados maiores na defesa, finalizações poucas e sem êxito. Os dois gols foram marcados no início da partida. As equipes imprimiram velocidade na disputa. No segundo tempo, o ritmo diminuiu, muitos passes e poucos dribles. Na prorrogação os croatas desperdiçaram um pênalti. Jogadores extenuados. Decisão por cobrança de pênaltis. Vitória da Croácia cujos cobradores erraram menos. Os goleiros brilharam.
Brasil venceu o México (2 x 0). As equipes exibiram futebol primoroso. Atacavam e defendiam com afinco. Do oportunismo de Neymar e de Firmino, saíram dois gols no lado esquerdo do goleiro mexicano. Destaque para F. Luís, Thiago, Fagner, William, sem desdouro aos demais jogadores. Nas entrevistas à imprensa, o treinador mexicano disse verdades percebidas também pelo público internacional. Futebol masculino não é para homem desfibrado. Neymar retrata um tipo de brasileiro responsável pela má fama da nação no exterior. A esperteza enganosa que caracteriza esse tipo de brasileiro é o elemento anímico da corrupção tanto no meio esportivo como no político (congresso nacional, presidência da república, tribunais). Essa mania de embromar e fingir é uma indecência que não se coaduna com o espírito esportivo. O jogador mexicano pisou no pé do brasileiro, talvez de leve e sem intenção de machucar, até por faltar espaço, quando tentava apanhar a bola que o brasileiro, fora de campo, prendia entre as pernas a fim de ganhar tempo. A cena do brasileiro era de quem necessitava de uma ambulância e de ser internado na UTI. Depois de esfriar a partida, ele se levantou e voltou a jogar normalmente. Essa atitude indecente e antidesportiva é rara nos jogadores europeus, africanos e asiáticos, como se viu nesta copa e nas anteriores. Já houve jogadores geniais que nunca se prestaram a protagonizar essas palhaçadas.
Bélgica venceu o Japão (3 x 2). Logo no início do segundo tempo, os japoneses fizeram dois gols. Numa enfiada de bola do campo japonês ao campo belga, o veloz atacante nipônico se aproveitou da furada do defensor belga, conduziu a bola e, próximo à área, chutou cruzado fora do alcance do goleiro. Logo a seguir, eles fizeram bonita jogada na frente da área adversária e marcaram o segundo gol. O primeiro gol dos belgas foi espírita: a bola veio por alto na área, o belga cabeceou para prestar assistência aérea a um companheiro, mas a bola tomou o rumo do gol e encobriu o goleiro. No segundo, o cabeceio visava ao gol intencionalmente. O terceiro saiu no último minuto dos acréscimos ao tempo regulamentar. No minuto anterior, quase todos os japoneses estavam na área belga para tentar o gol da vitória numa cobrança de escanteio. O goleiro belga interceptou a bola no alto e rapidamente a rolou para o companheiro que desferiu um veloz e mortal contra-ataque. A defesa nipônica estava desguarnecida. O árbitro apitou o fim do jogo. Tristeza dos japoneses. Alegria dos belgas. Suécia venceu a Suíça (1 x 0). Muitos passes e cruzamentos, poucos dribles e finalizações. A seleção sueca perdeu duas excelentes oportunidades de gol. No segundo tempo, o artilheiro sueco marcou com um chute de fora da área. A bola desviou no defensor suíço e enganou o goleiro. A seleção suíça tentou empatar. O goleiro sueco defendeu um excelente cabeceio. Com ajuda do árbitro de vídeo, o de campo reconsiderou a decisão sobre o pênalti que assinalara contra a seleção suíça, anulou o cartão vermelho que aplicara ao jogador suíço substituindo-o pelo amarelo, marcou falta fora da área que, embora bem cobrada, não resultou em gol. Na Suécia, jogando contra a seleção sueca, o Brasil conquistou pela primeira vez a copa mundial. Lá se destacaram três gênios do futebol: Didi, o melhor jogador, Garrincha e Pelé, as duas grandes revelações (1958). Na oitava e última partida dessa fase (03/07/2018), a Inglaterra empatou com a Colômbia (1 x 1). Os gols saíram no segundo tempo, o inglês do pênalti cobrado por Kane e o colombiano do cabeceio de Mina depois da cobrança de escanteio nos últimos minutos dos acréscimos ao tempo regulamentar. Houve prorrogação e depois decisão mediante cobrança de pênaltis. A vitória coube à Inglaterra. Errou menos. Durante a partida, jogadores nervosos. Os ingleses pareciam mais controlados do que os colombianos. Correria, empurrões, agressões físicas, inúmeras e acintosas reclamações, inclusive contra a marcação pelo árbitro de uma escandalosa falta praticada dentro da área (pênalti) e que os colombianos teimavam em negar, tumultuando a partida. No terço final do segundo tempo, os ingleses começaram a ganhar tempo (“fazer cera”) para desespero dos adversários. Os colombianos fizeram o mesmo depois do seu gol, para desespero dos ingleses. Os colombianos também exibiram a antidesportiva característica dos jogadores sul-americanos: a apelativa e irritante embromação, as encenações para enganar o árbitro, o jeitinho indecente para tirar vantagem. Está na hora de a FIFA encontrar um meio de punir o jogador e/ou a equipe por esse tipo de conduta fraudulenta, essa esperteza de estelionatário que mancha eticamente a atividade esportiva.
Classificaram-se para disputar as partidas quartas-de-final: Bélgica, Brasil, Croácia, França, Inglaterra, Rússia, Suécia e Uruguai. Foram eliminadas: Argentina, Colômbia, Dinamarca, Espanha, Japão, México, Portugal e Suíça, Confirmaram-se quase todos os prognósticos deste blog: [1] que haveria surpresas nesta copa; [2] que as seleções da Argentina, Brasil, Espanha e Portugal talvez empacassem na segunda fase do torneio. Prognóstico não é adivinhação e sim prévio e provável conhecimento do que pode acontecer. Fundada na criteriosa observação dos fatos do passado e do presente, bem como em números e relações, a probabilidade que sustenta a previsão não significa certeza de que aquilo que foi previsto realmente acontecerá, mormente na areia movediça do esporte coletivo. Na previsão entram, em graus diferentes, a sensibilidade e a racionalidade do observador (intuição dos sentidos e desapaixonado cálculo do intelecto). 
O trabalho das mulheres no canal Fox tem sido bom. Nota-se o instinto maternal dessas mulheres quando elas tratam Neymar de “Menino Ney”. Menino é o filho e não ele, o pai marmanjo de caráter mal formado, enganador e vedete. A imagem de pai amoroso que está junto ao pequeno filho até nos treinamentos da seleção, transmitida ao mundo pelos canais de televisão, ajuda esse jogador a ser visto como pessoa de bom caráter e não como um moleque irresponsável. Engana a muitos, mas não a todos. O trabalho da ala masculina da Fox também é bom. Locutor de voz bem postada (N. Prieto), narração enfática sem euforia (salvo nos jogos da seleção brasileira). Difere do outro locutor (Téo José) o “Galvão Bueno” da Fox. Um porre. Se desligarmos o som do aparelho de televisão, deixaremos de ouvir a festiva sonoridade produzida pelo público maravilhoso que comparece aos estádios de futebol nas copas mundiais. Se mudarmos de canal, teremos de suportar a galvanice epidêmica cujo foco está na rede Globo de TV.   

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