A indefinida situação jurídica da candidatura de Lula obsta satisfatória análise do quadro eleitoral. Parcela dos magistrados da justiça federal, tanto a ordinária como a eleitoral, posiciona-se francamente contra a candidatura do petista. O explícito ativismo político partidário do judiciário é uma realidade constrangedora. Esse ativismo é incompatível com o exercício da judicatura ante a vigente organização constitucional brasileira que veda aos juízes atividade política partidária (direta ou indireta). Além de inconstitucional, esse ativismo é degradante e contrário ao dever de imparcialidade. Os juízes perdem a serenidade e usam a retórica para contornar princípios jurídicos e morais. Mandaram às favas os escrúpulos como fizeram os militares no período autocrático (1964/1985). Lula dificilmente vencerá a vergonhosa barreira judicial. A outra parcela, constituída de magistrados liberais, republicanos e democráticos, pressionada pelo corporativismo, poderá se omitir. Portanto, quase impossível obter decisão favorável a Lula nos tribunais superiores (Justiça, Eleitoral e Federal). O lamaçal é extenso e profundo. Hoje o fascismo é dominante. “Amanhã é outro dia”.
As estatísticas no campo das disputas eleitorais que normalmente não são confiáveis, ficam piores na ausência de dados concretos e definitivos sobre os candidatos. O cálculo das chances e do provável resultado certamente será melhor depois da primeira quinzena de agosto. Partindo dos resultados das eleições presidenciais de 2014, pode-se ensaiar, num cálculo proporcional e em números redondos, a seguinte projeção para as eleições presidenciais de 2018:
Eleitorado em junho de 2018: 147 milhões de eleitores.
Comparecimento às urnas: 117 milhões de eleitores.
Ausência: 30 milhões de eleitores.
Direita extremada – Bolsonaro: 10 milhões de votos.
Direita moderada – Marina: 19 milhões de votos.
Direita central – Alckmin: 15 milhões de votos.
Esquerda central – Ciro: 10 milhões de votos.
Esquerda moderada – Lula: 35 milhões de votos.
Esquerda extremada – Boulos: 8 milhões de votos.
Diversos: 2 milhões de votos
Votos nulos + brancos: 18 milhões de votos.
Esses números podem variar conforme Lula participe ou não do pleito eleitoral. Os votos dos candidatos nanicos têm pouco peso. Se houver segundo turno, aumentará o abstencionismo e pesará a capacidade de cada candidato eliminado no primeiro turno transferir seus votos ao concorrente da sua preferência.
Caso a candidatura de Manuela D´Ávila à presidência da república seja mantida, os números projetados mudarão. Trata-se de mulher honesta, dedicada à família, jovem, bonita, simpática, inteligente, culta e experiente em assuntos políticos. O eleitorado jovem (16 a 30 anos de idade) soma 35 milhões de votos. Essa juventude poderá sentir-se representada ao votar maciçamente em Manuela. Além disto, os jovens da classe média podem influir na decisão dos pais. Na camada pobre e na camada rica acontece o contrário: os pais influenciam os filhos. Trata-se de comportamento social genérico que às vezes admite exceções conforme os costumes regionais. A influência dos jovens sobre os pais será menor quando a liderança da família revestir caráter militar ou religioso.
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