terça-feira, 24 de julho de 2018

ELEIÇÕES

A indefinida situação jurídica da candidatura de Lula obsta satisfatória análise do quadro eleitoral. Parcela dos magistrados da justiça federal, tanto a ordinária como a eleitoral, posiciona-se francamente contra a candidatura do petista. O explícito ativismo político partidário do judiciário é uma realidade constrangedora. Esse ativismo é incompatível com o exercício da judicatura ante a vigente organização constitucional brasileira que veda aos juízes atividade política partidária (direta ou indireta). Além de inconstitucional, esse ativismo é degradante e contrário ao dever de imparcialidade. Os juízes perdem a serenidade e usam a retórica para contornar princípios jurídicos e morais. Mandaram às favas os escrúpulos como fizeram os militares no período autocrático (1964/1985). Lula dificilmente vencerá a vergonhosa barreira judicial. A outra parcela, constituída de magistrados liberais, republicanos e democráticos, pressionada pelo corporativismo, poderá se omitir. Portanto, quase impossível obter decisão favorável a Lula nos tribunais superiores (Justiça, Eleitoral e Federal). O lamaçal é extenso e profundo. Hoje o fascismo é dominante. “Amanhã é outro dia”.    
As estatísticas no campo das disputas eleitorais que normalmente não são confiáveis, ficam piores na ausência de dados concretos e definitivos sobre os candidatos. O cálculo das chances e do provável resultado certamente será melhor depois da primeira quinzena de agosto. Partindo dos resultados das eleições presidenciais de 2014, pode-se ensaiar, num cálculo proporcional e em números redondos, a seguinte projeção para as eleições presidenciais de 2018:

Eleitorado em junho de 2018:                147 milhões de eleitores.
Comparecimento às urnas:                     117 milhões de eleitores.
Ausência:                                                30 milhões de eleitores.   

Direita extremada –      Bolsonaro:        10 milhões de votos.
Direita moderada –       Marina:             19 milhões de votos.
Direita central –           Alckmin:            15 milhões de votos.    
Esquerda central –       Ciro:                   10 milhões de votos.
Esquerda moderada –   Lula:                  35 milhões de votos.
Esquerda extremada –  Boulos:                8 milhões de votos.
Diversos:                                                   2 milhões de votos
Votos nulos + brancos:                            18 milhões de votos.

Esses números podem variar conforme Lula participe ou não do pleito eleitoral. Os votos dos candidatos nanicos têm pouco peso. Se houver segundo turno, aumentará o abstencionismo e pesará a capacidade de cada candidato eliminado no primeiro turno transferir seus votos ao concorrente da sua preferência.
Caso a candidatura de Manuela D´Ávila à presidência da república seja mantida, os números projetados mudarão. Trata-se de mulher honesta, dedicada à família, jovem, bonita, simpática, inteligente, culta e experiente em assuntos políticos. O eleitorado jovem (16 a 30 anos de idade) soma 35 milhões de votos. Essa juventude poderá sentir-se representada ao votar maciçamente em Manuela. Além disto, os jovens da classe média podem influir na decisão dos pais. Na camada pobre e na camada rica acontece o contrário: os pais influenciam os filhos. Trata-se de comportamento social genérico que às vezes admite exceções conforme os costumes regionais. A influência dos jovens sobre os pais será menor quando a liderança da família revestir caráter militar ou religioso. 

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