domingo, 21 de setembro de 2014

ELEIÇÕES 2014

O nível ético da campanha eleitoral melhorou este ano. De um modo geral, os candidatos defendem os seus programas de governo e criticam o programa do adversário de forma razoavelmente moderada. A capacidade administrativa dos candidatos à presidência da república só pode ser avaliada objetivamente em relação aos que já chefiaram o executivo federal e estadual, a saber: Dilma Rousseff e Aécio Neves. Quanto à Marina Silva e demais candidatos nada é possível afirmar com certeza sobre desempenho governamental. Tudo o que se disser a tal respeito será mera conjectura, injúria ou difamação. Esses candidatos serão avaliados apenas pelos dados reais da vida pública e privada de cada um.  O exame da vida pregressa permite avaliar o caráter, a honestidade, a conduta familiar, social e profissional e a capacidade intelectual de todos os candidatos. 
A investigação da vida pública e privada do candidato é fundamental para uma boa escolha pelo eleitor. Todavia, enseja distorções infamantes da parte dos adversários. Este aspecto moralmente trevoso da campanha eleitoral ainda perdura. Os agentes das distorções são os partidos políticos, os candidatos e a imprensa facciosa.  Prática imoral recorrente é pinçar frases ditas pelo candidato e critica-las fora do contexto em que foram pronunciadas. Exemplo recente versa o jornalismo investigativo. A candidata Dilma Rousseff disse que não cabia à imprensa investigar e sim informar. Disse-o quando se referia ao caso Petrobrás. Disse, acertadamente, que a investigação cabia à Polícia Federal, ao Ministério Público e ao Judiciário. Neste contexto é que se deve interpretar a assertiva da candidata. No entanto, maliciosamente, os adversários deram-lhe uma amplitude descabida como se a censura abrangesse toda a função investigativa da imprensa. A candidata Dilma não é essa mulher estúpida pintada pela imprensa oposicionista. Cuida-se de mulher com boa formação moral e intelectual. Investigar é buscar no mundo da natureza e no mundo da cultura conhecimento de atos e fatos mediante métodos adequados.  Os procedimentos investigatórios ocorrem tanto no setor público como no setor privado da sociedade, no campo da ciência, da filosofia, da técnica, da comunicação social, e assim por diante. Certamente, a candidata sabe muito bem disto. Ela se referia apenas à competência privativa dos órgãos públicos para a investigação criminal daquele caso concreto, competência e credibilidade que faltam à imprensa.
Como ficou dito neste blog em data anterior, votarei em Marina Silva pelos motivos ali expostos. Isto não me impede, todavia, de me opor à face moralmente tenebrosa da campanha eleitoral aqui denunciada, ainda que a vítima seja a outra candidata. 

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