domingo, 28 de fevereiro de 2010

VIDA2

Segunda parte.

Para suprir demanda dos bens necessários à conservação da vida, ante a provável exaustão das fontes usuais de abastecimento e o crescimento da população mundial, buscam-se fontes alternativas de energia: eólica, solar, nuclear, vegetal (cana de açúcar, milho, beterraba). A engenharia genética contribui para que a probabilidade de faltar alimento seja reduzida. Sob técnicas adequadas e condições apropriadas são plantados vegetais transgênicos, criam-se frangos e peixes com rações vitaminadas, melhora-se a qualidade do gado pela inseminação artificial e pastos apropriados. A indústria diversifica a produção de alimentos, remédios, vitaminas e equipamentos para preservar a saúde e a vida.

O filme italiano Mundo Cão, da segunda metade do século XX, retratava a miséria moral e econômica das pessoas. Calcula-se que, atualmente, mais da metade da população mundial passa fome. Alimentos são queimados ou destruídos, às toneladas, por não obter bom preço no mercado. À falta de poder aquisitivo, milhões de pessoas ficam sem acesso aos alimentos postos à venda nas feiras, armazéns e supermercados. Diante da escassez de água, buscam-se soluções racionais à sua utilização, de modo a evitar o desperdício, preservar os mananciais e a flora que os circunda. Abrem-se canais para irrigação da terra e transposição das águas de rios a fim de abastecer regiões assoladas pela seca. Cogita-se a dessalinização da água do mar.

Na Europa do século XIX, teve larga repercussão a teoria de Thomas Malthus, publicada em 1803: a população mundial se multiplica em progressão geométrica, enquanto os recursos para alimentá-la crescem em progressão aritmética; a catástrofe será certa, se não houver controle. No século XX, ao findar a primeira guerra mundial, a França adotou política de incentivo à natalidade. O cenário mudou na segunda metade do século. O Japão adotou política de controle da natalidade. Países desenvolvidos seguiram o exemplo japonês. Onde o controle ficou mais restrito à camada rica e remediada, a população aumentou, como na América do Sul e África. O controle da natalidade na China tem caráter obrigatório: o governo estabelece o número máximo de filhos que o casal pode gerar; ultrapassado o limite, sobrevém punição aplicada pelo Estado. A imigração intervém negativamente na política de controle de natalidade do país hospedeiro. Além disso, os imigrantes concorrem com os nacionais no mercado de trabalho, o que tem gerado descontentamento e conflitos em países europeus e reacendido a chama do racismo. Nos EUA o governo faz severa fiscalização na fronteira com o México, para evitar a imigração ilegal.

As técnicas de controle da natalidade variam: relação sexual programada, pílulas anticoncepcionais, diafragma, vasectomia, laqueadura, aborto cirúrgico. A igreja cristã discorda do controle; apóia-se no mandamento bíblico: crescei e multiplicai. Opõe-se, igual e tenazmente, à interrupção da gravidez; apóia-se em outro mandamento bíblico: não matarás. Qualifica o aborto de assassinato, como se o embrião fosse pessoa. Assim procedendo, a igreja coloca-se contra o direito posto pelo Estado e faz terrorismo moral e religioso, esquecida de que ela própria torturou e matou – na fogueira, no cadafalso, no óleo fervendo – pessoas consideradas hereges. Por não tirar o chapéu à passagem de uma procissão, Jean Barre foi supliciado até a morte, em 1618, na França. No direito brasileiro, o nascimento com vida gera a personalidade civil. Considera-se com vida o ser que respira pela primeira vez fora do útero. Se não houver respiração, não haverá pessoa nem o respectivo direito hereditário.

A ex-ministra da saúde da Finlândia, Dra. Rauni Kilde, através de entrevista divulgada pela rede de computadores em 2009/2010, denunciou a técnica de redução demográfica por envenenamento coletivo. Crianças e mulheres grávidas são os alvos principais da aplicação dessa técnica que obedece a uma estratégia cuja autoria é atribuída a Henry Kissinger, ex-secretário de estado dos EUA. O suposto projeto tem por objetivo eliminar 2/3 da população mundial e, concomitantemente, aumentar os lucros da indústria farmacêutica, com o beneplácito da Organização Mundial da Saúde. A indústria produz vacinas que intoxicam o organismo humano e causam a morte dos pacientes. Servindo-se dos veículos de comunicação social, a indústria faz alarde de doenças, como a gripe suína e a gripe do frango, qualificando-as de altamente danosas à saúde. Induz os governos a baixarem leis declarando a vacina obrigatória. Vende vacinas a todos os países do mundo para consumo de milhões de pessoas, embora seja pequeno o número de doentes proporcionalmente ao de habitantes.

Suspeita-se que o vírus da AIDS resultou de projeto semelhante, cuja execução teve início no continente africano. Em direção aparentemente oposta a esse projeto, a pesquisa científica, as técnicas alopáticas e homeopáticas, orientais e ocidentais, permitiram a cura e a prevenção de várias doenças, prolongando a expectativa de vida do ser humano. Continua a luta contra o câncer, a AIDS e o diabetes. Embora sem o propósito específico, esse progresso pode camuflar aquele projeto de extinção parcial da humanidade. Realmente, apenas 1/3 da população mundial, aproximadamente, usufrui do avanço da medicina. A maior parcela está excluída. O continente africano oferece o mais dramático exemplo dessa exclusão. No continente americano, o terremoto no Haiti, em 2009, com milhares de mortos, revelou ao mundo um povo na miséria, excluído do progresso trazido pela civilização. O infortúnio talvez proporcione melhores dias, refletindo a passagem bíblica: depois da tempestade, a bonança. Algumas nações se solidarizaram com os haitianos; o povo recebeu ajuda internacional que poderá se estender por uma década, em atenção ao pleito dos seus líderes. Por outro lado, na Europa e na América, o crescente número de idosos e de desempregados preocupa os governos. Os recursos da previdência social estão no limite, segundo afirmam. A eliminação dessa parcela da população mundial seria bem vista por esses pragmáticos que valorizam mais o dinheiro do que a vida.

Nenhum comentário: