sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

VIDA

Primeira parte.

Vida é alma, energia fundamental genetriz e motor do universo. Quem diz alma, diz vida; quem diz vida, diz energia; quem diz energia, diz movimento; quem diz movimento, diz espaço e tempo. As galáxias não existiriam sem vida; o cosmos se desintegraria se perdesse vida. Alma universal, a vida cria a matéria, dá forma aos minerais, vegetais e animais e imprime movimento ao mundo. Do ponto de vista ontológico, a vida se manifesta como totalidade do ser: estrutura o mundo e o mantém em funcionamento contínuo. Essa manifestação obedece a padrões inteligentes, a uma lógica interna, que a mente humana apreende como leis da natureza. Se essas leis realmente existem fora da mente humana, não há certeza, como pondera Norbert Wiener (“Cibernética e Sociedade”): sua existência é mero postulado sobre o qual repousa o trabalho científico.

Como os seres humanos criaram e organizaram o seu próprio universo – o mundo da cultura – mediante leis ditadas por sua inteligência, deduziram daí que o mundo da natureza também foi criado e organizado segundo leis inerentes à vida, ditadas por uma inteligência superior. Einstein acreditava nessa inteligência (“Como eu vejo o mundo”). A teoria da grande explosão, sobre a origem do universo, se harmoniza com a equação de Einstein: matéria é energia. Essa teoria supõe um evolucionismo que coloca à margem a teoria criacionista, segundo a qual o mundo foi criado num só ímpeto e diretamente pela divindade. Para os povos que adotam a bíblia como livro sagrado, o mundo e tudo que nele se contém foram criados pelo deus Javé ou Jeová, em seis dias consecutivos. Esfalfado, apesar de onipotente, o deus descansou no sétimo dia.

Evolucionismo e criacionismo divergem quanto ao modo como surgiu o universo, porém ambos são compatíveis com a existência divina. Quanto à forma e substância de Deus, reina o desacordo tanto entre os evolucionistas como entre os criacionistas. A divergência é extrema entre materialistas e espiritualistas. Os primeiros entendem que nada existe além da matéria; não há mundo espiritual; tudo inicia e acaba no mundo da natureza. Os últimos defendem a existência do mundo divino, paralelo ou acima do mundo da natureza; após a morte física, a vida continua nesse mundo espiritual.

No planeta Terra, minúsculo ponto do sistema solar localizado na extremidade da galáxia denominada Via Láctea, reuniram-se condições ambientais que tornaram possível a manifestação da vida vegetal e animal. A ciência reserva aos vegetais e animais o tratamento de seres vivos em função do princípio vital específico que lhes dá existência. Nesta restrita noção biológica, o princípio vital proporciona aos seres vivos atributos ausentes do reino mineral, tais como: sensibilidade, duração, capacidade de reprodução, nutrição e defesa, pulsão na linha evolutiva desde as espécies germinais mais simples até os organismos mais complexos. Os seres vivos percebem e reagem ao meio ambiente; movimentam mecanismos de defesa própria e de conservação da espécie; cumprem o ciclo natural: nascimento, crescimento, maturidade, envelhecimento e morte. Os animais buscam instintivamente, alimento adequado, abrigo e acasalamento. Há saltos decorrentes de fatos internos (disfunções, processos degenerativos) e de fatos externos (terremotos, maremotos) quando o animal morre antes de envelhecer; às vezes, logo ao nascer. No que concerne ao animal racional, além dos fatos internos e externos retro mencionados, a vida pode ser abreviada por atos voluntários ou involuntários, de modo coletivo ou individual, de que são exemplos: a guerra, os conflitos armados no interior da nação, acidentes com veículos em terra, ar ou água, hábitos nocivos, pena de morte, suicídio, infanticídio, homicídio, genocídio.

Cientistas buscam sinais de vida vegetal e animal em outros pontos do universo. A presença, na Terra, de seres de outros planetas, vivos e inteligentes, bem como de objetos voadores não identificados, estaria registrada em arquivos militares dos EUA. Presente a hipótese de blefe americano ao tempo da guerra fria e da corrida espacial com os soviéticos. Há narrativas de pilotos de avião sobre esses objetos; algumas pessoas mostram fotografias pouco nítidas; outras se dizem abduzidas. A nebulosidade em torno dessa matéria gera incerteza. A falta de evidência deixa o assunto no terreno da crença e da fantasia, o que rende bilhões de dólares à indústria cinematográfica e às editoras de livros de ficção científica e esoterismo.

O excesso de população na Terra preocupa as lideranças mundiais diante da probabilidade de esgotamento dos recursos naturais. Especula-se em torno da emigração de seres humanos para outros planetas. As viagens espaciais ensaiam a possibilidade de encontrar planetas que ofereçam condições para vida vegetal e animal. Na hipótese de hecatombe na Terra, a emigração permitiria a continuidade da vida humana em outro planeta. A implantação de colônias em planetas situados fora do sistema solar seria uma solução para reduzir o número de habitantes na Terra. O que parecia fantasia no século XIX, mostra-se possibilidade no século XX, probabilidade no século XXI e poderá ser realidade no século XXII. As fronteiras da técnica e da ciência se deslocam na medida em que se expande a mente, se fortalece a coragem, cresce a ousadia e se amplia a liberdade do ser humano.

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