quinta-feira, 15 de setembro de 2022

JORNALISTA versus DEPUTADO

Depois de encerrado o debate entre os candidatos ao governo do Estado de São Paulo, realizado em 13/09/2022, no Memorial da América Latina, o deputado estadual Douglas Garcia interpelou a jornalista Vera Magalhães sobre o valor de um contrato que ele entendia excessivo e vergonhoso. Outro jornalista (mediador do debate) arrancou o telefone celular das mãos do deputado e o lançou para longe. Além disto, xingou o deputado com palavras de baixo calão. 
O episódio está sendo explorado nos meios de comunicação social de maneira tendenciosa. Em apoio e solidariedade à mulher jornalista manifestam-se: (i) entidades representativas dos profissionais do jornalismo (ii) jornais impressos e de televisão (iii) jornalistas profissionais (iv) candidatos à presidência da república. 
O partido a que pertence o deputado (republicanos) abriu sindicância a fim de apurar os fatos. Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foi requerida a cassação do mandato do deputado. 
A solidariedade de candidatos a cargos eletivos à jornalista é precipitada, pois os fatos ainda não estão esclarecidos. Debita-se tal precipitação ao oportunismo político em época de eleições. Todos querem ficar bem com a imprensa. 
A solidariedade dos jornalistas à sua colega nada mais é do que corporativismo na sua negativa modalidade: apoiar o membro da corporação mesmo que ele esteja errado. Na sua modalidade positiva, o corporativismo apenas assegura ao seu membro o direito de defesa, sem entrar no mérito de questão ainda indefinida.
A gravação mais ampla do episódio mostra o deputado perguntando à jornalista sobre o valor de um contrato e ela se negando a responder; o deputado insiste na pergunta e a jornalista mantém a negativa. O deputado, referindo-se ao contrato, diz e repete que aquilo é uma vergonha. O deputado gravava a discussão quando o seu telefone celular lhe foi arrebatado das mãos. 
O representante eleito pelo povo (senador, deputado, vereador) tem dupla função: legislar e fiscalizar. O funcional dever de fiscalizar inclui o de inquirir pessoas físicas e pessoas jurídicas sobre a lisura de negócios que envolvam interesse público. No caso em tela, o deputado estaria no legítimo exercício desse dever? Isto será esclarecido no devido processo legal.   
A prova material exibida (gravação) não confirma a versão dada pela imprensa de que houve “intimidação” e “agressão verbal”. A insistência em obter reposta é comum aos entrevistadores. A entrevistada é pessoa conhecida como jornalista que intimida e não se deixa intimidar. Tanto assim, que encarou o deputado, quase lhe tocando o rosto, sem parar de com ele discutir. Ambos estavam alterados. 
Como as demais jornalistas das grandes empresas de jornalismo do Brasil, a jornalista protagonista do incidente também faz política. Ela e as suas colegas apoiaram os sórdidos episódios (i) do fraudulento processo político de impeachment da presidente Dilma Rousseff (ii) do fraudulento processo criminal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Regozijaram-se com a prisão do líder petista. O objetivo era deixar o caminho livre para a eleição do candidato tucano à presidência da república em 2018. Aconteceu o imprevisto: o tucano foi superado já no primeiro turno. Então, elas apoiaram o candidato da extrema direita contra o candidato da esquerda. 
Não há jornalismo politicamente neutro. Liberdade de imprensa tampouco significa imparcialidade do dono da empresa e dos seus jornalistas. Mulheres e homens profissionais do jornalismo situados à direita do espectro político contribuíram para os processos fraudulentos retro mencionados. Assim procedendo, incentivaram o florescimento e a expansão do nazismo e do fascismo no território brasileiro. Ironia da história: o jornalismo que nos anos 2014-2018 ensejou a ascensão e o vigor do nazismo e do fascismo no Brasil, deles tornou-se vítima. Empresas jornalísticas e seus jornalistas colheram o mal que plantaram. Espera-se que tenham aprendido a lição e não mais conspirem contra a democracia e nem se coloquem a favor da tirania. 
O deputado entrevistador também não é flor que se cheire. Nazifascista convicto, coloca em prática as suas idiossincrasias de maneira aberta e desafiadora. Imagem perfeita do seu fuhrer. A parcela da imprensa contrária à reeleição do nazifascista que atualmente governa o Brasil, aproveitou-se do entrevero em São Paulo para bombardear o deputado e tudo o que ele representa de ruim.
Por enquanto, as imagens circuladas evidenciam: (i) o confronto entre uma jornalista da direita e um político da extrema direita (ii) as ofensas física e moral de outro jornalista contra o deputado. 


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