quarta-feira, 8 de agosto de 2012

ZEBRA3


06/08/2012. Futebol feminino. Japão x França. Vitória da seleção japonesa (2x1). Zebra haveria se a vitória fosse da seleção francesa. A japonesa é campeã mundial e seu desempenho nas olimpíadas tem sido muito bom. Arriscou-se após marcar o segundo gol, recuando para a defesa. A seleção francesa cresceu de rendimento, marcou gol, perdeu pênalti e dificultava o contra ataque japonês. Próximo do final da partida, jogadora japonesa perdeu gol incrível.
EUA x Canadá. Vitória da seleção estadunidense (4x3). Quando se esperava a disputa por tiro direto da marca do pênalti sem barreira, a seleção dos EUA marca o quarto gol no minuto final da prorrogação. Intencionalmente ou não, a arbitragem norueguesa favoreceu a equipe dos EUA. Marcou pênalti que não existiu. A jogadora canadense estava de costas com os braços junto ao tronco quando a bola bateu no seu braço direito. Pouco antes a árbitra assinalara falta da goleira canadense por chutar a bola depois da linha da sua área, embora o pé de apoio da jogadora estivesse dentro da área. Não se vê árbitro assinalar falta nessas circunstâncias. Faltas praticadas pelas estadunidenses não foram assinaladas, nem cartão amarelo foi exibido quando merecido.
A medalha de ouro será disputada por duas das maiores forças do futebol feminino da atualidade: Japão e EUA.       

O7/08/2012. Futebol masculino. México x Japão. Vitória mexicana (2x1). Não há falar em zebra. Talvez, um leve favoritismo da japonesa por seu espírito de luta. Nenhuma das equipes dispunha de grandes estrelas. Embora um dos melhores jogadores da seleção olímpica mexicana, Geovani dos Santos, mexicano de pai brasileiro, não se qualifica como estrela de primeira grandeza. O nível técnico desta seleção é bom. Apresenta um estilo semelhante ao da seleção brasileira. Mais lenta do que a adversária, a seleção mexicana aproveitou de modo positivo o seu toque de bola para neutralizar a veloz desenvoltura da equipe asiática. Parece que o treinador mexicano, ao montar a sua equipe e organizar a sua tática, estudou bem o modo de jogar da seleção japonesa. 
Brasil x Coréia do Sul. Vitória da seleção brasileira (3x0). Haveria zebra se a vitória fosse da equipe asiática. Como se viu do jogo, o futebol dos coreanos evoluiu no século XXI, mas não o suficiente para superar o brasileiro. Possivelmente, perderão para os japoneses a disputa pela medalha de bronze. As equipes asiáticas amarelas exibem futebol moderno, solidário, rápido, mas sem mudança tática e sem improviso durante a partida; há preparo físico, empenho, bons jogadores, mas carecem de talento individual acima da média. A seleção brasileira foi beneficiada pela arbitragem. O árbitro deixou de assinalar pênalti claro e indiscutível a favor dos coreanos. Se tal penalidade fosse assinalada e cobrada com êxito, o panorama do jogo certamente mudaria.
Na seleção brasileira os erros de passe continuam em número inaceitável. Há também excessiva ligação direta da defesa ao ataque, sem que a bola passe pelos jogadores situados no meio do campo. As jogadas solidárias (troca de passes entre os jogadores) superaram as jogadas individuais (dribles). Para o driblador é difícil encontrar o meio termo entre a jogada solidária e a jogada individual. O dinamismo do jogo dificulta. O jogador não traz um computador a tiracolo para ajudá-lo no cálculo. Guia-se pela intuição. Excelente driblador, Neymar mostrou na última partida que atingiu esse difícil equilíbrio. Moderou a quantidade de dribles e de passes. O resultado foi bom para a equipe. O brasileiro é perito no drible, fundamento da arte de jogar futebol que o jornalista Armando Nogueira reverenciava com verdadeira ode ao drible. Como fator de superioridade do futebol brasileiro, esse belo fundamento não deve ser sufocado pelo coletivo e sim aproveitado como ponto positivo da equipe.
Olimpicamente, a conquista da medalha de prata já está de bom tamanho. No confronto entre brasileiros e mexicanos para conquista da medalha de ouro, a cobra vai fumar, como constava do lema da força expedicionária brasileira na Itália (1942-1945). A disputa dar-se-á no sábado, 11/08/2012, data em que se comemora a fundação dos cursos jurídicos no Brasil (Olinda e São Paulo – século XIX). 

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