quarta-feira, 20 de junho de 2012

PILULAS


Rogai por nós. Atitude cômoda. Esperamos que Deus, os santos, os pais, os professores, o governo e outros façam por nós alguma coisa, zelem por nossos bens e interesses, quando tudo isto a nós incumbe realizar. A frase de J. F. Kennedy estava parcialmente correta: devemos perguntar o que devemos fazer pela pátria e não o que a pátria deve fazer por nós, porém o complemento é necessário: nós pela família, pela comunidade, pela pátria e pelo mundo; a família, a comunidade, a pátria e o mundo por nós. O indivíduo não deve ser tratado como peça de um mecanismo ou de um organismo, sem luz e dignidade próprias, sem merecer os préstimos da sociedade e do Estado. A relação entre pessoa e nação deve ser de troca justa e lícita. O indivíduo deve servir ao conjunto e receber segurança; contribuir para o todo mediante atos e tributos, mas receber assistência e serviços públicos necessários e úteis.      

Conhece-te a ti mesmo. Primeiro passo. Serve a ti mesmo, à tua família, à tua comunidade, ao teu país. Escolher os governantes é um dos modos de prestar este serviço. 

Viver a dualidade. Espírito e matéria. Consciência de estar em dois mundos ao mesmo tempo. Consciência de que esses dois mundos são expressões de uma única e sublime realidade: alma universal (Vida, Luz e Amor).

Comer e beber. A comida mais saborosa não se compara ao alimento divino. A bebida mais agradável não se compara ao néctar divino. Quem experimentou?

Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma (Jesus, citado por Thomas Hobbes, in Leviatã, p. 411 + Novo Testamento, Mateus 10: 28). O suicida, fanático, não tem medo de morrer por uma causa religiosa ou política; mata o corpo certo de que preservará a alma. Os ascetas desprezam o corpo e valorizam a alma.

Obediência a Deus. Como saber se o mandamento é dele ou do homem político e ambicioso que o escreveu? (Hobbes, p. 412). Não só o mandamento como também toda a escritura “sagrada”. Na bíblia, antigo e novo testamento, nada provém de Deus ou do espírito santo. Tudo provém do cérebro de alguns espertalhões, que sabiam ler e escrever, para dominar a massa ignara. Desde o século IV antes de Cristo, quando Esdras e companheiros redigiram os cinco primeiros livros do antigo testamento, até o século XX depois de Cristo, ler e escrever era privilégio de poucos. Na bíblia sobram lorotas e contradições, que mereceram a crítica de dois judeus ilustres: Spinoza (filósofo) e Einstein (cientista). Incrível como esse livro lastreou a civilização ocidental a partir da queda do império romano. Isto revela o altíssimo grau de ignorância e credulidade em que vivia a imensa maioria dos povos da Europa. Fé cega que atravessou o século das luzes (razão livre) e escraviza o espírito de gente crédula até os dias atuais, graças ao esforço contínuo e eficaz do clero católico e protestante que mantém o rebanho na cegueira. Reis e ditadores, visando proveito político e financeiro, apoiaram o clero nesse esforço. A doutrina religiosa combate a razão e a teoria científica.    

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