Rogai por nós.
Atitude cômoda. Esperamos que Deus, os santos, os pais, os professores, o
governo e outros façam por nós alguma coisa, zelem por nossos bens e
interesses, quando tudo isto a nós incumbe realizar. A frase de J. F. Kennedy
estava parcialmente correta: devemos
perguntar o que devemos fazer pela pátria e não o que a pátria deve fazer por
nós, porém o complemento é necessário: nós pela família, pela comunidade,
pela pátria e pelo mundo; a família, a comunidade, a pátria e o mundo por nós.
O indivíduo não deve ser tratado como peça de um mecanismo ou de um organismo,
sem luz e dignidade próprias, sem merecer os préstimos da sociedade e do
Estado. A relação entre pessoa e nação deve ser de troca justa e lícita. O
indivíduo deve servir ao conjunto e receber segurança; contribuir para o todo
mediante atos e tributos, mas receber assistência e serviços públicos
necessários e úteis.
Conhece-te a ti mesmo. Primeiro passo. Serve a ti mesmo, à tua família, à
tua comunidade, ao teu país. Escolher os governantes é um dos modos de prestar
este serviço.
Viver a dualidade. Espírito e matéria. Consciência de estar em dois mundos ao mesmo
tempo. Consciência de que esses dois mundos são expressões de uma única e
sublime realidade: alma universal (Vida, Luz e Amor).
Comer e beber.
A comida mais saborosa não se compara ao alimento divino. A bebida mais
agradável não se compara ao néctar divino. Quem experimentou?
Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem
matar a alma (Jesus, citado por
Thomas Hobbes, in Leviatã, p. 411 +
Novo Testamento, Mateus 10: 28). O suicida, fanático, não tem medo de morrer
por uma causa religiosa ou política; mata o corpo certo de que preservará a
alma. Os ascetas desprezam o corpo e valorizam a alma.
Obediência a Deus. Como saber se o mandamento é
dele ou do homem político e ambicioso que o escreveu? (Hobbes, p. 412). Não
só o mandamento como também toda a escritura “sagrada”. Na bíblia, antigo e
novo testamento, nada provém de Deus ou do espírito santo. Tudo provém do cérebro
de alguns espertalhões, que sabiam ler e escrever, para dominar a massa ignara.
Desde o século IV antes de Cristo, quando Esdras e companheiros redigiram os
cinco primeiros livros do antigo testamento, até o século XX depois de Cristo,
ler e escrever era privilégio de poucos. Na bíblia sobram lorotas e
contradições, que mereceram a crítica de dois judeus ilustres: Spinoza
(filósofo) e Einstein (cientista). Incrível como esse livro lastreou a
civilização ocidental a partir da queda do império romano. Isto revela o
altíssimo grau de ignorância e credulidade em que vivia a imensa maioria dos
povos da Europa. Fé cega que atravessou o século das luzes (razão livre) e
escraviza o espírito de gente crédula até os dias atuais, graças ao esforço
contínuo e eficaz do clero católico e protestante que mantém o rebanho na
cegueira. Reis e ditadores, visando proveito político e financeiro, apoiaram o
clero nesse esforço. A doutrina religiosa combate a razão e a teoria
científica.
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