quinta-feira, 17 de maio de 2012

FUTEBOL


Minguou a genialidade no futebol na primeira década deste século XXI. Até o momento, não se vê sucessores de Romário, Ronaldo Gaúcho e Zidane, últimos gênios do futebol. Cristiano Ronaldo e Lionel Messi eram promessas; aquele malabarista, este marreteiro, ambos de bom nível. Na copa de 2010 esses dois mostraram limitações e tiveram atuações apagadas. Ao enfrentar jogadores e equipes de alto nível revelaram desempenho muito longe da genialidade. A copa reúne os melhores jogadores de cada continente. Bilhões de pessoas assistem-na e testemunham atuação desses jogadores. Na copa de 2010 destacaram-se os holandeses Robben e Sneijder. No entanto, outros jogadores menos valorosos foram escolhidos pela FIFA.

Há jogadores brasileiros com potencial a ser exteriorizado na próxima copa se estiverem em forma e forem convocados, tais como: Dedé, Felipe Coutinho, Ganso, Leandro Damião, Lucas, Marcelo, Neymar. Esses jogadores talvez ultrapassem o nível de excelência da fase áurea de jogadores como Adriano, Carlos Alberto, Falcão, Geovani, Jairzinho, Júnior, KK, Rivaldo, Ronaldo Nazário, Zico. Ultrapassagem difícil, mas possível. O futuro dirá. De um modo geral, aos citados novos jogadores ainda faltam: firmeza, maturidade, plena capacidade de assimilação das mudanças introduzidas pelos treinadores durante a partida. Além da habilidade individual dos jogadores, o futebol requer eficiência coletiva e inteligência. Certa ocasião, no confronto entre Corinthians e Palmeiras, os treinadores, Luxemburgo de um lado e Scolari de outro, alternavam-se nas mudanças táticas e na composição das equipes no curso da partida. Luciano do Valle, que narrava o jogo transmitido pela emissora de televisão, exclamou empolgado: “isto está parecendo um jogo de xadrez”. Aliás, excelente narrador há muitos anos, simples, bem educado, Luciano conhece o esporte, respeita o público e a opinião dos comentaristas mesmo quando deles discorda. Quando equipes e treinadores são de alto nível, a inteligência entra em campo, o jogo adquire extraordinário colorido.  

A crítica às atitudes em campo de jogadores católicos e protestantes feita no artigo anterior teve o propósito de mostrar: (1) o inconveniente de misturar religião e futebol (2) o distorcido papel do jogador em campo como sacristão de chuteiras e propagandista de seitas religiosas (3) a equivocada crença de cristãos no Antigo Testamento – coleção de livros hebraicos da Bíblia (4) que, se católicos e protestantes fossem cristãos, seguiriam o Novo Testamento – coleção de livros cristãos da Bíblia (5) que, se católicos e protestantes fossem fiéis, guiar-se-iam pela doutrina de Jesus exposta pelos apóstolos, ao invés de se guiarem pela doutrina de Moisés (6) o culto seria prestado ao Pai Celestial, deus universal, bondoso e misericordioso que Jesus adorava, e não a Jeová, cruel e satânico deus nacional do povo hebreu (judeus + israelitas).

Assim como outros povos da antiguidade, os hebreus também adoravam deuses e eram felizes no Egito até que Moisés lhes impôs o exclusivo culto ao severo Jeová e os submeteu aos sofrimentos do êxodo (1250 a.C.). As seqüelas ficaram gravadas no DNA desse povo. No curso dos anos 30 a 40 do século I, o profeta Jesus se propôs a catequizar primeiro os monoteístas (judeus) e depois os politeístas (pagãos). Com esse propósito, ele procura tranqüilizar os judeus dizendo que não viera para abolir a lei e os profetas e sim para levá-los à perfeição (Mateus, 5: 17; único evangelista a mencionar essa comparação entre a lei antiga e a lei nova). A lei era o pentateuco, cinco primeiros livros do Antigo Testamento, cuja autoria foi atribuída a Moisés. Os profetas eram 18 livros contidos no Antigo Testamento, cuja autoria foi atribuída aos profetas judeus e israelitas. Nesse mistér de aperfeiçoamento, Jesus expôs nova doutrina (evangelho = boa nova): I. Anunciou novo deus (Pai Celestial); II. Dessacralizou o sábado (dia sagrado dos hebreus); III. Revogou a lei do olho por olho, dente por dente (talião); IV. Aboliu o sacrifício de animais à divindade; V. Mandou: (1) amar a Deus, ao próximo e aos inimigos (2) salvar os amigos com a própria vida (3) perdoar os devedores e as ofensas (4) dividir a riqueza com os pobres e não acumular tesouros neste mundo. Todos esses preceitos brotam da visão de mundo jesuítica, diferente da visão de mundo mosaica; sustentam-se na autoridade moral do profeta. Entre os adeptos das religiões que se dizem cristãs (católicos e protestantes) a doutrina do Cristo, luz no plano do espírito, tem sido um farol apagado no plano da conduta.

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