quinta-feira, 25 de agosto de 2022

ELEIÇÕES 2022 - X

Considerados os 57 milhões de votos recebidos em 2018 pelo nazifascista, estima-se que, desse total, pelo menos, 28 milhões e 500 mil tenham sido os votos dos “evangélicos” e que os 28 milhões e 500 mil restantes tenham sido os votos dos nazifascistas somados aos votos da direita moderada. Dos 90 milhões de eleitores que não votaram no nazifascista em 2018, 47 milhões são da esquerda e 43 milhões são daqueles que votaram em branco (direita moderada e antipetistas da esquerda). 
Nas eleições presidenciais de outubro/2022, os números da eleição de 2018 não se repetirão. O corpo eleitoral aumentou de tamanho: de 147 milhões passou para 156 milhões de eleitores. A esquerda aliada à direita moderada terá mais votos e vencerá a extrema direita por larga margem. O estrago feito pelo atual governo na ordem econômica e na ordem social pesará muito em desfavor do candidato nazifascista. 
A reação da sociedade civil neste ano contra o nazismo e o fascismo foi extraordinária. Os manifestos de agosto/2022 contra a restauração da ditadura e a favor do estado democrático de direito foram o ápice da resistência. A eles foi acrescentada a especial solenidade de posse do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a presença do atual presidente da república, de 4 ex-presidentes, do presidente do Congresso Nacional, do presidente da Câmara dos Deputados, de embaixadores, de juristas e de representantes da sociedade civil. O discurso de posse do novo presidente do TSE foi direto e incisivo na defesa do estado democrático de direito, do processo eleitoral brasileiro e das urnas eletrônicas. Houve repercussão nacional e internacional.
Esse movimento social e político da maioria da nação brasileira bate de frente contra os propósitos autocráticos do presidente da república e dos seus asseclas. 
Sobre as lutas internas na magistratura das quais eu participei, José Aloysio, juiz de direito da Guanabara, meu colega de concurso e de toga (1973), dizia-me, do alto da sua mineirice: “Lima, você bate de frente; você obterá melhor resultado se for com calma e mais leve”. Esse criticado modo de lutar tinha raiz na arte marcial por mim praticada em academias (karatê: 1969-2003). Ficava difícil não bater de frente. Na política partidária, entretanto, o mais aconselhável é a arte suave do jiu-ji-tsu; o menos aconselhável é a arte traumática do karatê. Todavia, nas ocasiões de crise como a que atravessa o povo brasileiro, bater de frente contra a ditadura e seus adeptos afigura-se necessário, oportuno e conveniente, com bons e imediatos resultados, sem prejuízo da civilidade e do devido processo jurídico. 
Luiz Inácio Lula da Silva manteve na vida política partidária o modo traumático de lutar dos tempos de sindicalista. Venceu eleição para o Legislativo, porém, sofreu seguidas derrotas para o Executivo. Então, mudou de postura. A partir de 2002, evitou bater de frente contra os adversários e tudo o que o desgostava na política. Adotou a arte suave no ritmo “paz e amor”, comendo pelas beiradas, na feliz imagem do mingau criada por Brizola. Exemplo recente, foi a resposta de tranquila indiferença dada por ele às ofensas e às fanfarronices do Ciro Gomes. Não se há de perder tempo e gastar energia batendo em cachorro morto e tampouco se amedrontar com latidos exangues. 
Há ocasiões e situações em que o discurso retido no cérebro funciona mais do que o manifestado oralmente ou por escrito. Na juventude curitibana, no meu círculo de amizades, concordávamos que o homem que se gaba de comer fulana e beltrana era fanfarrão, machista, mau caráter. Quem não alardeava as suas relações sexuais e nem revelava o nome das parceiras era considerado discreto, bem educado, bom caráter. Há tempo de falar e tempo de calar. O silêncio também tem o seu significado e o seu momento próprio e oportuno. 

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