terça-feira, 23 de agosto de 2022

ELEIÇÕES 2022 - VIII

Na campanha eleitoral deste ano, o eleitorado protestante tem sido disputado pelos candidatos da direita e da esquerda. Nesse campo religioso, vê-se unidade de pensamento e de ação e tendência ao radicalismo à direita do espectro político. No entanto, a vida e os ensinamentos de Jesus, o Cristo, situam-se à esquerda desse espectro. No campo católico, há pluralidade: liberais, socialistas, nazifascistas, tanto no seio do clero como entre os fiéis. Católicos e protestantes apegam-se à prosperidade material enquanto o Cristo, na sua pregação, aponta para a prosperidade espiritual. 
Não ajunteis para vós tesouro na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furtam e roubam. Ajuntai para vós tesouro no céu. Porque onde está o teu tesouro, lá também está o teu coração.  
Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.  
Ai de vós, ricos, (i) porque tendes a vossa consolação (ii) que estais fartos, porque vireis a ter fome. O homem que entesoura para si mesmo não é rico para Deus. Considerai os lírios como crescem; não fiam, nem tecem; contudo, digo-vos, nem Salomão em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. Como é difícil aos ricos entrar no reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo duma agulha do que o rico entrar no reino de Deus. 
[Mateus 6 : 19/21;  Marcos 12 : 17; Lucas 6 : 24/25 + 12 : 21,27 + 18 : 24/25].
A moeda não é de Deus e sim do estado (César). O dinheiro não é coisa divina e sim humana. Padres e pastores apegados ao dinheiro enriquecem, acumulam vasto patrimônio, gozam de elevado padrão de vida, constroem casas e templos suntuosos. Os fieis têm modesto padrão de vida, dificuldades para a subsistência, famílias sem comida e sem teto, Indiferentes à pobreza de parcela do rebanho humano, pastores exigem o pagamento do dízimo à igreja. Parte dessa receita vai para o cofre particular dos pastores. Muitos deles compõem a camada social dos milionários nos países americanos. 
Se as palavras de Jesus forem verdadeiras, então o inferno é o destino desses padres, pastores e de todos que, como eles, são escravos do dinheiro. Alias, a essa gente aplicam-se as palavras de Isaías repetidas por Jesus diante dos fariseus: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. 
Ao estado (César), a política; a Deus, a religião. Jesus distinguiu as duas ordens de interesses e os modos éticos de cultivá-las. De um modo geral, os pastores protestantes fazem tábula rasa das palavras e do exemplo do Cristo. Eles misturam política, religião e terapêutica. Usam maliciosamente a Bíblia e o nome de Jesus a fim de condicionar a mente dos crentes. Candidatam-se a cargos públicos eletivos. Introduzem a prática religiosa na administração pública. Contornam a laicidade do estado. Colocam-se como intérpretes exclusivos da vontade de Deus. Atribuem-se poder de cura igual ao de Jesus. 
No plano concreto da campanha eleitoral ora em andamento no Brasil, a unidade dos “evangélicos” está trincada por causa (i) da péssima gestão administrativa do governo federal (ii) da imoral conduta do “evangélico” presidente da república (iii) da penúria da camada pobre da comunidade “evangélica” (iv) da violação dos mandamentos de Cristo: não mates, não furtes, não digas falso testemunho, não cometas fraudes. [Marcos 10:19]. 
O “terrível evangélico” não é nada cristão..  

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