sábado, 20 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018 X

Notícias Falsas.
A enxurrada de notícias falsas tem sido tratada com leveza pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Discurso, reunião, entrevista, sem efeito prático. Muito vento e pouca chuva. A intensa postagem difamatória prejudica o candidato Fernando Haddad que, no segundo turno da eleição presidencial, representa a ala democrática, liberal e igualitária da nação. O momento exige firmeza. Ao invés de tomar urgentes e concretas medidas preventivas e repressivas antes do término do processo eleitoral, Rosa Weber estaciona no “estudo da possibilidade” de parceria com a universidade para inibir notícias falsas veiculadas pelo WhatsApp. Será que ela teme por sua integridade física? Será proposital a omissão ou a protelação a fim de favorecer o representante da ala autocrática, nazista e discriminadora? Será fraqueza de ânimo?

Ação Judicial.
A Coligação “O Povo Feliz de Novo” (PT + PC do B + PROS) propôs ação de investigação judicial eleitoral contra Jair Bolsonaro. Acusação: abuso do poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação digital. Pedido: suspensão dos direitos políticos. Prova inicial: matéria publicada no jornal “Folha de São Paulo”. Petição inicial despachada pelo Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral (19/10/2018). Com a citação válida, terão sequência os trâmites processuais.  

Poder & Mentira.
Ilude-se o eleitor que espera o reino da verdade na seara política. Nas relações políticas predominam a mentira e a hipocrisia. O julgamento moral é estranho a esse mundo paralelo no qual a mentira e a hipocrisia não são vistas como deficiências éticas e sim como instrumentos necessários à conquista e manutenção do poder político. Há um viés esquizofrênico. O político não se vê como mentiroso, hipócrita, desonesto, mas sim como um ator a desempenhar o seu papel social. Por comodismo e/ou desânimo, o povo acredita nas mentiras, aceita a hipocrisia, não se considera enganado e encara isto como fatalidade. Esse fenômeno verifica-se também em outros países. Difere da esfera convencional onde as regras éticas e jurídicas são levadas a sério, onde o julgamento moral e jurídico produz efeito. Nos países democráticos, o povo se divide em três correntes básicas: conservadora, vanguardeira e conciliadora. No Rio de Janeiro, cuja tradição vanguardeira vem desde o tempo da cidade-estado Guanabara (1960/1975), um conservador extremista, candidato a deputado federal, Jair Bolsonaro, foi o mais votado nas eleições de 2014: cerca de 460 mil votos. Agora, no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, Jair foi o candidato mais votado: cerca de 49 milhões de votos. Se for mantido esse diapasão no segundo turno, a parcela conservadora do povo brasileiro estará representada no palácio do planalto (nazistas à frente).         

Canalha no Planalto.
Artigo do jornalista português Francisco Assis, intitulado “Um Canalha à Porta do Planalto”, originalmente publicado no jornal lusitano “Público”, foi reproduzido no sítio “Conversaafiada” da internet (16/10/2018). O articulista faz uma crítica desfavorável a Jair Bolsonaro e favorável a Fernando Haddad. Começa com breve referência a Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel do exército, torcionário elogiado por Bolsonaro. Quem elogia torturador de jovem mulher indefesa, atribui a si próprio estatuto sub-humano, diz o jornalista. Prossegue: tudo em Bolsonaro aponta para a pequenez: intelectualmente medíocre, eticamente execrável, politicamente vulgar; ele não é Mussolini, Hitler ou Franco e sim pouco mais do que um analfabeto ideológico; equiparar Haddad a Bolsonaro constitui ação política e moral inqualificável; Haddad é intelectualmente sofisticado, democrata, respeitador dos princípios fundamentais das sociedades abertas e pluralistas, homem de reconhecida integridade cívica e moral; Haddad é hoje mais do que Haddad, mais do que o PT, mais do que o Brasil. Haddad é o símbolo da luta da razão crítica contra o obscurantismo, da liberdade face ao despotismo, da aspiração igualitária diante do culto das hierarquias de base biológica ou social; Haddad significa a civilização, Bolsonaro representa a barbárie. Em linhas gerais, foram estas as palavras do jornalista com as quais certamente concordam brasileiros sensatos e lúcidos.   

Apelo a Outro Canalha. 
O sítio “Brasil247” da internet informa que um grupo de intelectuais estrangeiros enviou carta a Fernando Henrique Cardoso (FHC) elogiando a sua obra acadêmica e solicitando a ele que se posicione contra a eleição de Bolsonaro, “candidato que representa perigo mortal para a reputação do país como sociedade aberta e lugar que acolhe pesquisas e ideias críticas”. O jornalista lusitano acima citado também elogiou FHC para depois dizer que esse político brasileiro tem a obrigação moral de apoiar Haddad. A semente lançada caiu em solo estéril. Impressionados com a obra acadêmica do bufão, não sabem que, ainda presidente da república, FHC pediu ao povo esquecer a sua obra. Nem ele acredita no que escreveu. Trata-se de um enganador que ludibriou os eleitores se dizendo de esquerda quando, na verdade, era de direita. Depois de eleito presidente da república deixou cair a máscara. Revelou ser não só de direita como também marido infiel e um escroque. Ele e o seu grupo enriqueceram com a privatização das empresas estatais. Certo general, já reformado, em artigo publicado no JB (ou na Tribuna) ainda no início das indecorosas privatizações, qualificou FHC de “canalha”. Embora excelente na arte de fingir e enganar, FHC não consegue esconder a vilania, a imensa vaidade e a tremenda inveja que ele tem de Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar dos erros seus e do seu partido e de não ser escritor e nem sociólogo, Luiz Inácio foi o melhor estadista do período republicano da história do Brasil. Com isto, FHC não se conforma e tem a petulância de dizer que “Lula não é um preso político e sim um político preso”. Espumando inveja pela boca de jacaré e temeroso da inevitável comparação com Nelson Mandela, FHC quer rebaixar a condição política e jurídica de Luiz Inácio. Finge ignorar que a sentença condenatória de Luiz Inácio ainda não transitou em julgado e que o respectivo processo poderá ser anulado nas instâncias superiores ante os vícios formais e materiais de que padece. FHC inveja o êxito do governo Silva na esfera internacional. FHC sente-se frustrado por não ter recebido diploma da Sorbonne e humilhado com o prestígio de Luiz Inácio junto aos chefes de governo das potências mundiais. O posicionamento solicitado a FHC pelos bem intencionados estrangeiros amesquinhará o setor progressista que Haddad bem representa. FHC pouco se importa com os destinos da nação brasileira. Importa-lhe muito mais desfrutar em Paris, pátria do seu coração, a fortuna amealhada nas privatizações e quejandos.   

Farda versus Toga.
Nos meios de comunicação social há militares pedindo a cabeça dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Precavido, o presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli, trouxe um general para o seu gabinete. Aproveitando a onda das eleições, seria interessante, como ensaio, formular ao eleitorado o seguinte questionário: Quais ministros do STF merecem: 1) o “Troféu Parcialidade”? 2) o “Troféu Pusilanimidade”? 3) o “Troféu Mediocridade”?   

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