quinta-feira, 11 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018 IX

No primeiro turno das eleições presidenciais deste ano o candidato menos preparado para exercer o mais alto cargo da república recebeu votação bem maior do que a recebida pelos candidatos mil vezes mais preparados (Fernando e Ciro). Esta não é a primeira vez que candidato medíocre vence candidato superiormente qualificado, motivo da expressão “brasileiro não sabe votar”. Esse fenômeno não é exclusivo dos brasileiros. Acontece também em outros rincões. Exemplo recente é dado pelo povo estadunidense: escolheu um troglodita para presidente da república e desprezou a candidata melhor qualificada para o cargo. Como todo furacão, o brasileiro também passará, mas deixará um rastro de destruição muito maior se for eleito. Ainda que não seja eleito, a sua passagem revelou ao mundo a face nazifascista do povo brasileiro.
Faltam 16 dias para o segundo turno. Dois candidatos apenas. As urnas – e não as pesquisas – dirão qual deles vencerá. Óbvio ululante! O resto é especulação para orientar o voto dos indecisos. Os valores em jogo situam-se acima dos partidos. A face democrática do povo brasileiro talvez apareça com mais nitidez. Dois sistemas políticos se confrontam: de um lado, o sistema democrático, liberal e igualitário; de outro, o sistema autocrático, nazista e discriminador. A batalha é insana. Por isto mesmo, não se há de esperar uma escolha racional da maioria dos eleitores. A análise fria, desapaixonada, racional, é apanágio de seleta minoria. O que move a maioria é a paixão, a irracionalidade. A imagem e a proposta do candidato passam primeiro pela veia sentimental do eleitor. A maioria dos eleitores pensa, mas não raciocina. Pensamento vulgar, comum a primitivos e a civilizados, uso natural dos processos mentais, ora impregnado de emoção, ódio, raiva, ressentimento, ora de amor, simpatia, esperança, solidariedade. Pensamento selvagem, diria Lévi-Strauss.     
O carisma não é a única chave do sucesso de Luiz Inácio Lula da Silva junto ao eleitorado. Há outra chave: a sua capacidade de falar ao coração dos humildes, sejam da camada pobre, sejam da camada remediada da sociedade brasileira. Na camada rica, a humildade é moeda rara. As suas palavras ecoam nesses corações porque são sinceras. Autêntica sinceridade que decorre da origem pobre e humilde. Tal é a fonte da profunda compreensão que Luiz Inácio tem das pessoas humildes.
Em Fernando e Jair, ambos sem carisma, membros da camada remediada da população, os problemas dos humildes transitam pelo intelecto sem a vivência física e moral. O vínculo deles com os desafortunados ainda é frouxo. No coração dos humildes, ninguém substitui Luiz Inácio.
A Fernando, basta a autenticidade da sua existência como cidadão portador de excelentes qualidades morais, intelectuais e profissionais, digno de representar o povo brasileiro e de exercer a presidência da república. Ele sabe falar de coração a coração, afetuosamente, sem pieguice. O eleitor sentirá a sua sinceridade e acreditará na sua mensagem. Obterá o apoio, não só dos humildes, mas também das pessoas de todas as camadas sociais. Mostrará ao povo que a sua lealdade a Luiz Inácio é uma virtude que não interfere na sua independência, não muda a sua personalidade e nem a sua visão de mundo; que governará para todos os brasileiros, indistintamente, sem discriminação ilegal; que o seu espírito pacífico não significa medo, covardia, fraqueza ou insegurança; que tem coragem e força para enfrentar o belicoso adversário; que partirá seguramente para o contra-ataque sem falsas acusações e sem injuriar, porém com determinação. Paz e amor só depois de vencida a batalha.
O candidato Jair joga sujo e pesado. A sua lei é atirar para matar, principalmente pederasta, estuprar só mulher que merece, botar negro na senzala, índio na reserva e pobre na favela. Ele canaliza a seu favor o ressentimento de considerável parcela do eleitorado. Essa parcela está com raiva dos políticos profissionais e desonestos. Vê no militar, a luz no fim do túnel. Só não vê que esse militar também é um político profissional e enganador; que a luz no fim do túnel é um vagalume. O pensamento, o discurso e as atitudes desse “salvador da pátria” ecoam no coração dos eleitores nazifascistas que compõem numerosa parcela do eleitorado brasileiro. A sua campanha lembra muito a dos nazistas alemães da década de 1930. Jovens e adultos fazendo barulho, agindo com violência, ódio e fanatismo, exibindo-se pelas ruas e por todos os lugares como se fossem os únicos patriotas. Agrediam não apenas judeus, mas a todos aqueles que lhes oferecessem resistência. Tal comportamento vem descrito em livros, filmes e documentários divulgados pela televisão. Se judeus brasileiros votam em Jair é porque estão irmanados com judeus israelenses, nazistas que submetem palestinos ao holocausto. 
Os eleitores da extrema-direita (nazifascistas), os da direita moderada, os da esquerda moderada e os radicais da extrema-esquerda, são todos cidadãos brasileiros titulares do direito de voto. Portanto, todos eles têm o direito de escolher, de modo racional ou irracional, o presidente da república.
Seja o que deus quiser!

Nenhum comentário: