segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

LIMITES NECESSÁRIOS

Arma poderosa nas mãos dos barões da comunicação social, a liberdade de imprensa tem sido usada para apoiar governantes corruptos, encobrir ou justificar a bandalheira nos diversos países da América Latina. Tal liberdade representa grave dano à democracia nesta região do planeta onde as empresas de comunicação exercem suas atividades em favor dos interesses econômicos, estratégicos e políticos dos governos e das corporações dos EUA, Inglaterra e Israel, o que significa restrições à soberania das nações latino-americanas. Daí, a imperiosa necessidade de estabelecer limites à liberdade de imprensa indispensáveis tanto nas ditaduras como nas repúblicas democráticas. Punir jornalista e empresa jornalística por divulgar notícias falsas, injuriar, difamar ou caluniar.   
Liberdade é autonomia da vontade, poder de pensar, crer e agir sem entraves. Liberdade irrestrita, sem regulamentação, conduz ao caos social. Regras estruturais e funcionais de índole moral e jurídica são necessárias à comunidade humana. A ordem constituída por essas regras é essencial aos povos civilizados, quer sob regime autocrático, quer sob regime democrático. Os regimes autocráticos (China, Cuba, Rússia) duram porque se defendem do suicídio que representa tolerar uma imprensa livre, mentirosa e irresponsável. Há necessidade de freios à liberdade de imprensa também na democracia. Na América Latina, os donos de jornais, de editoras de revistas, de emissoras de rádio e televisão, costumam minar os governos democráticos para submete-los aos interesses estrangeiros. O Brasil tem sido uma das vítimas (1964 + 2016).
A liberdade de imprensa é o bastão dos oligarcas, a arma de que se valem para substituir governo democrático por governo autocrático. A estupidez da esquerda brasileira quando no governo do país (2003-2016) trouxe como consequência o golpe de estado praticado pela direita (2016). Pertencem à essa direita os barões e os jornalistas amestrados que desfrutam de ampla liberdade sem a correspondente responsabilidade. O resultado aí está para conhecimento mundial e sofrimento das camadas remediadas, pobres e miseráveis da população brasileira.
A ordem jurídica, essencial para conservar e estabilizar a democracia, funciona como freio à liberdade dos governantes e dos governados. Os barões dos meios privados de comunicação social defendem ampla liberdade de imprensa para exercer o seu poder sobre as decisões do governo (legislativo, executivo e judiciário), manipular a massa popular, condicionar consciências, manter a situação que lhes favorece. Jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão selecionam material e editam notícias conforme a ideologia e o interesse dos seus proprietários. Com o mesmo propósito, publicam artigos, fazem reportagens e documentários. Para justificar ou camuflar a selvageria, divulgam a falácia de que: (i) o mercado é neutro, dirigido por indiferente e apartidária mão invisível (ii) os donos do capital são empreendedores desprovidos de ideologia, como se o capitalista fosse um tipo especial sem uma visão de mundo e sem uma prática sintonizada com essa visão.    
Da supremacia da economia em face da política resultam as decisões governamentais estribadas nos interesses dos capitalistas. Isto sabemos de cor e salteado. A questão é: isto deve continuar?  Em caso negativo: qual a solução? O diagnóstico já temos. Qual o remédio e como aplicá-lo?
Não basta ficar remoendo o diagnóstico, gritando contra a injustiça social, denunciando inutilmente os desatinos dos legisladores, administradores e magistrados, o sofrimento gerado pelas interesseiras atividades das corporações nacionais e estrangeiras. Há que fazer alguma coisa de concreto e eficaz. Mais do que discurso e choro, a solução exige união da massa popular, organização e movimento coletivo, mobilização permanente, lideranças honestas e autênticas comprometidas com a defesa da soberania e do patrimônio nacionais, com o interesse público, com a felicidade do povo brasileiro.
A batalha dos remediados, pobres e miseráveis contra o plutocrata e escravocrata grupo dominante há de ser travada com inteligência, coragem, determinação, força física e moral. Paz e amor terão lugar depois de vencida a batalha, morto e enterrado o inimigo. Matar e enterrar o pessoal da esquerda tem sido o objetivo do pessoal da direita. A estultice, a frouxidão e o complexo de inferioridade do pessoal da esquerda impedem-no de fazer o mesmo ao da direita. Essa luta exige bons estrategistas e guerreiros inteligentes, lúcidos, briosos, corajosos, impiedosos, caráter sem jaça. Qualquer trégua será desastrosa e fatal para a esquerda, como se viu neste século XXI, no Brasil.  

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