quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

POESIAS

O pequenino livro, em que me atrevo / a mudar numa trêmula cantiga / todo no nosso romance, ó minha amiga / será, mais tarde, nosso eterno enlevo / Tudo o que fui, tudo o que foste, eu devo dizer-te: e tu consentirás que o diga / que te relembre nossa vida antiga / nos dolorosos versos que te escrevo / Quando, velhos e tristes, na memória / rebuscaremos a triste e velha história / dos nossos pobres corações defuntos / que estes versos, nas horas de saudade / prolonguem numa doce eternidade / as poucas horas que vivemos juntos. (Nós - Guilherme de Almeida).

Dias em que, fremindo, meus nervos estão / em que estranho meu ser passivo e cismarento / dias em que meu corpo é uma palpitação / de asas, da natureza ante o deslumbramento / Num dia assim, como este, os meus tédios se vão / e ao céu de escampo azul e ao sol de ardor violento / eu só quero sentir a forte vibração / da vida, num prazer ou mesmo num tormento / Saem dos lábios meus, as expressões em trovas / quero viver, gozar emoções muito novas / amo quanto me cerca, amo o bem, amo o mal / E, numa agitação de anseios incontidos / nestes dias de sol, os meus cinco sentidos / são aves ensaiando o vôo para o Ideal. (Vibrações do Sol – Gilca Machado).

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