terça-feira, 6 de abril de 2021

JORNALISMO RASTEIRO

Episódios recentes mostram o lado podre do jornalismo brasileiro. Caso 1. Durante a entrevista com Fernando Haddad (PT) em canal da TV Globo, o entrevistador chamou outro jornalista que passou a injuriar o entrevistado. Caso 2. Encerrada a entrevista com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em canal da TV Bandeirantes, o âncora chamou outro jornalista que se aproveitou da grande audiência do evento para injuriar o entrevistado. Esse comportamento revela um padrão: as emissoras de TV reservam em seus quadros a ralé do jornalismo para o serviço sujo. Na rede de computadores, jornalista debocha do modo de falar de Luiz Inácio no intuito de desqualifica-lo. Ela desconsiderou fatos notórios: (i) sem estar lendo, as pessoas não falam fielmente à palavra escrita e no rigor gramatical (ii) há sotaques regionais e inflexões estrangeiras decorrentes da imigração de italianos, alemães, poloneses, holandeses, ucraínos, japoneses, libaneses. Escreve-se b, c, d, pronuncia-se bê, cê, dê; escreve-se advogado, pronuncia-se adevogado. [A vogal e neste exemplo, aberta ou fechada, corre por conta dos regionalismos. Por exibicionismo, pessoas sofisticadas pronunciam-na de modo quase inaudível]. O fato de o estadista brasileiro não falar inglês não o desmerece. O atual líder da Rússia faz questão de falar o idioma pátrio e nem por isto deixa de ser grande estadista. A crítica, às vezes, não advém da ignorância de quem a faz e sim da maldade, da falta de refinamento ético, do preconceito. Esse tipo de crítico deficiente moral encaixa-se na definição de Hobbes: “o homem é o lobo do homem”
O antipetismo rancoroso, maledicente e estúpido que colocou um psicopata genocida na presidência da república lembra a feroz resistência dos patrícios na Roma antiga à ascensão dos plebeus aos cargos públicos. O antipetismo não se coaduna com um dos fundamentos da república brasileira: o valor social do trabalho. Essa morbidez brota dos sentimentos de ódio, despeito, inveja e dos preconceitos de origem, classe e escolaridade despertados nas almas dos antipetistas pelo carisma e popularidade do líder do Partido dos Trabalhadores e pela eficiência da administração desse partido em governos municipais, estaduais e federal. O líder tucano, por exemplo, indivíduo extremamente invejoso e vaidoso, cujo ego é maior do que a Via Láctea, inúmeras vezes deixou transparecer o seu despeito. Cito algumas: (i) apoiou a fraude processual da operação lava jato contra o líder do PT (ii) inconformado com a derrota nas eleições de 2014, participou do golpe contra o governo petista (iii) ao se referir à possível disputa pela presidência da república em 2022 entre o líder do PT e o líder da extrema direita, disse de modo ambivalente que votaria “no menos pior”, como se o governo por ele chefiado tivesse sido melhor do que o governo do petista. Falta a esse cidadão autoridade moral para comentários desse tipo. Basta lembrar que o seu governo foi o mais corrupto da república. Aliás, a corrupção está no DNA da administração pública desde os tempos coloniais. Numa escala decrescente do governo republicano mais corrupto para o menos corrupto é possível ensaiar a seguinte classificação: 1º lugar: governo Cardoso; 2º: governo Sarney; 3º Kubitschek; 4º: Geisel; 5º: Bolsonaro; 6º: Temer; 7º: Collor; 8º: Vargas; 9º: Silva. Nos estados, despontam os governos: Lupion e Richa do Paraná; Barros e Maluf de São Paulo; Franco e Cabral do Rio de Janeiro; Magalhães da Bahia; Newton e Aécio de Minas Gerais; Agripino e Garibaldi do Rio Grande do Norte; Sarney do Maranhão. 
Outro forte motivo do antipetismo é a mentalidade nazifascista de parcela da população brasileira localizada em alguns estados das regiões Sul e Sudeste, assentada no ódio, no racismo, no desapreço à vida alheia, no autoritarismo, no liberalismo econômico desumano, na desigualdade social. O líder do PT é criticado por não ter curso universitário. No entanto, isto não foi óbice a um superior desempenho na presidência da república que o colocou entre os grandes estadistas deste século. Sabedoria e cultura não são apanágio exclusivo dos portadores de diploma universitário. A vida urbana e rural é a grande universidade dos humanos civilizados. Nela se desenvolve o empírico processo de aprendizagem e se dá a aquisição do saber “todo de experiência feito” referido por Luís de Camões e do saber psicológico mencionado por Nelson Hungria (magistrado). Intelectuais de cultura livresca podem ser ofuscados por pessoas de cultura experimentada. Se a comparação adentrar o campo da moral, veremos intelectuais em patamar abaixo do nível de honestidade das pessoas comuns. Reflexão classista sobre o que foi vivido socialmente talvez revele ser a honestidade mais frequente entre os pobres, menos entre os remediados e rara entre os ricos.    
No período em que o Partido dos Trabalhadores esteve na chefia do governo federal: [I] o Brasil saiu do mapa da fome (no governo da direita a miséria retornou à cena) [II] ocupou a posição de 6ª economia do mundo (no governo da direita caiu para 12ª e marcha para a 14ª) [III] manteve baixa a taxa de inflação (no governo da direita estão subindo: a inflação e os preços da gasolina, da energia elétrica, do gás de cozinha, dos alimentos, das mercadorias em geral) [IV] os níveis de desemprego desceram (no governo da direita, subiram) [V] o poder aquisitivo dos pobres e dos remediados aumentou (no governo da direita esse poder mudou para fraqueza aquisitiva) [VI] dezenas de universidades foram criadas (o governo da direita nada criou) [VII] investiu-se em ferrovias, indústria naval e aérea, potenciais de energia, prospecção de petróleo em águas profundas (o governo da direita tudo passa para mãos estrangeiras) [VIII] melhorou a situação dos professores, da polícia, do ministério público, das forças armadas [IX] nas relações internacionais (i) posicionou o Brasil em alto patamar como nenhum outro governo da república (ii) abriu mercado para empresas brasileiras (o governo da direita hostilizou governos amigos, lançou o país num poço sem fundo com alto grau de submissão ao governo dos EUA, jogou às traças a soberania nacional). As realizações positivas da administração petista aconteceram sem prejuízo algum à educação, saúde, cultura, aos profissionais liberais, prestadores de serviço, empresários, aos bancos, agronegócio, pecuária, indústria, comércio, transportes. 

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