No curso de mais de um milhão de anos, desde que brotaram do processo biológico evolutivo, os humanos viveram em comunidades, uns nômades, outros sedentários, sob diferentes usos e costumes. A sociabilidade é uma das características naturais do animal humano, tanto do gigante, como do mediano e do pigmeu, fosse ele forte ou fraco, líder ou liderado. Os humanos agrupavam-se em famílias, depois em tribos e nações. Obedeceram a instintivas regras de convivência e de conservação da espécie e do grupo. Através dos tempos, saíram do modelo simples de organização social para o modelo complexo que caracteriza o estágio civilizatório. Habitaram cavernas, cabanas, casas e palácios. Comunicaram-se por sinais, gestos e coisas. Emitiam sons vocálicos, gritavam, cantavam e por fim, falaram. De sons guturais formaram palavras e linguagem articulada. Inventaram a escrita (hieróglifos, cuneiforme, alfabeto). Como predadores e cultivadores, apanharam e prepararam alimento (vegetais, carnes, peixes); caçaram e pescaram; cultivaram o solo, plantando e colhendo; domesticaram e criaram animais; canalizaram água e construíram reservatórios; produziram fogo, aprenderam a cozinhar o alimento e enriqueceram o cardápio. Para facilitar as trocas, cunharam a moeda. Manifestaram dotes artísticos em pinturas rupestres, esculturas (totens, estátuas de pessoas e divindades). Criaram deuses, heróis, fábulas e religião. Edificaram templos e pirâmides. Fabricaram ferramentas, armas, rodas, veículos, instrumentos de percussão, cordas e sopro, exibindo vocação musical e poética. Transmitiram de geração a geração os bens, as crenças, os ritos, os costumes, as leis, o conhecimento prático e teórico.
Criação engenhosa da mente humana, os pontos cardeais, assim como o relógio solar e a bússola, orientam a comunidade, o viajante e o estrategista. Por linhas imaginárias, dividiu-se o planeta ao meio nos sentidos horizontal e vertical. À linha horizontal chamou-se equador; à vertical, meridiano; acima do equador, hemisfério norte; abaixo, hemisfério sul; ao lado do sol nascente chamou-se oriente; ao lado do sol poente, ocidente. Nomenclatura útil à orientação dos humanos no seu planeta, ao mapeamento dos astros e do solo. No hemisfério norte situam-se as civilizações mais antigas do mundo até agora conhecidas. A primeira, data de seis mil anos, aproximadamente.
Civilização é um grau de cultura que inclui: [1] a escrita, a técnica, arte, ciência, filosofia e religião; [2] a ação e o pensamento voltados para: (i) a exploração da natureza (ii) a compreensão do fenômeno humano (iii) o profano e o divino; [3] as leis e os costumes organizadores da sociedade; [4] a cidade e seu urbanismo. O Oriente Próximo, região que se estende do limite ocidental da Índia até o Egito, foi palco das culturas que influíram na Europa e América. Lá floresceram as civilizações dos egípcios, babilônios, assírios, caldeus, cretenses e persas. Além do citado limite, formaram-se as civilizações da Índia e da China.
Civilizado não é só o povo com aquelas características culturais, mas também o indivíduo que no seio desse povo se conduz com educação, dignidade, honestidade, veracidade, espírito de justiça, respeito às instituições e aos direitos humanos e que resolve suas contradições e seus problemas de modo elegante, ético e racional. Da nação civilizada também faz parte gente incivilizada, indivíduos e grupos delinquentes, homens e mulheres moralmente insensíveis e mal-educados.
As civilizações grega e romana foram os pilares da civilização ocidental iniciada na Europa após a queda do império romano no século V (401-500). As culturas germânica e celta entraram no cadinho do qual saiu a civilização ocidental, somando-se à cultura cristã e à cultura árabe. A cultura hebraica contribuiu com a escritura “sagrada” e a arte de mistificar, enganar e ganhar dinheiro. A cultura asiática com os seus misticismo, budismo e hinduísmo, marcou presença na Europa e na América modernas.
No continente americano, situavam-se as civilizações asteca, maia e inca. Em ambos os hemisférios, houve culturas primitivas de dezenas de milênios antes da era cristã, cuja existência foi comprovada por explorações arqueológicas e paleontológicas e pesquisas antropológicas que se intensificam cada vez mais neste século XXI (2001-2100). As gigantescas e pesadas estátuas da Ilha de Páscoa, no sul do Oceano Pacífico, ainda são um mistério. Especula-se, na ciência e na ficção, sobre civilizações perdidas na Terra (Atlântida, Lemúria) e civilizações existentes nos planetas da Via Láctea e das outras galáxias. Presente a probabilidade, ausente a certeza.
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