Segundo narrativa dos apóstolos, Jesus dizia: meu reino não é deste mundo. O reino
dele, portanto, era de outro mundo. Põe-se a questão de saber a que mundo ele
se referia. Ele podia estar se referindo: (1) a um novo tipo de cultura aqui na
Terra; (2) a uma civilização de outro planeta; (3) à vida interior do ser
humano; (4) a um tipo de existência imaterial.
Aqui na Terra, o mundo de Jesus seria utópico.
Contrapor-se-ia ao mundo judaico e romano do seu tempo, carregado de ódio,
ambição, conflito, crueldade, traição, apego à riqueza, à glória e ao poder
político. Esse mundo infeliz e pecaminoso seria substituído por um reino de
paz, amor, bondade, verdade e justiça. Perante a autoridade judaica (Sinédrio)
Jesus se declarou filho de deus; diante da autoridade romana (Pilatos) ele se
declarou rei; nas duas ocasiões, expressou-se no tempo presente a indicar que o
seu reino já existia. Não localizado na Terra, esse reino estaria situado em
algum lugar da Via Láctea ou de outra galáxia.
Há real probabilidade da existência de seres vivos em
outros planetas. A notícia da visita de extraterrestres tem sido objeto de
investigação, de entrevistas com autoridades civis e militares, de artigos em
revistas, de livros, de documentários de televisão, que tratam o assunto de
modo racional e sério. Na bíblia menciona-se máquina descrita por Ezequiel que
poderia ser nave espacial. Ao vocabulário do profeta faltavam termos adequados
para descrever aquele inusitado engenho (Bíblia, Antigo Testamento, Ezequiel 1:
4/28; 3: 12/13). Relação sexual entre deuses (seres extraterrestres) e mulheres
também é fato mencionado nesse material acadêmico, jornalístico e literário. O
conúbio de anjos (seres extraterrestres) com mulheres consta de relatos
bíblicos. Jesus fora concebido nesse tipo de relacionamento. Por desconhecer
seu genitor, Jesus imaginava um pai celestial com forma humana e o mundo
celestial com tempo, espaço, rei e súditos (concepção material do outro mundo).
Referia-se ao pai que estava no céu (em outro planeta) como se fora um deus.
Depois da crucifixão e de se reunir com os apóstolos, ele foi arrebatado ao céu
(ao planeta do pai) servindo-se da nave espacial que veio resgatá-lo e que
partiu envolta em nuvens (Bíblia, Novo Testamento, Marcos 16: 19; Lucas 24: 51;
Atos dos Apóstolos 1: 9/11).
O mundo em que Jesus dizia ser rei e ao qual regressara com
o seu corpo certamente não se localizava em universo paralelo. A existência de
antimatéria constituída de partículas com carga elétrica e carga de força
nuclear opostas às da matéria levanta a probabilidade da existência de
universos paralelos. Ao expor sobre matéria escura (90% da matéria do universo)
o astrofísico Stephen Hawking refere-se a tal probabilidade (“O Universo numa
Casca de Noz”. São Paulo. Arx, 2001, pág. 186/188, 205). Cada universo seria
como a imagem do outro no espelho (brana paralela). A passagem de Jesus de um
universo a outro com o corpo físico seria impossível, tendo em vista que ao
entrarem em contato uma com a outra, matéria e antimatéria se aniquilam mutuamente
(Brian Green. “O Universo Elegante”. São Paulo. Companhia das Letras, 2001,
pág. 23, 141).
Jesus podia estar se referindo ao mundo moral
governado por princípios éticos colidentes com a censurável conduta das
autoridades civis, militares e religiosas da sua época. Daí a recusa dele e dos
seus discípulos de se curvarem às leis, à religião estatal e aos costumes
vigentes naquela sociedade, contrários à doutrina cristã. Por causa dessa
recusa (desobediência civil) os cristãos foram perseguidos como traidores.
(Hélio Jaguaribe. Um Estudo Crítico da
História. São Paulo. Paz e Terra, 2001, vol. I - pág. 420). Numa das suas
parábolas, Jesus refere-se à fortaleza moral ao dizer que o reino dos céus é
como grão de mostarda, a menor de todas as sementes, mas quando cresce torna-se
um arbusto maior do que todas as hortaliças (Mateus, 13: 31/32). Impulsionado
por sua força moral aquele minúsculo grupo liderado por Jesus multiplicou-se e
gerou uma nova e estupenda civilização (ocidental cristã).
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