quinta-feira, 13 de setembro de 2012

INCÓGNITA DIVINA2


Segundo narrativa dos apóstolos, Jesus dizia: meu reino não é deste mundo. O reino dele, portanto, era de outro mundo. Põe-se a questão de saber a que mundo ele se referia. Ele podia estar se referindo: (1) a um novo tipo de cultura aqui na Terra; (2) a uma civilização de outro planeta; (3) à vida interior do ser humano; (4) a um tipo de existência imaterial.

Aqui na Terra, o mundo de Jesus seria utópico. Contrapor-se-ia ao mundo judaico e romano do seu tempo, carregado de ódio, ambição, conflito, crueldade, traição, apego à riqueza, à glória e ao poder político. Esse mundo infeliz e pecaminoso seria substituído por um reino de paz, amor, bondade, verdade e justiça. Perante a autoridade judaica (Sinédrio) Jesus se declarou filho de deus; diante da autoridade romana (Pilatos) ele se declarou rei; nas duas ocasiões, expressou-se no tempo presente a indicar que o seu reino já existia. Não localizado na Terra, esse reino estaria situado em algum lugar da Via Láctea ou de outra galáxia.

Há real probabilidade da existência de seres vivos em outros planetas. A notícia da visita de extraterrestres tem sido objeto de investigação, de entrevistas com autoridades civis e militares, de artigos em revistas, de livros, de documentários de televisão, que tratam o assunto de modo racional e sério. Na bíblia menciona-se máquina descrita por Ezequiel que poderia ser nave espacial. Ao vocabulário do profeta faltavam termos adequados para descrever aquele inusitado engenho (Bíblia, Antigo Testamento, Ezequiel 1: 4/28; 3: 12/13). Relação sexual entre deuses (seres extraterrestres) e mulheres também é fato mencionado nesse material acadêmico, jornalístico e literário. O conúbio de anjos (seres extraterrestres) com mulheres consta de relatos bíblicos. Jesus fora concebido nesse tipo de relacionamento. Por desconhecer seu genitor, Jesus imaginava um pai celestial com forma humana e o mundo celestial com tempo, espaço, rei e súditos (concepção material do outro mundo). Referia-se ao pai que estava no céu (em outro planeta) como se fora um deus. Depois da crucifixão e de se reunir com os apóstolos, ele foi arrebatado ao céu (ao planeta do pai) servindo-se da nave espacial que veio resgatá-lo e que partiu envolta em nuvens (Bíblia, Novo Testamento, Marcos 16: 19; Lucas 24: 51; Atos dos Apóstolos 1: 9/11).

O mundo em que Jesus dizia ser rei e ao qual regressara com o seu corpo certamente não se localizava em universo paralelo. A existência de antimatéria constituída de partículas com carga elétrica e carga de força nuclear opostas às da matéria levanta a probabilidade da existência de universos paralelos. Ao expor sobre matéria escura (90% da matéria do universo) o astrofísico Stephen Hawking refere-se a tal probabilidade (“O Universo numa Casca de Noz”. São Paulo. Arx, 2001, pág. 186/188, 205). Cada universo seria como a imagem do outro no espelho (brana paralela). A passagem de Jesus de um universo a outro com o corpo físico seria impossível, tendo em vista que ao entrarem em contato uma com a outra, matéria e antimatéria se aniquilam mutuamente (Brian Green. “O Universo Elegante”. São Paulo. Companhia das Letras, 2001, pág. 23, 141).

Jesus podia estar se referindo ao mundo moral governado por princípios éticos colidentes com a censurável conduta das autoridades civis, militares e religiosas da sua época. Daí a recusa dele e dos seus discípulos de se curvarem às leis, à religião estatal e aos costumes vigentes naquela sociedade, contrários à doutrina cristã. Por causa dessa recusa (desobediência civil) os cristãos foram perseguidos como traidores. (Hélio Jaguaribe. Um Estudo Crítico da História. São Paulo. Paz e Terra, 2001, vol. I - pág. 420). Numa das suas parábolas, Jesus refere-se à fortaleza moral ao dizer que o reino dos céus é como grão de mostarda, a menor de todas as sementes, mas quando cresce torna-se um arbusto maior do que todas as hortaliças (Mateus, 13: 31/32). Impulsionado por sua força moral aquele minúsculo grupo liderado por Jesus multiplicou-se e gerou uma nova e estupenda civilização (ocidental cristã).

Nenhum comentário: