quinta-feira, 3 de junho de 2010

FUTEBOL

O TÉCNICO E OS JOGADORES
Na equipe de futebol profissional, entre o técnico e os jogadores há hierarquia: comandante e comandados. As instruções do técnico devem ser assimiladas e executadas. Todos perseguem a vitória embora, às vezes, o empate satisfaça. Destarte, os esforços do técnico e dos jogadores convergem para o mesmo fim. O relacionamento entre eles há de ser cordial e respeitoso. As mudanças na equipe durante as partidas devem ser recebidas com acatamento. O técnico pode proceder a alterações táticas e mudar a composição da equipe. Técnica e fisicamente, o jogador pode estar bem e, mesmo assim, a substituição ser recomendável.
Por análise equivocada da situação, o técnico pode se enganar antes da partida ao adotar uma tática e escalar os jogadores, ou durante a partida ao proceder a alterações. Cabe ao público – e não ao jogador – criticar o técnico pelo erro cometido. Sugestões do experiente jogador ao técnico, antes e durante a partida, são admissíveis e até benéficas, porém, críticas em tom de censura nada constroem, bem ao contrário, são veículos de fofocas e intrigas no meio do grupo e provocam dissidências. Condiz mais com a ética desportiva o jogador pedir para sair da equipe do que envenenar o ambiente com maledicências e indisciplina.
O jogador também erra, ainda que sua técnica seja excelente. O seu desempenho não permanece regular o tempo todo durante sua carreira. Há fases boas e más. Além da passagem do tempo, fatores domésticos, sociais e econômicos influem na sua vida e se refletem no exercício da profissão. Limitações na vida particular e social do jogador decorrem do profissionalismo no futebol. Os clubes assumem compromissos e despesas, inclusive com altos salários a alguns jogadores. Enquanto vigente o contrato com o clube ou o vínculo com a seleção do seu país, a boa conduta do jogador interessa a todos. Os jogadores devem zelar por sua saúde como convém a qualquer atleta e evitar extravagâncias e boêmia. Desse modo, não prejudicarão a si mesmos, nem ao clube que os contratou e que neles investiu dinheiro.
A conduta dos jogadores há de se conformar com o padrão moral vigente na sociedade, de modo a não manchar a imagem do clube ou da seleção do seu país. O compromisso do técnico e dos jogadores não é apenas esportivo, mas também moral e social. Na Europa, a má conduta pode ser justa causa para a dispensa do jogador.
Primeiro exemplo: Ronaldo Nazário. Por duas vezes, a FIFA lhe concedeu o título de melhor jogador do mundo. Após o escândalo com travestis no Rio de Janeiro, a sua representação perante a juventude mundial foi cassada pela UNESCO e diminuíram suas chances como garoto propaganda e como jogador de clube europeu. Mesmo abaixo da linha do equador, onde não há pecado, segundo Caetano Veloso, aqui neste Brasil de frouxos laços morais, foi pequeno o interesse em contratar esse jogador. O Flamengo o deixou na sala de espera. Somente o Corinthians se dispôs a contratá-lo, apesar do nariz torcido do técnico.
Segundo exemplo: Ronaldo Gaúcho. Gênio do futebol mundial, a FIFA concedeu-lhe o título de melhor jogador do mundo. Após atravessar má fase, recuperou a forma. A farra o derrubou. Promoveu esbórnia em Milão por madrugadas seguidas até a véspera de jogo decisivo para seu clube. Tamanha irresponsabilidade o afastou da seleção brasileira.
Terceiro exemplo: Adriano. Excelente jogador cujas ligações perigosas e vida social tumultuada o colocaram sob suspeita. Perdeu a convocação para integrar a seleção brasileira. Com futuro incerto, saiu do Flamengo e voltou para a Itália onde, certamente, os seus antecedentes facilitarão ingresso em qualquer clube mantido pela máfia italiana.

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