domingo, 13 de junho de 2010

FUTEBOL

DANÇA E FUTEBOL
A celebração da copa do mundo de futebol contou com a presença de artistas, bandas de música e jogadores no dia 10 de junho de 2010. A nota de maior encanto foi dada pela cantora colombiana Shakira. Pouco se ouviu a voz; mais se ouviu o som dos instrumentos musicais e de percussão. Viu-se o lindo rosto da cantora em expressão convidativa e o seu corpo escultural a se contorcer sensualmente na mistura de danças africana e oriental.
O povo sul-africano mostra-se muito alegre por seu país sediar a copa do mundo. Parece que tanto a vitória da sua seleção como a de seleções de outros países africanos importa pouco. Há sul-africanos que torcem por seleções de países europeus e americanos e admiram jogadores brasileiros. O povo está feliz pela divulgação mundial do seu país, da sua cultura, da sua história, dos seus costumes. As pessoas pronunciam com freqüência e entusiasmo o nome de Nelson Mandela, herói nacional.
A veneração tem justo motivo. Do ponto de vista político e social, Nelson Mandela e Mohandas Karamchand Gandhi foram as duas maiores personalidades do século XX. Ambos fazem parte de um tipo nobre e raro da espécie humana, que poucas vezes se manifesta na história. Esse tipo muito se aproxima do avatar referido na doutrina bramânica. No mesmo século, Hitler e Stalin foram as duas maiores expressões da face demoníaca do ser humano, considerada a extensão mundial do sofrimento gerado por suas decisões e atitudes.
Por ocasião da posse na presidência da África do Sul, Nelson Mandela, de modo natural e espontâneo, movimentou o corpo em gestos de dança tribal. Exibiu um traço característico do negro africano: a ginga do corpo, a dança comemorativa própria da cultura desse povo manifestada nas ruas e nos estádios. Em documentários sobre a África negra é perceptível essa característica. Os negros e mulatos brasileiros herdaram-na. Caboclos brasileiros também herdaram a expressão corporal dos silvícolas. Todavia, enquanto na dança africana há maior flexibilidade do corpo, na dança indígena há maior rigidez. A ginga própria do jogador brasileiro tem ascendência africana. Já o brasileiro descendente de imigrantes europeus e asiáticos não tem o mesmo gingado.
Após estudarem a formação e as táticas da seleção brasileira, os adversários montam esquemas com o propósito de embaraçá-la. Para desmontar tais esquemas, os jogadores brasileiros valem-se da ginga, criatividade e versatilidade. Essas qualidades distribuem-se em porções diferentes entre os jogadores, pois nem todos têm o mesmo talento e a mesma percepção. A equipe deve estar bem sintonizada para tirar proveito coletivo dessas qualidades. Com os esquemas montados pelos adversários o jogo tende a ficar robotizado. Percebendo isto, o técnico certamente advertirá os seus pupilos e indicará o modo de contornar a automação. Em última instância, o talento individual resolverá o problema.

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