segunda-feira, 29 de julho de 2024

POLÍTICA & RELIGIÃO

O primeiro-ministro de Israel discursou neste mês, no Congresso dos Estados Unidos e foi aplaudido. Em Washington (25/07/2024) ele se reuniu com a vice-presidente dos Estados Unidos, candidata do Partido Democrata à presidência nas eleições deste ano. A fotografia do encontro mostra: (i) mulher negra de pele clara, fisionomia séria, sem empatia (ii) homem branco desenxabido (iii) ambos em pé sem o protocolar aperto de mãos. A americana informou à imprensa que exigiu do israelense imediata assinatura do acordo de cessar-fogo em Gaza e que o advertiu de que não ficará calada. Na Flórida (26/07/2024), o ministro se reuniu com o candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos nas eleições deste ano. A fotografia do encontro mostra o americano recepcionando efusivamente o visitante, inclusive com aperto de mãos. O americano disse à imprensa que a vice-presidente fora desrespeitosa com Israel e não sabia como ela receberia votos da comunidade judia. Os dois candidatos confirmam o compromisso dos Estados Unidos com os interesses de Israel, porém, a candidata exclui e o candidato inclui o atual governo sionista genocida.
As gerações modernas testemunharam o pouco valor atribuído à vida humana pelas lideranças políticas. Cercadas de hipocrisia, as promessas de paz e de respeito aos direitos humanos são ineficazes. Desde 1948, Israel rompe os limites territoriais e invade as terras dos palestinos. Ao invés do mapa oficial do território concedido, os israelenses usam o mapeamento bíblico para justificar a grilagem. Referindo-se ao povo hebreu, diz Javé, o deus nacional: “E desci para o livrar da mão dos egípcios e para fazê-lo subir do Egito para uma terra fértil e espaçosa [?] uma terra que mana leite e mel [?] lá onde habitam os cananeus, os hiteus, os amorreus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus”. “Passa o Jordão, tu [Josué] e todo o povo e entra na terra que dou aos filhos de Israel. Todo o lugar que pisar a planta dos vossos pés, eu vo-lo dou, como prometi a Moisés. O vosso território se estenderá desde esse deserto e desde o Líbano até ao grande rio Eufrates – todo o país dos hiteus – até ao grande mar para o ocidente”. 
Com apoio dos sionistas da Europa e da América, os israelenses insistem na execução do projeto de limpeza étnica e de expansão territorial. Pretendem se apossar de toda a Palestina. Invocam a Bíblia que nada tem de original, pois, até o monoteísmo os hebreus copiaram dos egípcios (faraó Aquenaton). Sustentam que foram escolhidos por deus e que a Palestina a eles pertence por vontade divina. Acreditar nessa fantasia interessa aos israelenses por ter sido encampada pela cultura ocidental. Todavia, essa fantasia não se encaixa nas culturas dos chineses e russos, nem dos islamitas, budistas e hinduístas. Não custa lembrar: o deus mencionado na Bíblia (Javé), é enganador, cruel, vingativo, genocida, satânico, criado à imagem e semelhança do hebreu. Com suas promessas sedutoras, esse deus tentou Jesus, mas, foi rechaçado: “Vai-te, satanás”. 
Ante o desonesto comportamento dos israelenses, se faz necessária, a bem da verdade, breve incursão através da História. Das tribos semitas do deserto da Arábia, separou-se a tribo de Abraão e se dirigiu para a Mesopotâmia. Assentou-se na cidade de Ur. Dali, partiu para Canaã, país habitado por tribos de agricultores e pastores. Deles, o povo de Abraão recebeu o apelido de hebreu, que significa “nômade” ou “bandido”. Fincados numa região de topografia acidentada, chuvas escassas, estéril na sua maior parte, os hebreus assolados pela fome, abandonaram Canaã e se fixaram no Egito, na região do delta do rio Nilo. Lá permaneceram por 450 anos até que um príncipe egípcio chamado Moisés, por volta de 1250 a.C., os levou de volta a Canaã. Daí em diante, governados por juízes, os hebreus viveram às turras com os cananeus e outras tribos nativas. Oriundos de Creta, os filisteus invadiram Canaã que passou a ser chamada de Filistina pelos gregos. Daí, a corruptela: Palestina. O último juiz (Samuel) organizou os hebreus em reino e nomeou o primeiro rei (Saul) para combater os filisteus, porém, foi o segundo rei (Davi) quem finalmente os derrotou. O terceiro rei (Salomão) construiu o templo de Jerusalém. Depois da sua morte, o reino bipartiu-se: Judeia ao sul da Palestina, capital Jerusalém. Israel ao norte da Palestina, capital Samaria. Os dois reinos foram destruídos. Israel, pelos assírios (722 a.C.). Judeia, pelos babilônios (589 a.C.). Depois de conquistar a Babilônia, o rei da Pérsia autorizou o retorno dos judeus a Jerusalém (536 a.C.). Lá, sem rei, eles viveram como fraternidade religiosa até a Palestina ser dominada pelos macedônios (331 a.C.) e pelos romanos (63 a.C.). Movimentos rebeldes levaram a autoridade romana a destruir o templo de Jerusalém e a expulsar os judeus (70 d.C.). Posteriormente, ao longo dos anos, judeus foram retornando e compartilhando o território com os árabes nativos. Após o término da segunda guerra mundial, com o apoio do governo britânico e por resolução da ONU, os judeus obtiveram território delimitado na Palestina e constituíram o Estado de Israel (1948). 
A política sionista de Israel contorna a verdade histórica e busca amparo nos “contos da carochinha” como dizia Einstein referindo-se à Bíblia. Desde a fundação do Estado de Israel até hoje, os sionistas, apoiados pela Inglaterra e pelos Estados Unidos, mentem e enganam a comunidade internacional. As mentiras, os engodos, as ficções, a democracia de fachada, as vãs promessas de respeitar os direitos dos palestinos, encobrem a ilicitude das invasões e o genocídio em Gaza e na Cisjordânia. 

Bíblia. Antigo Testamento. Gênesis 12: 7 +13: 14/17. Êxodo 3: 8 + 13: 5 + 33: 1/3. Josué 1: 2/4. Novo Testamento. Mateus 4: 10. 
Burns, Edward McNall. História da Civilização Ocidental. Porto Alegre. Globo. 1955.
Pappe, Ilan. Dez Mitos Sobre Israel. Rio de Janeiro. Tabla. 2022.

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