quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

DESASTRE

As opiniões do ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso (FHC) e de Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) convergem: destituir o atual presidente da república será um desastre. A opinião da maior parcela da população brasileira é outra: destituir o atual presidente da república será um benefício à nação que se livrará de um delinquente genocida. Desastroso e vergonhoso para o povo brasileiro é ter na presidência do STF ministro da têmpera de Fux, protetor da delinquência oficial. Os delinquentes da escandalosa e criminosa operação lava jato de Curitiba declararam estar respaldados no Judiciário e contar com o apoio de ministros do STF (Barroso, Fachin, Fux). Tal parcialidade e politicagem envergonha a magistratura federal e desmoraliza a justiça brasileira. 

FHC usa a média trevosa para defender a manutenção de Jair no governo. Argumenta contra o impeachment. Ao regressar do exílio dourado vivido na França, pátria do seu coração, apresentou-se como se fosse da esquerda combatente da ditadura militar. Na verdade, ele era de direita. O general Figueiredo, então chefe do SNI, com a sua habitual franqueza, referindo-se a FHC, disse aos seus colegas de farda: “ele é um dos nossos”. Em outras palavras, FHC era a versão nova do “Cabo Anselmo” infiltrado na esquerda brasileira. Caminho franqueado, aposentado antes dos 40 anos de idade, FHC, sem votos suficientes, obteve a suplência do senador Franco Montoro (1978), assumiu a titularidade (1983), foi eleito senador (1986), nomeado ministro do governo Itamar Franco (1993), eleito e reeleito presidente da república (1994 + 1998). Nata dos corruptos no exercício da presidência, FHC foi publicamente chamado de canalha por um general de exército (posto mais elevado da carreira militar). Agora, impune, sem disfarce e sem máscara, ele fala e escreve como autêntico líder da direita simpático ao líder da extrema direita. 

Nessa desviante posição política encaixa-se também o ministro Fux. Como se fosse um superministro, arvorou-se revisor das decisões dos outros ministros togados. Autoritário, desrespeitou a liturgia do cargo e a posição institucional dos integrantes do STF. Feriu a ética judiciária. Atua como ministro da confiança dos membros da operação lava jato. Defende a manutenção de um delinquente na presidência da república. Assim procedendo, esse ministro faz tabula rasa dos princípios da legalidade, da impessoalidade e da moralidade declarados na Constituição da República. A administração pública está jungida a esses princípios. 

A desastrosa e criminosa administração do atual presidente da república rebaixou o Brasil na economia mundial e no conceito internacional. Lacaio do governo estadunidense, mostra-se hostil a nações amigas. Resiste em implantar medidas necessárias ao combate da pandemia, insensível às milhares de mortes e aos milhões de infectados. Patrocina medicamento ineficaz à cura da doença causada pelo coronavírus. Defende o contágio de rebanho como solução da crise sanitária: depois da infecção de todos, naturalmente todos estarão imunizados, sem necessidade de vacina. Para ele, a morte de alguns é inevitável fatalidade da natureza; a economia nacional em frangalhos, inflação, desemprego, pobreza e miséria aumentando, tudo decorre da crise mundial. Tudo passará. Por enquanto, o povo deve suportar o sacrifício. O estado é liberal; logo, o bem-estar cabe aos donos da riqueza nacional; ao povo, cabem as migalhas. Despudoramente, esse presidente interfere no Congresso Nacional mediante compra de votos dos parlamentares para: (i) eleger os presidentes do Senado e da Câmara (ii) assegurar aprovação dos projetos do seu interesse (iii) frustrar o impeachment.   

Dos diálogos travados entre os personagens da curitibana operação lava jato verifica-se a presença de um dos proprietários das organizações Globo de rádio e televisão na conspiração contra o governo Rousseff da qual resultou o golpe de estado de 2016 e contra a candidatura do líder do Partido dos Trabalhadores à presidência da república da qual resutou a sua prisão. [Conspiração de fato e não “teoria”, com a participação de brasileiros e estrangeiros, metas e estratégias bem definidas]. A fronteira ética e jurídica do jornalismo foi violada. A responsabilidade criminal do empresário e dos jornalistas (mulheres e homens) que o seguiram na empreitada criminosa deve ser apurada na forma da lei. Liberdade de imprensa não se confunde com licença para delinquir, assim como, liberdade democrática não se confunde com licença para destruir a democracia. Todos são iguais perante a lei: ricos, remediados, pobres e miseráveis. Perante a autoridade judiciária competente e no devido processo jurídico, cada um deve responder pelos atos ilícitos que praticou. Ao acoitarem delinquentes de toga ou sem toga, os juízes fazem do tribunal um valhacouto, exibem a mais nefanda parcialidade, descem ao mais baixo nível moral. A república democrática é avessa ao privilégio.       

Oportuna a iniciativa do Partido dos Trabalhadores de colocar o bloco na rua. O momento exige ação para impedir a permanência do nazifascismo no governo e a sua expansão no território nacional. As eleições de 2022 estão incluídas nesse propósito. Fragmentada no primeiro turno, a esquerda entrará unida no segundo. A direita talvez entre unida nos dois turnos. A participação de Jair é incerta. Antes das eleições, ele poderá ser destituído do cargo e perder seus direitos políticos. Contudo, se ele ainda estiver na presidência e se candidatar não passará ao segundo turno, pois não terá nem 1/3 (um terço) dos votos que recebeu em 2018.  O bloco da direita vencerá o pleito com Ciro Gomes na cabeça. A probabilidade de vitória será menor se Doria, ACM Neto, ou Mourão, encabeçar a chapa. A esquerda terá chance de vitória com Luiz Inácio na cabeça. A probabilidade de vitória será menor se Haddad, Boulos, ou Requião, encabeçar a chapa. O cenário político de 2022 está em formação. As brumas ainda não se dissiparam.   



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