terça-feira, 19 de junho de 2018

FUTEBOL 2

No estádio de Moscou, em 14/06/2018, o presidente da Rússia declarou abertos os jogos da copa mundial de futebol. O monarca da Arábia Saudita, sentado ao lado do presidente Putin, assistiu a derrota da seleção do seu país para a seleção russa (5x0). Os russos mostraram que estão dispostos a ganhar a taça. As demais seleções se enfrentaram nos dias subsequentes. 
Brasil empatou com a Suíça (1 x 1). Os jogadores brasileiros ficaram um pouco abalados. Nas próximas partidas talvez voltem mais preparados, sem excesso de confiança. A certeza sobre os graus de facilidade e dificuldade não se obtém antes do jogo e sim durante o jogo. Os suíços não apenas se defenderam, mas também atacaram. Antes de cabecear para o gol, o jogador suíço empurrou o defensor brasileiro dentro da pequena área. O árbitro validou o gol. Na área suíça, o defensor derrubou Gabriel. O árbitro não marcou o pênalti. Coutinho fez bonito gol de fora da área. Exibindo cabelo ridículo, Neymar fez papel de palhaço. Lembrou a palhaçada de Ronaldo Nazário que apareceu quase careca assemelhado ao Cascão, da turma da Mônica, da revista infantil em quadrinhos. Nos clubes, em casa ou nas ruas, os jogadores podem se apresentar do jeito que lhes agradar, desde que os estatutos, a lei e os bons costumes permitam. Na seleção nacional, entretanto, eles são “a pátria de chuteiras”. Eles representam a nação brasileira. Graças à televisão, bilhões de pessoas captam a imagem do jogador cujo visual mais se destaca. Essa imagem é associada à nação que ele representa. Importa, pois, que seja a imagem de um país sério e responsável e não a de um picadeiro no centro de uma república de bananas. A figura histriônica do moleque, alvo de zombaria internacional, combinou com a sua fama de “cai-cai” e com a sua sofrível atuação. Desarmado na maioria dos dribles, finge contusão, rola no gramado, erra passes, joga para a plateia. Vedetismo desbragado. Para colocar Firmino em campo, o treinador devia tirar Neymar que estava mal e não Gabriel, que estava bem. Se em 1998 Romário foi cortado da seleção por falta de condições físicas, com maior razão devia ser feito o mesmo com Neymar em 2018, que estava sem treinar e sem jogar há meses e ainda convalescia de uma cirurgia no pé. Soaram falsas as insistentes afirmações da comissão técnica sobre a capacidade do jogador de superar as expectativas de melhora. O argumento de que esse jogador pode decidir uma partida vale, neste momento, muito mais para Gabriel, Coutinho, William, Firmino e Marcelo, que num lance feliz podem colocar o placar favorável à seleção.
Argentina empatou com a Islândia (1 x 1). Messi perdeu pênalti e foi deficiente na cobrança de faltas. Parecia enfastiado. Melhor foi o desempenho dos seus companheiros. Os islandeses estavam motivados, não se preocuparam com a sua falta de tradição e nem se intimidaram diante do potencial da equipe adversária. Colômbia perdeu para o Japão (1 x 2). Logo no início da partida um defensor colombiano impediu com o braço que a bola entrasse no gol. Foi expulso. O atacante japonês acertou o gol na cobrança do pênalti. Até o final da partida, os japoneses se mostraram aguerridos e não desistiram de atacar mesmo depois de marcarem o segundo gol. Os atacantes japoneses aprenderam a driblar, mas a equipe se movimentava em boa sincronia. Todos recuavam e se concentravam na defesa quando os colombianos atacavam. As estrelas colombianas (James, Falcão e Quadrado) não influíram no resultado. Costa Rica, apesar do seu estilo vistoso, perdeu para a troncuda seleção da Sérvia (0 x 1). México venceu a Alemanha (1 x 0). Os mexicanos mostraram determinação e coragem. Velozes, atacaram os campeões da copa de 2014 e exibiram um futebol de boa qualidade. Aplicaram a lição de Sun Tse: o ataque é a melhor defesa. Não deram sossego aos germanos. No segundo tempo, porém, mudaram de tática. Recuaram para garantir a vitória. Erro grosseiro de alguns treinadores. A retranca é arriscada quando mínima é a diferença no placar e há goleadores na equipe adversária. Felizmente para os mexicanos, Kroos finalizou pouco e sem êxito, Muller sem brilho, Ozil apenas regular, Klose e Götze ausentes. Panamá perdeu para a Bélgica (0 x 3). Os belgas, lentos mas bem organizados, tiveram as melhores chances de gol e o maior número de escanteios. No segundo tempo, voltaram mais determinados e fizeram os gols. Evidenciou-se a superioridade técnica dos belgas. Ainda assim, os panamenhos se desinibiram, eram rápidos no contra-ataque, mas as finalizações eram poucas e sem êxito. Peru sucumbiu diante da Dinamarca (0 x 1). Cuevas desperdiçou pênalti e ficou deprimido pelo resto da partida. A entrada do atacante Guerrero não alterou o resultado. A máquina dinamarquesa ainda necessita de lubrificação. Uruguai venceu o Egito (1 x 0). A seleção egípcia estava desfalcada do seu artilheiro Salah, enquanto a uruguaia estava com seus dois bons artilheiros: Cavani e Suarez.  
Irã venceu o Marrocos (1 x 0). Partida bem disputada, mas sem apuro técnico. Croácia venceu a Nigéria (2 x 0). Notou-se a diferença entre a dureza do futebol europeu e a beleza do futebol olímpico dos africanos. Os croatas estão dispostos a vencer a copa. Espanha empatou com Portugal (3 x 3). A seleção portuguesa obteve suado empate graças ao talento do seu bom artilheiro C. Ronaldo e à colaboração do goleiro espanhol no segundo gol. O terceiro gol resultou de magistral cobrança de falta do goleador lusitano. Isto bastou para o jornalismo esportivo alça-lo ao nível de Pelé. A manada de vira-latas não se emenda. Não é preciso citar jogadores sul-americanos melhores do que o português. Basta citar alguns europeus, tais como: Puskas, Kócsis, Eusébio, Zidane, Sneijder, Iniesta, entre outros. Não se trata de quem faz maior quantidade de gols e muito menos de quem, com sucesso, faz 2 dribles, embora desarmado em 10 numa só partida (craque goleador) e sim de quem melhor domina todos os fundamentos do esporte e sofre poucos desarmes (craque genial). Nos últimos 10 anos, a excelência no futebol empobreceu. Na terra de cegos, quem tem um olho é rei. Destarte, bons jogadores como C. Ronaldo, Messi e Neymar ganham relevo exagerado, ainda mais sob o milionário patrocínio da indústria e do comércio e a farta distribuição de jabás. Na FIFA, na CBF e na seleção brasileira, o dinheiro explica tudo. A caixa preta foi aberta.
França venceu a Austrália (2 x 1). Ambas as seleções estavam com o seu melhor elenco. Inglaterra venceu a Tunísia (2 x 1). No primeiro tempo o time inglês partiu ferozmente para sufocar o adversário, parecendo Tyson quando partia em direção ao boxeador desafiante. Depois do primeiro gol, entrou num ritmo mais tranquilo. A Tunísia marcou o seu gol de pênalti. Os tunisianos apelaram para a tática suicida da retranca a fim de garantir o empate. Nos acréscimos ao segundo tempo, após cobrança de escanteio, os ingleses marcaram o gol da vitória. Já vimos esse filme. Castigo para os tunisianos por abdicarem do ataque e não confiarem no seu poder ofensivo. O artilheiro Kane, jogador mais caro do mundo, marcou os dois gols da equipe inglesa. Polônia perdeu para o Senegal (1 x 2). Os africanos atacavam, porém, mais se defendiam, sem contudo, ficar na retranca. A tática deu bom resultado: desequilibrou e fragilizou a equipe adversária. O artilheiro polonês Lewandowski não conseguiu vencer a defesa senegalesca. Do cabeceio do seu companheiro saiu o gol de honra após cobrança de escanteio no final do jogo. Suécia venceu a Coreia do Sul (1 x 0). Os asiáticos eram mais velozes e determinados. Ambas as equipes finalizavam mal. O gol sueco foi de pênalti, com ajuda do assistente de vídeo. Os passes dos coreanos eram fortes e extraviavam a bola. Em ambas as equipes, mais vigor físico do que capacidade técnica e talento individual. 
O público nos estádios proporciona um espetáculo festivo cantando, gesticulando, rostos pintados, corpos fantasiados, além de torcer por suas seleções. Até o momento, a arbitragem tem sido satisfatória, auxiliada com recursos tecnológicos audiovisuais. A primeira rodada, estreia de cada seleção na copa, terminou hoje e neste mesmo dia começa a segunda rodada (19/06/2018). Foi possível perceber aumento do número de dribladores, embora ainda prevaleça o passe entre os mais utilizados fundamentos do futebol. Houve um festival de passes errados, oportunidades de gols perdidas, imperícias, agarramentos, reclamações acintosas, simulações, e assim por diante. O natural nervosismo dos jogadores prejudicou o nível técnico das seleções. Certamente, esse nível haverá de melhorar nas próximas rodadas. As equipes africanas tendem para o estilo sul-americano mesclando arte e eficiência, enquanto as asiáticas tendem para o futebol europeu e se valem mais da virilidade do que do talento. Nota-se um padrão ocidental em algumas seleções: ritmo cadenciado, triangulação e sincronia nos passes, paciência para atacar e segurança para defender. Seleções carentes de talentos individuais, com técnica modesta e pouca experiência, atuam de modo olímpico, sem ambicionar a taça. Ficam felizes de competir no torneio máximo do futebol mundial. Dos 16 jogos realizados nesta primeira rodada, em 7 houve mais de dois gols. Nos demais jogos o escore foi mínimo, com mais vitórias do que empates.

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