Boston, EUA, 10/09/2013. Brasil x Portugal (3 x 1).
No esporte coletivo, o vocábulo amistoso tem um significado próprio: disputa fora de campeonato, sem
implicar classificação ou contagem de pontos. Quando muito, disputa-se um
troféu, mas não um título de campeão. O significado comum de amigo e amigável
aplica-se ao espírito esportivo: as equipes devem se tratar como adversárias e
não como inimigas, quer em jogos de campeonato, quer em jogos amistosos. Recomenda-se
boa educação, civilidade, lealdade e respeito humano. Isto não impede a
virilidade no jogar, o empenho das equipes, o férreo combate sem ser feroz ou
violento, a luta pela vitória, mas não ao preço do aniquilamento físico do
adversário. A grave lesão intencionalmente provocada no jogador poderá inutilizá-lo
para exercer a profissão. Os jogadores devem preservar a integridade física uns
dos outros, reciprocamente, sejam ou não da mesma equipe. Tolerar a violência é
ser conivente com o infrator. O árbitro não deve contemporizar. Há de usar o
seu poder de direito e expulsar da competição o jogador violento e desleal.
O jogo de ontem à noite entre as seleções de futebol
do Brasil e de Portugal teve lances de lamentável rispidez. Os portugueses não
queriam sofrer o que os australianos sofreram na partida com os brasileiros (6
x 0). Baixaram o cassetete. Cristiano Ronaldo arranjou uma tendenite e saltou do
barco. Deixou a bomba nas mãos de Nani. Preservou a sua imagem de melhor
jogador do mundo (para a Fifa). Evitou ficar à sombra de Neymar. Este jogador brasileiro
(agora em Barcelona) foi o principal alvo das pancadas. Respondeu jogando bom
futebol, técnico e artístico. Em campo, os jogadores brasileiros mostraram dignidade,
confiança, segurança e habilidade. O futebol brasileiro parece que voltou aos
bons tempos, com valor próprio, sem imitar o europeu. Que prossiga assim!
O cabeceio de Tiago Silva, do qual resultou o gol
brasileiro, deve merecer atenção especial dos seus companheiros. Cabecear
sempre para o chão para dificultar a defesa do goleiro é um figurino que não
deve ser seguido à risca. Muitos gols se perderam por causa dessa preocupação.
O cabeceio deve ser livre, para baixo ou para cima, direto ou para o lado,
segundo as circunstâncias e o senso de oportunidade do cabeceador. O jogador
deve seguir mais a sua intuição e se preocupar menos com o figurino e com a
galera.
Maicon, sem alcançar por completo a bola no alto,
cabeceou em direção ao seu próprio gol. A intenção era recuar a bola para o
goleiro por recomendação do seu colega de zaga. O receio de fazer gol
contra sua própria meta o fez cabecear para baixo. O atacante português que
estava próximo se aproveitou para fazer o gol. Isto lembra que em torno de cada
ser humano há um campo magnético chamado aura. Mesmo sem ver a pessoa é possível
perceber a sua presença através da aura. Certamente, Maicon não sentiu a aura do
português.
Nenhum comentário:
Postar um comentário