Tu também morrerás, cinza
adorada. / Essa beleza é certo que pereça / essa mão, essa esplêndida cabeça / esse
corpo de argila iluminada.
Sob o gume da morte ou sob a
geada / serás mais uma folha que estremeça / e co´as outras te vás – verde e
travessa / depois de morta, sem cor, desintegrada.
De nada o meu amor terá valido /
apesar deste amor, tu chegarás / ao fim do dia e tombarás vencido / obscuro
como a flor que cai, por mais / que tenhas sido belo e tenhas sido / mais amado
que todos os mortais.
(“Soneto XIX”. Edina St. Vincent Millay. Trad.
Ana Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça).
Pedras, o que me espanta / não é
que tenhais resistido / por tanto tempo a tanto vento e a neve tanta / pois não
vos tinham construído / para arrostar nesta colina / o inverno e o vento
desabrido?
Meu espanto é que suportais / sem
voz gastardes, nossos olhos / nossos olhos mortais.
(“Chartres”. Archibald Macleish. Trad. Manuel Bandeira).
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