Aproxima-se a semana santa, período do ano em que os cristãos celebram a paixão de Cristo. Cuida-se de um capítulo fundamental da história da religião cristã: a última ceia, a prisão, o julgamento, a condenação, a crucifixão, a morte e a ressurreição de um palestino galileu chamado Jesus, cognominado “o ungido” (cristo, em grego). Das intensas polêmicas entre os primitivos cristãos, destacava-se a crítica aos ortodoxos por: (i) apegarem-se ao nome de um homem morto (ii) atribuírem a essa morte a salvação (iii) prestarem culto à morte e não à vida eterna.
A semana santa é de 4 dias (quinta, sexta, sábado e domingo), porém, no Brasil, as repartições públicas, principalmente os tribunais, decretam ponto facultativo a partir da segunda-feira, inclusive. A folga é aproveitada mais para descanso e turismo e menos para celebrar, usufruída não só por brasileiros cristãos (católicos, protestantes, espíritas) como também por brasileiros judeus, muçulmanos, budistas, ateus e outros. Da celebração, que consiste em missas, procissões e espetáculos públicos, quiçá participem cerca de 1% da população.
A semana santa é de 4 dias (quinta, sexta, sábado e domingo), porém, no Brasil, as repartições públicas, principalmente os tribunais, decretam ponto facultativo a partir da segunda-feira, inclusive. A folga é aproveitada mais para descanso e turismo e menos para celebrar, usufruída não só por brasileiros cristãos (católicos, protestantes, espíritas) como também por brasileiros judeus, muçulmanos, budistas, ateus e outros. Da celebração, que consiste em missas, procissões e espetáculos públicos, quiçá participem cerca de 1% da população.
Minoria do povo palestino (galileus + samaritanos + judeus) reconheceu Jesus como enviado de Deus. Da maioria daquele pequeno povo ele recebeu incredulidade, escárnio, agressões, tentativas de morte, acusações de blasfêmia e de subversão, que acabaram por levá-lo à prisão e à execução da pena de morte. A história bíblica inclui milagres, circulação pelo território palestino, embates com os escribas e sacerdotes judeus. Essa história vem narrada: [1] nas cartas escritas ou ditadas pelos apóstolos [2] nos atos dos apóstolos contados por Lucas [3] nos quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas, João). Esse material foi selecionado no século IV (301-400) por Jerônimo, padre erudito, para compor o Novo Testamento (NT) aprovado durante o Concílio de Niceia (ano 325). Fora da seleção ficaram outras cartas e outros evangelhos como os de Tiago, Felipe, Judas Tadeu, Tomé e Maria Madalena, considerados apócrifos e incompatíveis com os dogmas que a Igreja pretendia consolidar. O objetivo era afastar as divergências entre os vários grupos cristãos que se digladiavam desde a morte de Jesus e formar um corpo doutrinário coerente e pacificador.
O clero organizou o NT como unidade teológica. A superior autoridade hierárquica da Igreja determina: [1] em que os fiéis devem acreditar [2] como devem ser tratados os assuntos administrativos, pastorais, litúrgicos (missa, sacramentos, ofício divino) e ritualísticos (regras procedimentais) [3] quais os textos e livros compatíveis com as escrituras sagradas. Os ensinamentos de Jesus, pessoal e oralmente transmitidos aos seus apóstolos e aos seus contemporâneos galileus, samaritanos e judeus (anos 30), passaram à forma escrita entre os anos 50 e 100. A autoria desses textos foi atribuída aos apóstolos. A cristandade apoia-se nas decisões dogmáticas dos concílios ecumênicos da Igreja [reuniões periódicas de todos os bispos presididas pelo Papa] unificadoras da doutrina e sancionadoras da crença. Profissão de fé do cristianismo, prece fundamental da Igreja, o Credo foi elaborado durante os concílios de Niceia (ano 325) e de Constantinopla (ano 381), como regula fidei (regra da fé).
O clero organizou o NT como unidade teológica. A superior autoridade hierárquica da Igreja determina: [1] em que os fiéis devem acreditar [2] como devem ser tratados os assuntos administrativos, pastorais, litúrgicos (missa, sacramentos, ofício divino) e ritualísticos (regras procedimentais) [3] quais os textos e livros compatíveis com as escrituras sagradas. Os ensinamentos de Jesus, pessoal e oralmente transmitidos aos seus apóstolos e aos seus contemporâneos galileus, samaritanos e judeus (anos 30), passaram à forma escrita entre os anos 50 e 100. A autoria desses textos foi atribuída aos apóstolos. A cristandade apoia-se nas decisões dogmáticas dos concílios ecumênicos da Igreja [reuniões periódicas de todos os bispos presididas pelo Papa] unificadoras da doutrina e sancionadoras da crença. Profissão de fé do cristianismo, prece fundamental da Igreja, o Credo foi elaborado durante os concílios de Niceia (ano 325) e de Constantinopla (ano 381), como regula fidei (regra da fé).
Em linhas gerais e básicas, o Credo consiste nos seguintes dogmas: [i] há um só Deus, criador do céu, da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis [ii] há um só Senhor, Jesus Cristo, filho unigênito de Deus, gerado pelo Pai desde a eternidade, encarnado pelo Espirito Santo, no seio da Virgem Maria e que se fez verdadeiro homem [iii] há o Espirito Santo, fonte da vida que procede do Pai e falou pelos profetas [iv] há uma só Igreja, santa, católica e apostólica [v] há um só batismo para remissão dos pecados [vi] padecimento de Jesus (açoites, crucifixão, morte e sepultamento) sob as jurisdições do Sinédrio (tribunal judeu) e de Poncius Pilatos (fórum romano) [vii] ressurreição ao terceiro dia [viii] subida aos céus, onde está sentado à direita do Pai [ix] retorno glorioso no futuro para julgar os vivos e os mortos e instaurar o seu reino eterno [x] ressurreição dos mortos e vida no mundo vindouro.
Após a reforma provocada por Lutero (1517-1529), os dogmas da virgindade de Maria e da infalibilidade papal foram rejeitados pelos cristãos que aderiram ao movimento. A reforma proscreveu a autoridade e a intermediação do clero católico e a justificação pelas obras. Bastava ao crente a justificação pela fé, relação direta e pessoal com deus. Os gnósticos questionam os dogmas da fecundação sobrenatural, da natureza divina de Jesus, da unidade da Igreja, da ressurreição, da ascensão e do juízo final. Esse grupo acredita: [1] no processo natural da fecundação e do nascimento [2] na vida e morte de Jesus como homem e profeta e não como cristo [3] nos ensinamentos básicos a ele atribuídos pelos apóstolos [4] na injustiça do julgamento (os judeus consideravam Jesus um estrangeiro (gentio) igual aos galileus, aos samaritanos, aos egípcios, sírios, gregos, romanos) [5] na impossibilidade biológica da ressurreição dos mortos [6] na diversidade das igrejas cristãs primitivas.
Da morte de Jesus aos primeiros concílios da Igreja decorreram cerca de 350 anos, interregno suficiente para esquecer, modificar ou inventar atos e fatos. Os mitos surgem paulatinamente na fluência do tempo, mediante repetições e acréscimos constantes até que o conhecimento racional e objetivo das leis da natureza e da comunidade humana rompe os grilhões da ignorância, da fé cega, do tabu, do preconceito, das discriminações injustificadas.
Da morte de Jesus aos primeiros concílios da Igreja decorreram cerca de 350 anos, interregno suficiente para esquecer, modificar ou inventar atos e fatos. Os mitos surgem paulatinamente na fluência do tempo, mediante repetições e acréscimos constantes até que o conhecimento racional e objetivo das leis da natureza e da comunidade humana rompe os grilhões da ignorância, da fé cega, do tabu, do preconceito, das discriminações injustificadas.
Quando, a partir do século XVIII (1701-1800) a liberdade ampliou-se na Europa e na América, multiplicaram-se as pesquisas e as ciências, descobriram-se novos documentos, as técnicas e os conhecimentos evoluíram em progressão geométrica, os mistérios que cercavam o “sagrado” foram se desvelando. A partir do século XX (1901-2000) houve uma pletora de livros, filmes, artigos, documentários, sobre temas religiosos e esotéricos que colocaram em xeque as versões tradicionais. Entretanto, no propósito de sobreviver, as instituições religiosas defendem o seu credo, buscam ampliar o rebanho de crentes, amoldar-se estrutural e funcionalmente aos tempos modernos, conservar e aumentar o seu tesouro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário